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O Código Florestal e a produção de alimentos: era para tanto?

BRUNO MIRANDA

EM 14/12/2011

3 MIN DE LEITURA

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*Sylvia Saes
*Bruno Varella


Depois de muito debate, um desfecho para a questão do Código Florestal parece próximo. É provável que a presidente Dilma Rousseff o sancione sem questionar as suas principais novidades, ainda que a decisão talvez fique para o ano que vem. A pergunta que não quer calar é a seguinte: o que esperar desse Código? Quem sai mais feliz ao final das discussões?

A resposta para a segunda questão parece mais simples. Entre todos os que se manifestaram a opinião sobre o Código, as figuras mais ligadas aos “ruralistas” demonstram maior satisfação. Os “ambientalistas” continuam temerosos; muitos argumentam que as mudanças poderão aprofundar o problema do desmatamento. Já a primeira pergunta, é necessário reconhecer, pode levar às mais diversas conclusões. É a soma de diversos fatores, e não apenas a sanção de um Código, o que determinará o destino de nossas florestas.

O que não podemos negar é que muito tempo precioso foi perdido com argumentos que pouco acrescentam ao nosso futuro. Uma questão mal encaminhada, em nossa opinião, diz respeito aos riscos para a produção de alimentos no futuro. Não raramente, ouvimos previsões apocalípticas acerca do avanço do agronegócio sobre as terras destinadas à produção de alimentos. Por outro lado, o argumento de que um Código Florestal mais estrito ameaçaria a produção de alimentos foi usado insistentemente por vozes ligadas ao grupo “ruralista”.

Entende-se a opção por sublinhar a questão da produção de alimentos devido ao apelo desses argumentos junto à população; faz-se necessário deixar claro, porém, que esse debate não levará a lugar algum. Afinal, nunca é demais lembrar, o problema da fome é, em grande medida, resultante da desigualdade social. Maior produção de alimentos por si só não aliviará as mazelas de parte da população. Da mesma forma, um Código Florestal mais estrito poderia vir acompanhado de incentivos para o aumento da produtividade. Por fim, é simplista o raciocínio de que somente a agricultura familiar é responsável pela produção de alimentos, especialmente quando se tem em mente a visão romantizada da atividade detida pela maioria dos que repetem esse mantra.

Se é para falarmos de risco, a produção de alimentos no futuro não parece ameaçada por qualquer legislação ambiental ou estrutura organizacional prevalecente, e sim pelo aquecimento global. Os custos e as dificuldades relativas à adaptação a temperaturas mais altas deveriam ser uma das principais preocupações daqueles que dependem da natureza para produzir. As negociações do Código Florestal, nesse sentido, poderiam ter sido usadas como parte de um debate mais amplo para propor uma rota brasileira em direção a uma economia de baixo carbono. Não foi isso o que vimos, porém.

Ironicamente, é provável que um número crescente de produtores rurais veja as suas opções de prática produtiva limitadas por um dos inimigos favoritos do grupo favorável à aprovação do novo Código: os estrangeiros. Essa pressão, entretanto, não deve vir das ONGs, muitas vezes acusadas de prejudicar o interesse nacional. Aqueles que se opõem à influência externa sobre a soberania brasileira deveriam se preocupar com a opinião dos consumidores estrangeiros. É quem paga a conta que ajudará a determinar os rumos da produção de milhares de produtores brasileiros no futuro.

É possível que, em alguns anos, vejamos na prática que a produção de alimentos em um contexto marcado pelo respeito a padrões ambientais superiores não constitui um paradoxo, e sim uma importante estratégia de inserção no mercado. Talvez isso não seja um problema para aqueles que venderem para mercados de países em desenvolvimento, como a China, por exemplo, aproveitando-se da enorme escala na produção. Deverá ser uma preocupação, porém, para os médios produtores destinados a explorar nichos de mercado a fim de garantir a sobrevivência na atividade.

*Sylvia Saes - Professora do Departamento de Administração da USP e coordenadora do Center for Organization Studies (CORS)

*Bruno Varella Miranda- Mestre em Administração pela USP


 

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ELMO GUIMARÃES BUENO

CASTELO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/01/2012

Caro Renato,
Concordo com você.Vamos levantar a bandeira e fazer uma corrente para valorizar o produtor rural.
Sou produtor de café conilon e sei muito bem o sofrimento que tem um trabalhador para ver o pequeno saldo de uma saca de café. O preço sofreu uma elevação razoável em 2011, mas é pouco porque em 2009 e 2010 estava no fundo do poço. O custo de produção é muito alto. Não se comenta sobre os preços dos insumos, que seguem a cotação do dolar.
Esperemos um 2012 promissor.
Atenciosamente
Elmo
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/01/2012

Prezado Claudio,

Obrigado pelo comentário. Acho que o seu relato foi importante para a discussão, pois acrescentou um ponto de vista que demonstra a considerável heterogeneidade entre os produtores rurais brasileiros.

Tive a oportunidade de visitar propriedades rurais no Nordeste há algum tempo e me chamou muito a atenção o fato de a caatinga ter sido, durante tanto tempo, descuidada. Por sorte há iniciativas muito interessantes surgindo, e há sinais de que essa realidade tende a mudar aos poucos.

O fato é que, não raramente, as piores práticas são adotadas não por falta de escrúpulos, e sim por falta de informação. Daí a importância de espaços como este, para a troca de opiniões, experiências, etc...

Feliz ano novo.

Atenciosamente

Bruno
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/01/2012

Prezado Renato,

Agradecemos o comentário. Desculpa a demora na resposta, mas estive sem Internet nos últimos dias.

Concordo quando vc diz que há "picaretas" e pessoas sem escrúpulos em todas as atividades. Com a agropecuária não é diferente. Daí a importância de olharmos para as práticas, e não para os estereótipos. Vc mesmo coloca em seu relato caracterizações que constituem estereótipos não raramente divulgados, seja pela imprensa, seja por pessoas sem a capacidade de enxergar essa heterogeneidade. Pergunto: será que os próprios produtores rurais são capazes de enxergar, hoje, toda essa heterogeneidade? Acredito que nem todos o fazem...

Sobre o fato de os produtores rurais serem massacrados no Brasil, posso estar sendo muito ingênuo, mas eu acredito que uma renovação do discurso dos produtores e uma reinserção no debate político brasileiro segundo essas novas ideias seria algo bom para o setor. Em outras palavras, ao invés da troca de acusações, poderia surgir do campo um novo modelo.

Esse é um tema que podemos discutir longamente, aqui ou em outros textos no futuro.

Feliz ano novo

Atenciosamente

Bruno Miranda
CLAUDIO GUEDES FERNANDES

RIBEIRÃO DO LARGO - BAHIA - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 05/01/2012

Obrigado pelo texto. Boa discussão em desenvolvimento.

Sou responsável por uma política de conservação em roça de café que "plantei" na mente de meu pai há mais de trinta anos atrás, quando ele plantava a roça da família. Após sua passagem, há seis anos, administro a roça. Sessenta por cento (60%) é floresta agreste nativa. Produzimos satisfatoriamente em 36%, por enquanto, com capacidade de crescimento em espaço para mais 4%. A produtividade é crescente, tanto na "cístole" quanto na "diástole" da safra. Com a melhora do mercado, podemos investir em eficiência ao invés de simplesmente aplicar a ideologia do "sistema de concessão da natureza" para crescer.

Códigos legais (contrato social) não podem ser impostos, mas a desinformação é a monocultura da política nacional. A imprensa amplifica a rede de desinformação com excesso de opiniões e pouca objetividade. O Código é fraco e dá espaço para muita coisa danosa ao meio ambiente.

Também não podemos achar que somos bastiões da verdade ou representantes do sagrado (isto está no campo da metafísica pessoal), mas muitos agricultores amam maltratando a terra. Há uma grande violência doméstica nesse casamento do agricultor com a terra no Brasil, pois historicamente houveram muitas traições trazidas por "pacotes" e soluções químicas que viciaram e aniquilaram rendas nesse país afora. Imaginem, na escola eu aprendia que a Caatinga era um deserto. Desertificada estava a cartilha oficial de educação. Assim como estava e ainda está a mente de todos aqueles que queimam. A queimada ainda é uma prática no sudoeste da Bahia para fazer a semente do capim brotar. Tenho assistido ao longo dos anos a erosão se formar nas terras de quem o faz e a produtividade cair. Mas ainda bem que a terra é resistente, se cuidada com carinho, adubo e água, volta.

Soberania é um conceito que não pode se sobrepor a bom senso. ONGs internacionais e nacionais devem sempre estar monitorando governos e práticas daninhas. O setor de ONG é a vanguarda da boa prática em todos os setores que atuam: saúde, educação, agricultura, cultura, direitos humanos, ambientalismo. [Aqui falo de ONGs sérias, não as falcatruas de desvio de recursos utilizadas por políticos excusos.]

Os assentamentos da reforma agrária no Brasil passam por dificuldade, mas onde há atuação de ONGs, a produtividade e o desenvolvimento da cidadania é visível e gratificante de se ver. As cisternas de placa é uma ação cidadã de ONGs e comunidades, tirou do político o poder sobre a água no nordeste, mudando a vida do sertanejo. Infelizmente a atual Presidente decidiu colocar a responsabilidade para as prefeituras e retirar o apoio que dava a Articulação do Semiárido, uma rede de ONGs. Portanto, a real oposição à política é a atuação cidadã.

Concordo que o grande e prioritário problema ambiental é a zona urbana, porém um erro não justifica o outro. Precisamos evoluir na direção certa.

Atenciosamente,
Claudio [ agricultor | economista ]
RENATO NOGUEIRA RODRIGUES ALVES FILHO

FRANCA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/01/2012

A você Professor, em especial aqueles que trabalham com crianças, tomem cuidado com os radicalismos e com as ideias que levam às salas de aula, lembrem-se sempre que vocês estão construindo diretamente o futuro de nosso país e, para que tenhamos futuro é necessário produzir alimento. Lembre-se que leite e sucos não dão em caixinhas; vêm respectivamente da vaca e dos pomares de fruta, e que tudo que você consome no conforto de sua casa, foi produzido por alguém.
Mesmo você que não se enquadra em setor produtivo algum e só se interessa por cerveja, cachaça, whisky e similares, lembre-se alguém produziu a matéria prima antes da indústria, da embalagem, da geladeira e de seu copo.
Este alguém é um Produtor Rural!
Por fim, afirmo: "Não há nada mais sagrado que ser produtor ou criador!"

Renato Nogueira Rodrigues Alves Filho
Engenheiro Agrônomo
Consultor
Perito Judicial
Contato: rnralves@yahoo.com.br
RENATO NOGUEIRA RODRIGUES ALVES FILHO

FRANCA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/01/2012

Voltando ao assunto do novo Código Florestal brasileiro; não há em nenhum ponto do mesmo, onde se admita desmatamento ilegal, desproteção de águas ou produção agrícola inconsequente.
O produtor brasileiro, especialmente o eficiente, honesto e criterioso, vem sendo massacrado historicamente, por leis, exigências, concorrência desleal, tributos, entre outros, e resiste bravamente. Se o brasileiro é, atualmente, um cidadão que "só tem deveres, e nunca direitos", no caso do produtor rural esta máxima é ainda mais verdadeira!
Qualquer brasileiro que assistida TV, já deve ter visto alguma reportagem a respeito de trabalho escravo em fazendas e carvoarias em condições desumanas e inadmissíveis.
Quando falamos em responsabilidade social por sua vez, não é da "boca pra fora". Tente se lembrar de alguma reportagem que você tenha assistido, que homenageia algum produtor rural que remunera adequadamente seu funcionário (diga-se de passagem, é obrigação), preza por sua formação, sua saúde e seu desenvolvimento. Tenho certeza de que a grande maioria das pessoas que lerão, nunca viram nada a respeito.
Você, que por mais que nunca tenha produzido nada, seja um profissional de qualquer área de atuação e nunca tenha tido um funcionário, você que tem em sua casa uma funcionária domestica, eu pergunto: Você já se preocupou em como e em que condições mora esta pessoa? Se já, parabéns! O produtor rural brasileiro faz isso sempre! Remunera, ajuda e preza por seus funcionários e lhes fornece água, energia e boa moradia! Isso não aparece na TV. Mas acontece. Possuo dentro de casa um exemplo destes. Meu pai, produtor rural a mais de quarenta anos, sempre preservou o ambiente, melhorou a propriedade, remunerou seus funcionários adequadamente, forneceu excelente moradia, água, luz entre outras coisas, produziu com responsabilidade, acatou exigências trabalhistas e ambientais absurdas, e ainda, criou cinco filhos, com a renda de uma pequena propriedade de café.
Em qualquer lugar do mundo o produtor rural é enaltecido, enquanto no Brasil, o produtor é tratado como um criminoso, e tem de engolir termos como "Agrotoxico", quando tentam se referir a DEFENSIVOS AGRICOLAS! Como se você fosse ao médico e depois à farmácia com uma prescrição de "Homotóxico"; ou ainda, levasse seu cãozinho ao veterinário e ele aplicasse "Zootóxico" no animal.
Assim, insisto a você, que não tem nenhuma formação na área agrícola ou ambiental, informe-se antes de pensar em emitir uma opinião. Se não pode ajudar; ao menos não atrapalhe!
A você colega de profissão, Engenheiro Agrônomo, seja reto e firme em sua conduta e defenda nosso agricultor, com toda força possível.
A você que atua na área ambiental, seja Engenheiro Florestal, Biólogo, Engenheiro Ambiental, ou qualquer outra formação, veja como conciliar a produção com preservação, não condene, sem antes orientar e oferecer ajuda.
CARLOS EDUARDO COSTA MARIA

ANHEMBI - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 03/01/2012

Pois é Sr. Renato, agricultor já nasce é genético!
RENATO NOGUEIRA RODRIGUES ALVES FILHO

FRANCA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/01/2012

NÃO HÁ NADA MAIS SAGRADO QUE SER PRODUTOR OU CRIADOR

Depois de vários acontecimentos recentes, decidi fazer aqui uma uma reflexão, um desabafo, um apelo e uma homenagem.
Dos acontecimentos:
Todo o barulho, o alvoroço e as bobagens, de gente desinformada e sem conhecimento ou formação técnica alguma, que ouvimos a respeito do novo Código Florestal brasileiro. Gente das mais diversas áreas, emitindo opiniões totalmente sem embasamento, falando de desmatamento, proteção de águas, de fauna e de flora.
Não diferente ao Código Florestal, a Usina Belo Monte, que sofreu ataques absurdos e atrapalhados, especialmente de artistas que deliberadamente e sem nenhuma base técnica, tentam e, infelizmente até conseguem influenciar pessoas cuja única fonte de informação e lazer é a nossa "rica" TV aberta.
Refletindo bem, com conhecimento de causa e quilômetros rodados, eu afirmo que o Produtor Rural brasileiro é um herói, e insisto: "O produtor e o pecuarista amam a terra!".
Esqueçamos o lado econômico e o fato de que o agronegócio sustenta nossa balança comercial repetidamente e há tempos.
Via de regra, o produtor ou pecuarista desenvolve sua atividade pensando em continuidade, legado e respeito. Produz, conserva, recupera, melhora a cada dia o ambiente e vez por outra, até lucra. E sim, não há nada de errado em lucrar ou obter rendimentos econômicos, frutos do trabalho.
A grande maioria dos produtores rurais que conheço, tem uma incrível ligação afetiva com a terra e não têm nenhuma intensão de exaurir o ambiente de trabalho e diminuir sua capacidade produtiva. Todos aqueles com quem já tive contato pensam em produzir com qualidade, responsabilidade social e ambiental, crescer, desenvolver, obter renda, empregar e ainda deixar um legado aos descendentes. Nos meios acadêmicos da Engenharia Agronômica, costumamos dizer que nosso papel é produzir com qualidade, de forma economicamente viável, e com o menor impacto ambiental possível.
Assim como há donos de postos de gasolina que adulteram o combustível, professores que recebem para educar e não têm conhecimento ou competência para tanto, médicos incompetentes, que expõem a risco de vida seus pacientes, empresários inescrupulosos, políticos corruptos, comerciantes desonestos entre outros, em todo ramo ou seguimento, há gente incompetente, que naturalmente não se sustentará na atividade e gente desonesta, que fatalmente um dia terá que prestar contas. Quero crer que são minoria (apenas não me iludo no seguimento político) e desejo justiça em todos os casos. Na agropecuária não é diferente, existem as exceções. Latifúndios, degradação, desmatamento ilegal, uso de defensivos agrícolas sem responsabilidade ambiental ou social entre outros. Todos estes abusos e imprudências devem ser fiscalizados e combatidos. Existem leis, meios e agentes para isso. Os incompetentes falirão e os desonestos e inescrupulosos devem sentir o peso da justiça.
Voltando ao assunto do novo Código Florestal brasileiro; não há em nenhum pont
CARLOS EDUARDO COSTA MARIA

ANHEMBI - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 02/01/2012

Olá Elmo,
É isso aí.
Um bom 2012!
ELMO GUIMARÃES BUENO

CASTELO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 02/01/2012

Olá Carlo Eduardo,
Somos adaptáveis a situações, até adversas e muito hotis para anossa sobrevivência. Temos de fazer muito esforço para preservar todos os itens da natureza com uma boa qualidade de vida para o ser humano. A espécie humana não corre o risco de extinção como algumas espécies de animais e plantas.
É preciso muita ação individual e de governo para evitar a degradação ambiental, de uma maneira integral.
Feliz Ano Novo.
Elmo
CARLOS EDUARDO COSTA MARIA

ANHEMBI - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 29/12/2011

Sim! Você tem muita razão. Mas, acredito que se a espécie humana chegou até aqui, com certeza, se adequará à todas as mudanças do meio para sua permanência e evolução como organismo adaptado ao seu planeta.
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 29/12/2011

Prezado Carlos Eduardo,

Agradecemos o comentário. Ninguém sabe bem qual será o real impacto e a velocidade das mudanças climáticas. De qualquer maneira, estou seguro de que a precaução deveria nortear as ações coletivas dedicadas à questão. Não é o que vemos hoje; estamos "brincando com fogo" e, se as piores previsões estiverem certas, vamos pagar um preço por isso.

Sobre as suas palavras, mais uma reflexão rápida. Suponhamos que, infelizmente, as piores previsões se concretizem. Pois bem, nada garante que os seres humanos escolham, como resposta a esse desafio, um caminho mais alinhado com a preservação do meio ambiente. É possível - e eu me arriscaria a dizer, provável - que, em muitos casos predominaria o "pragmatismo". Em outras palavras, a adoção de medidas de adaptação pensando no curto e médio prazos, e não no contexto mais amplo.

Espero estar duplamente enganado. Minha impressão no momento, porém, é essa.

Um feliz ano novo,

Bruno Miranda
CARLOS EDUARDO COSTA MARIA

ANHEMBI - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 29/12/2011

Legal! O artigo promoveu um verdadeiro debate e o autor não fugiu de nenhum com réplicas apropriadas soube enriquecer mais o tema.Acredito e em parte concordo com o autor sobre toda a energia desnecessaria gasta nas discussões em detalhes irrelevantes até, na elaboração de um código que na verdade será ultrapassado, na medida em que por força de uma maior exacerbação das mudanças climáticas, a espécie humana terá que se adequar, por sobrevivência então, a formas mais sustentáveis e em consônancia mais direta com a natureza que só as circunstâncias futuras nortearão e que talvez nem estejam previstos no atual e neste recém código aprovado.
ELMO GUIMARÃES BUENO

CASTELO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 28/12/2011

Caro Bruno,
Agradeço a atenção dispensada ao meu modesto comentário. O tema é extenso e polêmico, mas não podemos deixar o assunto esfriar. Abordei o "MEIO AMBIENTE" dentro do código florestal porque um não se separa do outro. Faço o que posso dentro do meu sítio para não agredir o meio ambiente e respeito a minha pequena reserva de mata netiva.
Feliz Ano Novo
Elmo
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 27/12/2011

Prezado Elmo,

Agradecemos o comentário. Em relação a ele, acredito que é preciso que as políticas públicas sigam em seu conjunto determinados princípios, não fazendo concessões de acordo com as conveniências. Em relação ao tema "meio ambiente", estamos avançando no estabelecimento de parâmetros mínimos.

As certezas ainda são poucas. O que é inegável, porém, é que precisamos debater o tema de forma cada vez mais intensa, e dar determinadas respostas com certa urgência. Daí a importância de espaços como esse: ninguém melhor do que quem vive a realidade como produtor rural, por exemplo, para relatar aquilo o que observa ao redor.

Atenciosamente

Bruno Miranda
ELMO GUIMARÃES BUENO

CASTELO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 25/12/2011

O tema "meio ambiente" é muito atraente, mas o que vemos é só discurso. São poucas as ações efetivas que visam solucionar o problema de forma consistente. Fala-se que é preciso preservar florestas, os animais, e toda a biodiversidade, mas esquecem que o principal elemento é o ser humano. Precisamos de todos os recursos naturais para vivermos.
De que adianta preservar todas as florestas e não tratarmos os esgotos e resíduis industriais que poluiem a maioria dos rios que nos fornecem água?
Se não houver uma política de concientização ambiental integrada, a naturaza vai nos cobrar um preço alto e já estamos pagando parte da conta.
elmobueno@uol.com.br
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 20/12/2011

Prezado Eugenio,

Obrigado pelos comentários. Com base neles, minha opinião é a de que:

1) Concordo plenamente quando vc diz que a questão do Código é mais ampla. O que precisa ser discutido no Brasil é a forma como ocupamos o território. Em outras palavras, com base no melhor conhecimento disponível, definirmos o que precisa ser coberto por vegetação, as terras mais apropriadas para o cultivo agrícola, etc. O mesmo deve ser feito nas cidades; é inadmissível convivermos com centenas de morte por ano em deslizamentos de terra, apenas para citar um exemplo.

É evidente que isso não levará a um consenso absoluto mas, pelo menos, ajudaria a iluminar o debate com algo mais concreto. Seria importante determinar onde não vale a pena desenvolver a agricultura, ou onde humanos não deveriam morar.

2) Acho que devemos tomar cuidado com afirmações do tipo: "culpa o agricultor pelas tragédias". O governo não culpa o agricultor, por exemplo. Pelo contrário: basta vermos o desfecho das negociações do Código. Não acho que a maioria dos habitantes da cidade tampouco o façam. Seja porque consideram o problema irrelevante, ou porque não estão conscientizados, ou ainda por entenderem todo o contexto, são pouquíssimos os que jogam a culpa apenas aos agricultores.

Os agricultores, da mesma forma, não constituem um grupo único. Como em todos os grupos sociais, há aqueles que respeitam e os que transgridem a lei; os empreendedores e os acomodados, e por aí vai... O interessante é que, muitas vezes, a identidade de grupo que predomina é a de: somos agricultores, portanto devemos nos apoiar. Com isso, a minoria que desrespeita a regra acaba sendo "protegida" pela maioria absoluta que faz a lição de casa.

3) Não sei se o governo é a melhor resposta para o problema. Quer dizer, não creio que a criação de um imposto, por exemplo, que seria destinado à proteção ambiental resolveria o problema. Embora não seja o Estado mais ineficiente do mundo (há dezenas em situação pior!), o Estado brasileiro ainda precisa melhorar muito. Dar mais uma atividade a ele, e mais recursos (!!!) provavelmente só nos levará a uma reprodução das práticas que observamos na gestão da saúde, da educação, do esporte, etc...

4) O tema das reservas legais é fascinante. Confesso que nunca entendi bem a idéia de termos vários pedaços de 20% desconectados uns dos outros; fico pensando em como a fauna reage a isso, por exemplo. Repito, porém, que não sou a pessoa mais indicada para dar uma opinião. Poderíamos convidar um biólogo, por exemplo, para falar sobre essa questão no futuro (se há algum biólogo, ecólogo, gestor ambiental lendo essa coluna, sua opinião é importante!).

De certa maneira, com os parques nacionais, o governo já tenta fazer isso que você propõe. Mas concordo que podemos avançar nisso.

Bom, acho que é isso. Caso queira discutir algum outro aspecto, o espaço é seu

Atenciosamente

Bruno Miranda
EUGENIO ROSSI DE FIGUEIREDO SOUSA

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 19/12/2011

Oi Bruno!

Eu acho que nessa queda de braço todos saíram perdendo. Com toda franqueza tenho visto esta questão meio distante, embora seja um cafeicultor. Porém gostaria de externar a minha opinião acerca do tema. Para iniciar acho que a denominação de Código Florestal é descabida, pois esta sugere que a questão seja apenas de conservação de matas e que seja de responsabilidade dos ruralistas. Os tempos mudaram, também seria hora de mudar esta antiga denominação para quem sabe: Código de Ocupação do Solo e Conservação da Água ou quem sabe Código de Ética Ambiental. Com tal denominação a legislação deveria mencionar direitos e deveres para todos os "cidadãos e ruralistas". Vejo muitas negligências tanto no campo quanto no meio urbano e até mesmo nas medidas governamentais. Quando o nosso governo vê sua economia ameaçada reduz os impostos, como conseqüência aumenta o consumo, aumenta a poluição, aumenta o aquecimento global e por ai vai...E depois... culpa o agricultor pelas tragédias. Aí eu pergunto onde está o comprometimento da população e do governo com o meio ambiente? Não seria hora de cobrar taxa de poluição? E com esse dinheirinho investir na conservação do meio ambiente? É, pensando bem as mega-empresas não deixariam, não é mesmo? Resumindo: o que estamos vendo são bombeiros apagando fogos, medidas pontuais daqui e dali. È necessário um planejamento mais amplo e integração das medidas.
Outro ponto que me intriga é a questão das reservas legais. Neste novo código o governo ainda quer delegar a tarefa de preservação do meio ambiente ao ruralista, quando o próprio governo deveria trabalhar a questão. Assim, o governo vê uma forma de arrecadar divisas através de multas. Imagine um tanto de reservas legais isoladas por este Brasil afora, sua fauna não passaria de uns pernilongos e mosquitos. Se o governo (representante legal da sociedade) estivesse mesmo preocupado adquiriria glebas (com aquele dinheirinho arrecadado dos tangíveis poluidores) em locais estratégicos para formação de ecossistemas mais avançados.

Um grande abraço.
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 19/12/2011

Prezado Aylton,

Agradecemos o comentário. Sobre aquilo que foi dito, acredito que:

1) Em nosso artigo, afirmamos que o uso repetido da tese de que a aprovação de um Código Florestal poderia desestabilizar a produção de alimentos no Brasil é exagerada e não acrescenta nada ao debate. Com relação aos aspectos técnicos do Projeto, confesso que não sou o mais indicado para o debate, dado que minha formação, na área de humanas, me impede de tirar conclusões sobre o tema. Daí a importância de geólogos, biólogos, agronômos, metereologistas, entre outros, nessa história;

2) Concordo que a conta precisa ser paga por toda a sociedade. Como fazer isso? Boa pergunta: há muita gente pensando sobre o tema e as primeiras iniciativas, com os seus acertos e erros, já existem. Acredito que nos próximos 10 anos veremos algum avanço sobre o tema;

3) Em relação à sua pergunta, sim, eu admitiria perder cerca de 30% da minha renda anual caso fosse me dada a garantia de que, em troca dessa perda, a temperatura da Terra não subirá acima dos 2C, por exemplo. Em outras palavras, eu aceitaria esse fardo se ele fosse carregado por todos, até porque essa é uma condição fundamental para que consigamos responder aos desafios ambientais do século XXI;

4) A exploração de atributos ambientais poderá ser a "salvação" de milhares de produtores no futuro. Inclusive, é possível que muitos paguem o estudo dos filhos com esses recursos. Se você dissesse a um cafeicultor no Brasil império que um dia haveria uma certificação Fairtrade, ele certamente daria risada. Pois bem, o tempo passou e hoje não apenas a escravidão é um crime universal como há pessoas que aceitam pagar mais desde que tenham a percepção de que há mais justiça nas relações ao longo da cadeia. Com os atributos ambientais deve acontecer o mesmo, porém em maior escala.

5) Em relação à devastação ambiental, seja no campo ou na cidade, não acho que seja apenas questão de má indole; muitas pessoas ainda não se conscientizaram de que o problema é complexo. Outros acham que a discussão não passa de "besteira"... Isso torna o debate mais complicado: uma coisa é punir o desmatador que transgride a lei; outra, mais difícil, é convencer o legislador que diz que o aquecimento global é uma teoria da conspiração a propor medidas a fim de mitigar os seus efeitos.

Sugestões, dúvidas, críticas, comentários: o espaço é de vocês!

Atenciosamente,

Bruno Miranda
AYLTON PIONA COUTINHO JUNIOR

JOÃO NEIVA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 18/12/2011

São realmente boas as considerações acadêmicas sobre o assunto Código Florestal...Mas se descermos ao patamar físico, aquele dos pequenos produtores rurais, em sua maioria agricultores familiares; a realidade é diferente.
No E.Santo a grande maioria das propriedades rurais são pequenas, sendo o café a base da economia agrícola, uma boa parte cafeiculura de montanha (café arábica), sendo o conilon mias restrito a região norte cujo relevo é menos montanhoso e muitas vezes plano..
No passado durante as décadas de 70 -80, vivemos um forte êxodo rural, onde as pequenas propriedades foram engolidas pelo início da monocultura do eucalipto...
Hoje as condições do campo são melhores, muitos pequenos agricultores conseguiram uma melhora na sua renda, através de melhores práticas agricolas(diversificação de culturas, aumento de produtividade da lavoura, etc.)e seus filhos conseguiram assim também prosperar...
Façamos uma breve consideração: Assim como existem pessoas de boa ou má índole na cidade, isto também ocorre no campo...Mas a maioria dos agricultores hoje reconhece que é necessário um esforço para a preservação ambiental. Mas a que preço? Quem dividirá a conta? Somente o pequeno agricultor?
Acredito na melhora que o novo Código Florestal trará ao meio rural, mas me preocupa a falta de regulamentação para o uso das APPs... A isenção de reserva legal para pequenas propiedades foi de excepcional entendimento por parte de nossos legisladores...
Agora, faça um esforço e pergunte a si mesmo:
Você admitiria perder cerca de 30% de sua renda anual para transformá-la em "mato"?
Como você diria ao seu filho que ele não poderá ter uma condição melhor de estudo, por que sua família foi obrigada a abandonar +/- 30% de sua propriedade para APPs....
" Meu filho/a, infelizmente papai e mamãe, não conseguem mantê-los na cidade para cursar uma boa universidade pois nossa renda caiu muito após o novo Código Florestal; após termos que abandonar as lavouras consolidadas de café de cacau, o pasto em torno da represa /lago / lagoa...."
Parece irreal esta situação aos olhos acadêmicos, mas acredite isto é uma realidade...
Como ficarão nas cidades as residências, empresas, etc. instaladas em áreas de APP? Serão retiradas e reflorestadas as áreas??? DUVIDO!!!!!
Porque somente o RURAL irá arcar com esse custo? A lei deveria ser igual para todos...será???
Você aceitaria de bom grado a perda de 30% de sua renda???? Faça sua reflexão.
Aylton Piona C.Junior
João Neiva, Norte do E.Santo
Produtor rural, formado em Adm.de empresas, Pós-graduado em Cafeicultura Empresarial-UFLA e MBA em Gestão Estratégica de Negócios-USP.

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