A senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu e o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) e presidente das Comissões de Café da entidade mineira e da CNA, Breno Mesquita, estiveram em reunião no Ministério da Fazenda na última quinta-feira (25), para reforçar a necessidade da revisão do preço mínimo do café diante da rentabilidade negativa do cafeicultor. “Após sucessivas discussões, concordamos em apoiar o valor levantado pela Conab, de R$ 336,13. Menos do que isso, não aceitaremos”, afirmou Mesquita.
Enquanto não surgem novidades vindas do governo brasileiro, o mercado de café segue em tendência de baixa, com poucos negócios na semana.
Acredita-se que a valorização da semana passada não esteja vinculada a fatores fundamentais, e sim uma correção técnica. Com isso, os fundos de investimento que já se encontram em posição vendida recorde, liquidaram suas posições, após o mercado não mostrar força acima dos níveis de US$143,50/lb (US$ 189,82/saca) na bolsa de NY (ICE Futures).
MERCADOS FUTUROS
Na semana, as cotações do vencimento jun/13 na bolsa de NY caíram 6.63% (US$ 9,20/lb), variando de US$ 144,50/lb a US$ 133,05/lb, com forte baixa nesta sexta-feira.
O crescimento mais fraco que o previsto da economia dos Estados Unidos nos três primeiros meses deste ano deu o tom ao mercado de commodities nesta sexta-feira, frente à menor disposição ao risco no exterior.
A BM&FBovespa acompanhou o mercado internacional e operou em baixa durante toda a semana, acumulando forte perda de 6,55% (US$11,40/saca) para o set/13, fechando a US$ 162,70/saca.
Os fundamentos que têm guiado o mercado são basicamente os mesmos das últimas semanas. A expectativa de safra recorde no Brasil, as tímidas compras por parte dos principais países consumidores frente à crise, e a falta de uma política pública geradora de renda para a atividade cafeeira no Brasil.
De qualquer forma, o quadro de oferta e procura segue ajustado e a demanda mundial é crescente, o que sugere uma boa perspectiva para uma valorização dos preços do café no longo prazo.
MERCADO FÍSICO
No mercado interno, o produtor aguarda ansiosamente a divulgação de reajuste do preço mínimo do café. Enquanto isso o volume de vendas é tímido, visto que o preço de mercado não está cobrindo o custo de produção em muitas regiões no país.
Segundo indicador Cepea/Esalq, o café arábica, bica corrida, tipo 6, bebida dura para melhor caiu 2,35% no mês de abril e 3,27 na semana, com a saca sendo comercializada a R$ 293,89 na sexta-feira.
NOVA SAFRA
Quanto a nova safra, no Espírito Santo a colheita ainda está tomando ritmo, sendo que entre 5% e 10% da safra foi colhida. Segundo informações do Cepea/Esalq o tamanho dos primeiros grãos está menor em comparação com o início da colheita 2012/13, mas a qualidade dos grãos só poderá ser confirmada em meados de maio.
PARA A PRÓXIMA SEMANA...
Logo na segunda-feira (29) ocorrerá a reunião do Conselho Monetário Nacional – CMN, como grande expectativa do setor para revisão do preço mínimo para R$ 340,00/saca, ou então, no mínimo, R$ 336,13/saca, valor levantado pela CONAB.
Caso não haja uma posição do governo na mesma linha que o setor espera, as perdas podem ser ainda mais acentuadas.
Assessora Técnica - Comissão Nacional do Café
Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA
Breno de Mesquita
Presidente - Comissão Nacional do Café
Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA