Ao considerar que a safra de café conilon em 2014 foi 20% superior à safra de 2013, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a produção brasileira (arábica e robusta) em 45,1 milhões de sacas, volume 10% menor que o estimado no primeiro levantamento feito pela entidade. Essa primeira previsão indicava que a produção chegaria a de 50,1 milhões de sacas. (Gráfico 2)
Gráfico 2. Comparativo das safras brasileiras de café arábica e robusta, em 2013/ 2014 (em mil de sacas de 60 kg).
Fonte: MAPA - SPAE / CONAB, elaborado pela CNA.
Com o volume produzido em 2014 ficando abaixo do registrado na última safra, de baixa bienalidade, quebrou-se a tendência de produção crescente que vinha desde 2005. Essa situação, contudo, amenizou a pressão de oferta do produto e contribuiu para a recuperação dos preços no mercado interno.
Segundo o Indicador Cepea/Esalq, para o café arábica, tipo 6, bebida dura para melhor, a saca de 60 quilos valorizou cerca de 44%, após ter acumulado mais de 30% de baixa em 2013.
Mesmo com esta forte valorização, a renda do produtor foi significativamente comprometida. Isso aconteceu porque os custos de produção sofreram forte impacto devido à queda nos índices de produtividade. A maioria dos tratos culturais foi realizada, inclusive a colheita, já que a perda se deu principalmente na renda do beneficiamento.
Diante da quebra, análises do Campo Futuro (CNA/UFLA) mostram elevação do Custo Operacional Total (COT) da cafeicultura em até 27,9%, como ocorreu em Guaxupé/MG, em setembro de 2014, onde estes custos chegaram a R$ 596,47/saca. Ou seja, a estiagem agravou a capacidade de pagamento do cafeicultor, que vinha trabalhando com margens líquidas negativas por longos períodos.
Com relação às exportações brasileiras, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) indica que de janeiro a setembro houve incremento de 17,2% no volume embarcado e de 17,9% na receita cambial, comparado com o período anterior. A receita do setor foi de US$ 4,627 bilhões.