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Brasil, o Grande Mercado para as Origens Brasileiras - parte 2

PAULO HENRIQUE MONTAGNANA VICENTE LEME

EM 08/05/2012

3 MIN DE LEITURA

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Por Paulo Henrique Leme

Na primeira parte deste artigo, defendi que o grande mercado para posicionar nossas origens de café é o gigantesco mercado consumidor brasileiro, que ainda é ignorado, ou relevado a um papel secundário nas análises de marketing.

Com certeza, a exportação de cafés especiais ainda é um negócio extremamente atrativo, pois lá fora existem compradores e consumidores que já reconhecem a qualidade destes produtos e estão dispostos a pagar um bom diferencial de preço. Claro, ainda temos um longo caminho para descomoditizar os Cafés do Brasil no mercado externo.

Os novos consumidores brasileiros anseiam por diferenciação. Estão provando pela primeira vez cervejas de alta qualidade, chocolates de altíssima qualidade, azeites dos mais diversos tipos e até mesmo temperos importados, pois alguns já adentraram na tendência da “cozinha gourmet em casa”. Percebam que em muitos destes produtos citados a diferenciação por origem é comum. É um modo claro e altamente arraigado na cultura de consumo atrelar a qualidade à origem. Fazemos isso a toda hora, “queijo de minas”, “cerveja belga”, são “marcas” reconhecidas, mas só para deixar bem claro, a qualidade do produto está sempre à frente de qualquer diferenciação por origem. Para acessar este mercado, porém temos um bom desafio pela frente.

No caso específico das origens, o mercado dos vinhos serve de bom exemplo. Ademais das facilidades aduaneiras, os consumidores da bebida encontram em diversos supermercados de várias cidades brasileiras uma grande oferta de vinhos chilenos, argentinos, portugueses, etc. Para desespero das vinícolas brasileiras, os consumidores preferem pagar mais por vinhos importados e realizar seus desejos de consumo por produtos diferenciados. Os vinhos brasileiros ainda carregam consigo a estigma de produtos inferiores, apesar de serem tão bons quanto e até mesmo melhores em alguns casos. Existe uma impressão marcada na mente dos consumidores.

Este comportamento dos consumidores tende a percorrer outros produtos, como na categoria café. Basta olharmos os espantosos números da venda de máquinas e cápsulas da marca Nespresso no Brasil. A miríade de opções Nespresso inclui cafés de origem única da Colômbia e Índia, além de cafés de edições especiais de outras origens. Inovação, qualidade e marketing, tornando seus clientes especiais.

Para as origens brasileiras, representada por suas associações ou cooperativas, e ainda dispersas em sua grande parte, é a hora de agir. A lição de casa começa na organização de sua estrutura. Faz-se necessário a união e o diálogo para construir associações fortes e representativas. O segundo passo, é homogeneizar e padronizar a qualidade do café verde ofertado, como por exemplo, em categorias de qualidade.

Apenas após estes importantes passos que podemos falar em marketing. Com a qualidade classificada e padronizada, a decisão sobre quais mercados serão os alvos da campanha se torna mais tranquila. Por exemplo, se tivermos uma categoria de qualidade excelente e volume pequeno, a estratégia pode ser uma aliança com cafeterias. São elas que ensinam os consumidores as diferenças entre cafés de qualidade ou não, e merecem todo suporte com informações sobre a origem e boas histórias que acompanhem a xícara.

Porém as estratégias de marketing mais importantes, e o melhor investimento que pode ser feito são na organização das estruturas de comunicação de todo o grupo e nas alianças estratégicas com a indústria e com o varejo. Não adianta fazer marketing se você não tiver a estrutura adequada para sustentar suas iniciativas.

E PARA AS INDÚSTRIAS? COMO APROVEITAR ESTA TENDÊNCIA?

Para as indústrias de café torrado e moído as oportunidades são muito boas. Temos uma grande quantidade de produtores de café ávidos por negociarem seus cafés especiais e microrregiões inteiras com possibilidade de produzir e garantir fornecimento de qualidade para a indústria.

A principal opção é o lançamento de edições especiais, que não comprometam a sua linha de produtos básicos. É um teste. De um lado para a indústria, que deverá fazer uma aliança com os produtores e do outro, também para os produtores que terão que honrar seus contratos de fornecimento em qualidade e quantidade. É um teste também para os consumidores que terão em suas mãos um produto que não conhecem, e que se espera, atenda seus anseios por diferenciação e qualidade.
Não podemos esquecer que estes novos consumidores necessitam de educação para distinguir um bom vinho e um péssimo vinho, um grande café, de um café de combate. O provar às vezes não basta, pois os nuances de qualidade, as características organolépticas que garantem a raridade da oferta e valorizam, e a história da xícara faz diferença.

Com o aumento da renda da população, a busca por estes cafés especiais tende a crescer com a necessidade de mostrar sua individualidade e seu novo perfil de consumo. Resta às indústrias posicionar seus cafés com a raridade e exclusividade que estes consumidores desejam. Atrelar os cafés às origens produtoras, suas histórias e peculiaridades é uma grande oportunidade.

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PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 27/05/2012

Caro Roberto,

Com certeza, mas de certa forma, os esforços de marketing hoje se concentram mais nos compradores e intermediários que nos consumidores finais.

Precisávamos de uma grande e articulada ação de marketing para chegar aos consumidores finais. Minha sugestão? Fazer uma grande campanha exclusivamente na internet e redes sociais. Vamos nos lembrar que o Facebook já tem mais de 1 bilhão de pessoas cadastradas...

Mais uma vez, fica no sonho...

Obrigado pelo comentário e participação!

Um abraço,

Paulo Henrique Leme
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 27/05/2012

Caro Reinaldo,

Obrigado pelos comentários. Em verdade, nunca fizemos ou olhamos para o mercado nacional com a devida atenção. Nosso sonhe sempre foi vender para os japoneses. Ainda não vi nenhuma região brasileira seriamente articulada com este propósito. Por enquanto, ficamos nas ideias...

Grande abraço,

Paulo Henrique Leme
ROBERTO TICOULAT

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 27/05/2012

Paulo Henrique,

Você nãop acha que o Brasil perdeu uma grande oportunidade agora na promoção dos produtos brasileiros na Bloomindales para expor nossos cafés especiais de origem certificada?

Chances como esta é que o setor não poderia ter perdido.

Abs

Roberto
REINALDO FORESTI JUNIOR

CAMPANHA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 09/05/2012

É importante e auspicioso conhecer o brilhante futuro para a nossa cafeicultura e para os consumidores das expectativas formuladas pelo excelente artigo acima que comple-menta o anterior na objetividade e pontualidade do mesmo.Acredito que o cenário apontado e planejado para o futuro de grande potencialidade a nivel nacional já pode ser vislumbrado em alguns estados brasileiros em particular nas grandes capitais com destaque para a cidade de São Paulo onde já encontramos cafeterias e consumidores de poder aquisitivo e organolépticos próprios para este promissor mercado.Necessário se torna implantar os programas formulados com maestria pelo articulista e provocar o alto espírito animal dos empresários produtores,torrefadores e cadeia envolvida na satisfação necessária e suficiente dos consumidores finais.Renovo parabens e contínuas atividades em prol do almejado programa.Atc.

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