*Bruno Varella
É nesse espírito que preparamos o nosso último texto de 2011. Como os leitores de nossa coluna sabem, tradicionalmente encerramos o ano com um rápido apanhado dos temas aqui tratados ao longo dos dozes meses anteriores. Agora, porém, acreditamos que o momento peça um tratamento ligeiramente diferente. Encerraremos o ano com uma pergunta, que, por sinal, vocês encontram nos comentários da professora Sylvia Saes – uma das signatárias dessa coluna, qual seja: quais países produtores terão condições de sustentar a demanda crescente por café?
Consideramos que essa questão é fundamental pois, de diversas formas, ela nos faz refletir sobre o nosso papel no mercado global de café nas próximas décadas. É difícil imaginar outro país capaz de contibuir tanto para sustentar a demanda crescente do produto como o Brasil. Seja produzindo, seja exportando conhecimento, nosso papel nesse processo é protagônico. Por um lado, é inegável que temos, diante de nós, um desafio enorme. Por outro, inúmeras oportunidades podem surgir. Seremos capazes de aproveitá-las? Deixaremos que nossas inúmeras limitações nos impeçam de assumir o papel que nos cabe nessa empreitada?
Acreditamos que, ao longo do ano de 2012, essa questão voltará a ser debatida nesse espaço inúmeras vezes. Dela sabemos, ademais, que muitas perguntas surgirão. Se formos capazes de contribuir para que ao menos parte da resposta para todos os questionamentos decorrentes seja respondida, nossa missão já estará cumprida. Essa tarefa é facilitada, em grande medida, pela considerável quantidade de informações disponibilizada em sítios como o CaféPoint, seja por meio de sua equipe, seja pelas análises de seus colaboradores.
Isso posto, nos vemos em 2012. Desejamos a todos os leitores um excelente princípio de ano. Que a participação de todos, dando sugestões e criticando os nossos textos, seja por e-mail, seja por meio do sítio, continue. E que, dentro do possível, saibamos ocupar o nosso devido espaço em um mercado em constante transformação. Em outras palavras: que o Brasil aproveite os ventos vindos da demanda para garantir melhor remuneração para os agentes participantes da cadeia e que, principalmente, esses agentes sintam satisfação pessoal crescente em sua atividade cotidiana.
*Sylvia Saes - Professora do Departamento de Administração da USP e coordenadora do Center for Organization Studies (CORS)
*Bruno Varella Miranda- Mestre em Administração pela USP