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Novos desafios para o manejo das lavouras cafeeiras

POR MARCOS PIMENTA

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 04/12/2015

4 MIN DE LEITURA

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Por Marcos Pimenta, engenheiro agrônomo e consultor de café; e Ronaldo Cabrera, . doutor em Nutrição de Plantas, engenheiro agrônomo e consultor em Nutrição

A cafeicultura nacional tem sofrido com a má distribuição de chuvas, tendo um aumento nas temperaturas e queda da umidade relativa do ar, impactando o desenvolvimento das plantas, causando danos nas produções do café.

Matéria publicada, recentemente, no site do Uol trouxe que os 10 primeiros meses de 2015 são os mais quentes registrados desde 1880. Já o site do G1 traz na matéria que o verão que se aproxima tenderá a ser de temperaturas altas.

Vale lembrar o instinto de sobrevivência da planta. Neste momento de altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, mesmo com água disponível no solo, o alto déficit de pressão de vapor não permite que ocorra o transporte de água por diferença de potencial do solo para a raiz, depois folhas e finalmente atmosfera. Mesmo com disponibilidade de água no solo, com os estômatos fechados não há movimento de água para a parte superior das plantas. Os estômatos reagem a condições do clima, não dependendo do sistema radicular para ter sua abertura ou fechamento. Não havendo transporte de água para a parte superior, não há refrigeração das folhas, levando-as a ter queimas.


Figura 1: Queima dos ponteiros das plantas

A queima dos primeiros pares de folhas e seca de ramos do café nesta época do ano foi algo novo, já que até o momento não havia sido percebido a campo nada semelhante - fato relatado por muitos gerentes de café nas fazendas que trabalhamos e em outras regiões cafeeiras, com por exemplo, Norte de Minas Gerais. Tínhamos conhecimento de danos por doenças em ramos novos, em meses de maior umidade e menores temperaturas. Já em regiões de clima mais quente, também relatos de escaldadura nas folhas no lado do sol poente, com danos menos drásticos que o observado nesta temporada, que foi diminuída pela boa adubação com magnésio, como recentemente atestado pela pesquisa.

Temos percebido que lavouras que tem o sistema de irrigação por super spray, irrigando em área total tem tido um desenvolvimento melhor que as áreas irrigadas por bocais lepa, crendo ser em função da cobertura do solo no meio das ruas e pela oportunidade que tem as raízes de explorarem uma área maior horizontalmente do solo. Assim, temos que buscar formas de manter a cobertura vegetal no meio das ruas em detrimento ao aumento do fornecimento de água às plantas, sendo uma primeira sugestão a da cobertura do solo no meio da rua de café com o mato, evitando as altas temperaturas e a reflexão dos raios solares que incidem direto no solo. O solo estando descoberto, há reflexão direta dos raios para as folhas do cafeeiro, causando o aquecimento e queima das folhas e ramos, como observado nesta temporada. A cobertura do solo reduziria as altas temperaturas no solo que podem chegar aos 72,1°C, como ilustrado abaixo.

Figura 2: Temperatura alta que afeta o desenvolvimento das plantas.


Segundo Grabellar (1963), citado por Primavesi em 2007, temperaturas acima de 40°C afetam a absorção de nutrientes pelas raízes do milho, como ilustrado abaixo.


Uma sugestão é a de utilizar roçadas em ruas alternadas, no momento em que o mato estiver alto (aproximadamente 50-60 cm de altura), criando um mulching que vai proteger o solo. Isso deve reter a umidade, diminuindo a germinação das sementes e evitando as altas temperaturas no solo, nesta época chuvosa onde o mato se desenvolve mais mantendo a cobertura do solo e tendo vegetais que produzam alimentos floríferos para os inimigos naturais. Procurar utilizar pouco herbicida no sistema produtivo, e quando for usar, aplicar herbicidas seletivos para folha estreita e para folha larga, no momento em que o mato estiver alto (aproximadamente uns 50-60 cm de altura), no pré-colheita.




Figura 03: Aplicação de sub-dosagem de herbicida, criando uma boa cobertura de solo, retendo mais umidade e evitando altas temperaturas no solo, comparado com uma rua onde não foi aplicado.

Outro fator importante, que é oportuno ser citado, diz respeito a cobertura do solo durante o ano agrícola. Na época da colheita dos grãos do café a cobertura do solo no meio da rua é retirada, através das operações de roçada/ trincha e posterior aplicação de herbicidas (arruação), deixando o solo descoberto nos meses subsequentes a colheita. Depois da colheita no mês de agosto é quando se retorna as lavouras do estresse hídrico, carecendo de ótimas condições de temperatura ambiente para ter-se um bom pegamento da florada e produção futura. O que se tem percebido a campo é o solo descoberto nos meses de setembro, outubro e novembro, havendo a campo diferença nas ruas com mato e as sem mato no desenvolvimento das plantas de café.

Há no mercado uma máquina automotriz de levantar o café do chão, que numa única operação sem a necessidade de ser feito a arruação levanta os grãos junto com folhas e galhos, abanando, peneirando e depositando os grãos na parte traseira da máquina em um Bag. Uma outra boa vantagem desta máquina é a de não retirar a cobertura do mato no meio das ruas de café através da operação de arruação, evitando insolação direta no solo quando do solo descoberto. Tivemos a oportunidade de conhecer esta tecnologia quando da visita que fizemos a Faz AP em Pimhui-MG, juntamente com o técnico agrícola Olimpio Neto, gerente da Faz Campo Aberto, em setembro/14.




Figura 4: Máquina automotriz de levantar café do chão da Faz AP em Pimhui (MG).

MARCOS PIMENTA

Estou como presidente da Abacaf'é.

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EQUIPE CAFÉPOINT

SÃO PAULO - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 19/07/2016

Bom dia Robson, tudo bem?



Publicamos na semana passada um artigo com muitas informações sobre a cultivar arara. Confira os detalhes: https://www.cafepoint.com.br/radares-tecnicos/folha-procafe/cultivar-arara-encontrase-em-pleno-estagio-de-cereja-com-seus-frutos-amarelos-101060n.aspx



Agradecemos a participação.

Att,

Equipe CaféPoint.
ROBSON VITOR NOGUEIRA

ALFENAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 19/07/2016

olá,gostaria de saber qual é a forma empírica de se fazer uma estimativa de safra na lavoura de café. Se tem algum material que eu possar ler para poder fazer isso.

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