Os trabalhos de pesquisa realizados, no entanto, mostram que o uso de Glifosato, no controle do mato em cafezais, não provoca perdas produtivas nos cafeeiros.
Os resultados experimentais sobre a ausência de efeito do Glifosato podem ser vistos nos dois trabalhos cujas tabelas são aqui incluídas, nos ensaios realizados no Cepec, em Martins Soares (MG) e no Campo Experimental da Capal, em Araxá (MG).
No Cepec (tab 1) verificou-se que, na média das três safras computadas, houve até um pequeno acréscimo, de 6%, na produtividade dos cafeeiros onde foi usado o Glifosato, quando comparado com a parcela tratada só com a roçada do mato. Neste ensaio, onde o mato não foi controlado a perda foi de 39%.
No ensaio em Araxá (tab 2), desde o plantio e por dois anos seguidos, foram aplicadas doses crescentes de Glifosato, algumas até muito altas, 36 vezes superiores às doses normais, justamente para que, nessa condição, pudesse ser testada a possível ação danosa do produto sobre os cafeeiros. Os resultados obtidos mostram que, mesmo em doses muito altas, em nenhuma delas, a média de produtividade dos cafeeiros, nas dus primeiras safras, não se diferenciou daquela onde não se usou o produto.
As observações em campo confirmam os resultados experimentais. Qualquer um pode ver que nas áreas aplicadas com Glifosato para controle do mato em cafezais, quando parte da folhagem do cafeeiro é atingida, por deriva, na saia das plantas, os sintomas de toxidez, notados pela presença de folhas afiladas e de cor mais clara, ficam restritos àquela área da folhagem. Estes sintomas não se mostram em outras partes da planta, ou seja, o efeito fica localizado e não sistêmico. Mesmo ramos ao lado ou logo acima da área atingida, pela calda herbicida, não apresentam os sintomas de toxidez.
Sintomas da toxidez (folhas afiladas e mais claras) por deriva de glifosato, nos dois ramos da saia (no centro da foto) e dos lados ramos normais.
Sintomas da toxidez por deriva de glifosato nos quatro ramos da saia e, logo acima, ramos normais