Entre reuniões marcadas e desmarcadas, até sexta-feira (03) nada foi definido. Na quinta-feira (02) uma coletiva de imprensa chegou a ser marcada para as 15 horas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, para que o Ministro Antônio Andrade fizesse o anúncio do novo preço. Contudo, a reunião foi cancelada minutos antes do horário agendado.
Até o início da tarde de quinta-feira (02) as cotações do café tanto na BM&FBovespa como na ICE Futures operavam em alta, impulsionadas em parte pela expectativa de aumento do preço mínimo, e também pelas previsões meteorológicas que indicam a chegada de duas massas de ar frio para as regiões produtoras no Brasil no mês de maio.
Nesta época que antecede a colheita no Brasil, é comum que as atenções estejam voltadas para o clima. Segundo a Somar Meteorologia, uma frente fria deverá passar pelo cinturão cafeeiro do Brasil neste domingo (05), causando a queda de temperaturas na próxima semana. Entretanto, as temperaturas não deverão ser baixas o suficiente para causar geadas.
Veja mais informações de clima aqui.
Enquanto isso, os cafeicultores se sentem cada vez mais apreensivos e preocupados com a rentabilidade da atividade cafeeira.
MERCADOS FUTUROS
Na semana, as cotações do café arábica para o vencimento junho/13 na bolsa de NY acumularam alta de 650 pontos (4,6%), oscilando de US$ 132,75/lb a US$ 141,75/lb Vale ressaltar que é a terceira vez, desde o início de abril, que o mercado tenta reverter a tendência de baixa, porém não dá sequência e volta a cair.
Os gráficos mostram que o café ainda se encontra dentro de um canal de baixa. Com volume grande de posições vendidas, acredita-se que novas quedas podem vir pela frente, principalmente se o nível de US$134,00/lb for rompido.
A BM&FBovespa acompanhou o movimento de NY e também encerrou a semana em alta, acumulando valorização de 5,4% (US$ 8,55/saca), variando de US$ 161,40/sc a US$ 172,50/sc.
MERCADO FÍSICO
Acompanhando os mercados futuros, a saca de café arábica, tipo 6, bebida dura para melhor tive alta de R$ 10,35/saca na semana, terminando a quinta-feira cotada a R$ 302,11. Os negócios seguem lentos, influenciados principalmente pelo baixo interesse de venda por parte do produtor diante a consequente queda dos preços.
A safra de café robusta já começou a ser colhida. Segundo o Cepea/Esalq as vendas dos grãos 2013/14, sejam futuras ou imediatas, estão ainda bastante lentas devido às grandes oscilações de preços. Compradores têm preferido não correr riscos, aguardando o avanço da colheita para negociar.
PARA A PRÓXIMA SEMANA...
A expectativa é de que o governo se mostre mais ativo e interessado em resolver a questão do preço mínimo do café, visto que algumas ferramentas de mercado precisam urgentemente ser colocadas em prática. A safra brasileira está prestes a ser colhida e um gerenciamento da oferta do produto é necessário para impedir quedas mais acentuadas dos preços.
Na parte técnica, o mercado em NY está com pontos de suporte no 136,20, 134,00 e 132,80 e resistência 141,80, 142,50 e 144,50. Abaixo dos níveis de suporte podemos ver novas quedas. Se o mercado tomar força e romper 144,50 na próxima semana, pode ser sinal de reversão de tendência.
A confirmação das frentes frias para o cinturão produtor pode dar firmeza às cotações no curto prazo.
Assessora Técnica - Comissão Nacional do Café
Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA
Breno de Mesquita
Presidente - Comissão Nacional do Café
Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA