A oferta mundial de café ainda segue restrita. A expectativa de que o Brasil poderá produzir um bom volume de café em 2012, ano de bienalidade alta, principalmente em função da primeira boa florada que se abriu no início de outubro, anima o setor.

Contudo, a safra ainda não está garantida, visto que muitas lavouras foram afetadas por geadas e doenças, e se encontram desfolhadas. É necessário aguardar para avaliar como será o pegamento de chumbinhos nas lavouras brasileiras.

Em relação aos Centrais, a colheita está próxima. Porém, as fortes chuvas estão dificultando a produção e o comércio de café na região, fornecedora de 10% do café consumido no mundo. A temporada chuvosa foi bastante violenta em países como Honduras e Guatemala, que produzem o grão arábica suave.

Devido ao La Niña, a Colômbia também tem recebido chuvas fortes, o que pode prejudicar a colheita. Mesmo assim a Fedecafe mantém a meta de produção em 9 mihões de sacas em 2011.

Ou seja, a oferta é apertada e não há grandes expectativas de melhora para o próximo ano.

Os estoques certificados de café arábica da ICE caíram quase 60% desde setembro de 2009. Grandes torrefadoras estão esperando a nova colheita das Américas Central e do Sul, após três anos de produção insuficiente.

De 03 a 20 de outubro, os estoques da ICE caíram 7,12% (-95.130 sacas), sendo que só nos últimos sete dias a queda foi de 5,28%, equivalente a 80.328 sacas, mostrando a demanda aquecida por esse café em momento de oferta escassa.

Na BM&FBovespa os estoques de certificados também estão a níveis baixos. No dia 20 de outubro haviam 2.440 lotes. No início de julho do presente ano o estoques chegaram até 440 lotes classificados.

Natália Fernandes e Alex - Hencorp Commcor