O longo período de preços de mercado de café, sem cobrir os custos de produção, resulta no acumulo de dívidas por parte dos produtores. A alta das cotações durante meados de 2010 e 2011 possibilitou que os prejuízos fossem minimizados, porém os preços não se sustentaram e atualmente se encontram nos menores patamares em 5 anos. Em 29 de outubro, a commodity completou sua maior sequência de baixas consecutivas desde 1972, na bolsa de Nova York.
Vale destacar que há 5 anos o salário mínimo era de R$ 415,00, 38,8% menor que em 2013. Considerando que em regiões montanhosas, cerca de 45% do Custo Operacional Efetivo é referente à contratação de pessoas, nota-se a severa queda de renda do produtor, diante os atuais preços de mercado.
Além disso, dados da OIC mostram que a produção mundial da safra 2012/2013 está estimada em 145,2 milhões de sacas de 60 kg, 9,6% maior do que a safra anterior (12,8 milhões de sacas). Já em relação ao consumo, no ano civil de 2012 foram consumidas 142 milhões de sacas, um aumento de apenas 2,4% em relação a 2011.
Tomando apenas estes dados, já é possível compreender parte dos fundamentos da tendência de queda nas cotações internacionais, com a oferta maior do que a demanda. Considerando os dados a partir de 2009, o cenário fica ainda mais desfavorável para os preços, já que houve um incremento no consumo mundial da ordem de 9,7 milhões de sacas, enquanto a produção apresentou incremento de 22,3 milhões de sacas.
Neste contexto, há perspectivas de que o mercado continue em baixa durante os anos de 2014 e 2015.
Engenheira Agrônoma
Assessora Técnica - CNA