Segundo a Somar Meteorologia, uma massa de ar seco, de origem polar causou temperaturas baixas no Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais, onde as mínimas oscilaram em torno dos 10°C no norte do Paraná e sudoeste de São Paulo, 6°C na região Mogiana e chegou a 4°C no sul de Minas Gerais. Acredita-se que na madrugada de quinta-feira a temperatura atingiu até os 5°C na Mogiana e 2°C na região de Poços de Caldas.
Com alto risco para ocorrência de geada, os fundos de investimento que estavam vendidos entraram no mercado comprando, encerrando suas posições, o que deu força para as altas observadas durante a semana.
Após confirmações de que, de fato, a geada não atingiu as lavouras de café, a alta foi reduzida no fim do pregão de quinta-feira. Dando continuidade ao movimento de realização de lucros, o mercado trabalhou em baixa na sexta-feira (10).
MERCADOS FUTUROS
Na semana o café variou de US$ 138,95/lb a US$ 148,80/lb na bolsa de NY (ICE Futures), para o contrato junho/13, encerrando a semana cotado a US$ 144,20/lb com valorização de 2,34% (400 pontos). Esse fechamento deixa o mercado indefinido para próxima semana. Vale ficar atento às previsões do tempo.
A BM&FBovespa acompanhou a bolsa internacional e também acumulou alta na semana. Oscilando de US$ 170,25/saca a US$ 181,70/saca, o contrato setembro/13 encerrou a semana cotado a US$ 176,00/saca (R$ 356,93/saca), com 2,6% de alta.
Favorecendo ainda mais o café, o dólar também trabalhou em alta na semana, encerrando a sexta-feira próximo de R$ 2,028.
MERCADO FÍSICO
Após consecutivos meses de queda, o cafeicultor se mostrou mais animado com a alta de duas semanas seguidas e demonstrou maior interesse pela venda no mercado físico, o que contribuiu para a pressão no final da semana.
Com o mercado mais movimentado, o indicador Cepea/Esalq para o arábica, tipo 6, bebida dura para melhor, chegou a R$ 309,36/saca na última quinta-feira (09). Na semana a valorização foi de R$ 6,22/saca. Com esse movimento, o café acumula 5,84% de alta no mês de maio.
Enquanto isso a colheita evolui no Brasil. Em algumas fazendas do oeste da Bahia, a colheita foi antecipada por causa do processo de estresse hídrico, período em que a planta fica sem irrigação, para que se obtenha um maior número de grão cereja no estágio da colheita.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Outro ponto marcante da semana foi a divulgação oficial do preço mínimo para o café arábica, de R$ 307,00/saca, valor inferior aos custos de produção e que só servirá ao produtor se o Governo atuar diretamente no mercado por meio de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (PEPRO) e do Programa de Opções Públicas de Venda.
Para a CNA, somente dessa forma seria possível proporcionar melhores condições para o financiamento e escoamento da safra e alguma garantia de renda ao produtor. Para cobrir os custos de produção do cafeicultor, a CNA defendeu a fixação de um novo preço mínimo do café de R$ 340,00.
Visando definir rapidamente estratégias para a melhor intervenção do Governo, na quarta-feira (08) o Presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, Breno Mesquita se reuniu com o Secretário de Produção e Agroenergia do MAPA, João Alberto, Dep. Silas Brasileiro e Dep. Diego Andrade no Ministério da Agricultura. Como andamento, ficou definido que na próxima semana será agendada uma reunião conjunta com o Ministério da Fazenda para que sejam estudado e definido qual programa e qual o melhor momento da intervenção do governo.
PARA A PRÓXIMA SEMANA...
Vale ficar atento às previsões do tempo no Brasil. A chegada de massas de ar frio e chuva ao país podem dar força ao mercado, acarretando em novas altas. Caso as condições climáticas se mantenham favoráveis à colheita, o café pode voltar a trabalhar em tendência de baixa devido a pressão da safra do maior país produtor.
Assessora Técnica - Comissão Nacional do Café
Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA
Breno de Mesquita
Presidente - Comissão Nacional do Café
Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA