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Terreiro híbrido: alternativa de baixo custo e alta eficiência para a secagem do café

VÁRIOS AUTORES

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 13/07/2006

5 MIN DE LEITURA

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A secagem do café é mais difícil de ser executada, quando comparada à de outros produtos agrícolas, em virtude do elevado teor de umidade inicial, geralmente em torno de 60% b.u. Sendo assim, deve-se promover a secagem imediata dos grãos, reduzindo ao máximo o tempo entre a colheita e a secagem. Isso reduz a possibilidade de deterioração e perda da qualidade do café.

Independentemente, do método de secagem utilizado, alguns aspectos devem ser observados para se obter êxito no processo pós-colheita: Evitar fermentação indesejável durante o processo; evitar temperaturas excessivamente elevadas (o café tolera a temperatura do ar de secagem próximo a 40ºC por um ou dois dias, 50ºC por poucas horas e 60ºC por menos de uma hora, sem se danificar); secar os grãos no menor tempo possível até 12% b.u. de umidade e procurar obter lotes do produto que apresentem uniformidade em coloração, tamanho e densidade.

Assim, a secagem do café é uma das etapas mais importantes para se obter um café de alta qualidade. Infelizmente, nas condições econômicas em que se encontra a cafeicultura brasileira, só um número reduzido de produtores têm acesso a tecnologias adequadas para o processamento.

A secagem em terreiro é o método mais utilizado pelos produtores em pelo menos uma fase do processo de secagem. Muitos deles ainda utilizam o terreiro em terra batida. Porém, nesse tipo de processamento, a baixa taxa de secagem e a exposição do produto a agentes biológicos (microrganismos), juntamente com a possibilidade de ocorrência de condições climáticas desfavoráveis, como acontece no sul da Bahia, norte do Espírito Santo e parte da Zona da Mata mineira, ocasionam perdas significativas na qualidade do café.

Com vistas a minimizar os problemas na secagem do café, foi desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa o terreiro híbrido ou terreiro secador. Trata-se de um terreiro convencional, preferencialmente concretado, adaptado com um sistema de ventilação com ar aquecido por uma fornalha para a secagem do café em leiras ou em leito fixo, na ausência de radiação solar direta ou em períodos chuvosos.

O terreiro híbrido é construído em módulos com dimensões de 10,0 m por 15,0 m cada um, aproximadamente (Figura 1). Na direção do comprimento, o terreiro secador é dotado de uma tubulação principal (central ou lateral), para fornecimento de ar a pontos específicos do terreiro, das quais derivam seis aberturas onde são alocadas as câmaras de secagem em camada fixa, ou tubulações secundárias compostas de dutos trapezoidais construídos em chapa perfurada, para secagem em leiras transversais ou longitudinais (Figura 2 a, b).


Figura 1 - Planta baixa e corte AA do terreiro híbrido, módulo de 150m2 e detalhes do sistema de ventilação.

Clique aqui para ampliar a figura 1.


Figura 2 - Vista superior e corte longitudinal do secador híbrido, com opções para secagem em camada fixa ou em leiras.

Nesse tipo de secador, também se pode realizar a secagem em camada fixa, adaptando-se câmaras de secagem às aberturas de fornecimento de ar. Estas câmaras podem ser construídas com caixas d´água em fibra com capacidade de 2500 L, adaptadas com um fundo falso feito em chapa perfurada, formando uma câmara plenum.

As caixas ficam apoiadas sobre as tomadas de ar quente na tubulação principal (Figura 3a) ou nas aberturas da tubulação secundária derivadas do duto lateral. Já os dutos de distribuição de ar, construídos com tubos de PVC 150 mm perfurados ou preferencialmente em chapa metálica perfurada, ficam encaixados nas tomadas de ar (Figura 3b).




Figura 3 - (a) Câmara de secagem construída com caixa de fibra de 2.500 litros; (b) Detalhes do sistema de secagem em leiras.

Ao duto principal é acoplada uma fornalha com um ventilador centrífugo, capaz de fornecer uma vazão de 1,5 m3/s de ar. Na ausência de radiação solar direta, incidência de chuvas e durante o período noturno, o produto é recolhido às câmaras de secagem ou enleirados sobre os dutos de distribuição de ar para secagem com ar aquecido. Durante períodos chuvosos, deve-se providenciar cobertura para proteção dos grãos.

A operação do sistema em camada fixa é simples, embora exija alguns cuidados. Assim, a altura da camada de produto dentro da câmara de secagem pode variar, para grãos em geral, devendo situar-se em torno de 0,4 m. Altura acima desta faixa poderá acarretar problemas, como alto gradiente de umidade na massa de grãos. A movimentação do produto em intervalos de tempo regulares também é uma operação importante para evitar a desuniformidade na umidade final do produto.

A secagem do café, no terreiro híbrido, pode ser realizada durante 24 horas, por meio da utilização da energia solar em dias ensolarados e da energia proveniente da combustão de biomassa (lenha ou carvão vegetal) durante a ausência da radiação solar direta. Assim, durante os dias ensolarados, o terreiro tem funcionamento normal, e, ainda assim, podem-se usar as câmaras para secagem com ar a altas temperaturas, ganhando-se, com isso, produtividade de secagem.

Usando o terreiro híbrido, o café recém-saído do lavador pode ser secado até atingir a umidade ideal para o beneficiamento (12% b.u.), em quatro dias ou oito horas de ventilação com ar aquecido. Em estudo realizado na Universidade Federal de Viçosa, observou-se que os tempos necessários para a secagem dos cafés nos terreiros híbridos foram, em média, 4,6 e 5,6 vezes menores que o tempo necessário para secar o café natural e o cereja descascado, respectivamente, em terreiro convencional.
Vale ressaltar que há uma economia nos gastos com energia quando se utiliza esse tipo de secador em comparação aos secadores mecânicos, pois é possível a utilização da energia solar em dias apropriados e incrementar outras formas de energia somente quando o clima não for favorável.

Conclusão

Essa alternativa está sendo amplamente utilizada, com sucesso, em vários estados produtores de café, como é o caso de Minas Gerais, principalmente a Zona da Mata e a Região Sul do Estado, e no Paraná.

A grande vantagem de se utilizar a secagem em terreiro híbrido está no fato de permitir que o produtor faça apenas uma adaptação em seu terreiro convencional para se ter um sistema muito mais eficiente, de fácil operação e de pouca manutenção, ao contrário do que ocorre em muitos secadores mecânicos.

Desta forma, considerando-se que na maioria das propriedades produtoras de café já existe o terreiro convencional, a implantação do sistema de secagem por meio do Terreiro híbrido, torna o processo simples e econômico, além de contribuir para a melhoria da qualidade do café.

JUAREZ DE SOUSA E SILVA

ROBERTA MARTINS NOGUEIRA

CONSUELO DOMENICI ROBERTO

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HENRIQUE

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE CAFÉ

EM 07/03/2016

Boa noite, gostaria de seu contato para orçar o custo de uma caixa como esta .
TOMIRES VASCONCELOS

RAUL SOARES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 31/10/2015

Queria saber mmais sobre o secador de caixa  sera que teria  algum panfleto ou cartilha  ensinando como fazer e secar cafe ?
TCHAI

ALTO JEQUITIBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 02/04/2015

Professor, bom dia... Aqui em nossa região da serra do Caparaó, este terreiro sofreu uma adaptação: ele é feito em caixas de alvenaria, de cerca de 1,5m de profundidade, por 2 x 2 de largura... O fundo é recoberto com uma grade de madeira há 25 cm de altura do solo, e sobre esta grade de medeira há uma tela de arrame para receber o café... Então o ar quente é forçado por sobre esta grade,  subindo pela caixa de alvenaiar, passando pelo café que está sendo secado. Cada caixa de alvenaria recebe 280 balaios de café...



Então eu queria saber se este sistema é capaz de secar o café amontoado em 1,25 metros de altura, por 2x2 de largura... Pois aqui, montaram o sistema, mas ainda ninguém viu ser utilizado.....  



Att.

Tchai Hoth
LUCIANO

MACHADO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/06/2014

então! como o Francisco de Três Pontas perguntou, qual seria o preço final do terreiro?
FRANCISCO DE SOUSA FIGUEIREDO

TRÊS PONTAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 27/08/2013

qual o preço deste terreiro com 500 metros
JUAREZ DE SOUSA E SILVA

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 25/12/2007

Gostaria de informar aos amigos que o trabalho sobre secagem em silos já está pronto. Espero para breve a disponibilização dos resultados de como construir corretamente os silos. Informo que conheço bem o Toninho. O que ele está dizendo é verdade. Todas as tecnologias que produzimos (via CBP&D-Café/UFV) são disponibilizadas a todos que queiram fabricar. Só para não deixar dúvidas, não mantemos nenhuma ligação comercial com aqueles que produzem os equipamentos. Só pedimos que quando construí-los, que pensem no agricultor e que a construção seja correta.
ANTONIO AGOSTINHO FERNANDES

ALFENAS - MINAS GERAIS

EM 30/10/2007

Meu endereço esta errado. A cidade e Alfenas MG

A quem possa interessar, sou fabricante do TERREIRO SECADOR, desenvolvido pelo professor Juarez Silva, da UFV.

Em nossa regiao: Alfenas, Guaxupe, Carmo de Minas, Pedralva e outras, ja temos mais de 200 secadores instalados com total satisfaçao dos produtores.

Tecnologia de baixissimo custo e altissima qualidade.

Sempre participo de palestras com o Professor e tenho seu aval, na fabricaçao do
Terreiro Secador.

Aos produtores que interessarem, estamos prontamente a disposiçao.

Atenciosamente:

Antonio Agostinho

(35) 9914 -0014
JOSEPH CRESCENZI

ITAIPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 03/08/2006

Estamos utilizando terreiro estufa com muito sucesso, semelhante as estufas utilizados para hortaliças porem com "lanterna" aberta na parte superior. Reclamação que tenho é somente que demorei achar esta solução!
GUILHERME CAPOBIANCO PORTO

RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/07/2006

Prezado Prof Juarez, tudo bem?

Gostaria de saber como andam os trabalhos que utilizam o silo secador de café que, certa vez, estudamos em um curso de pós-colheita em Viçosa?

Estou precisando definir uma alternativa de secagem para um pequeno produtor que apresenta problemas com a falta de ensolação na propriedade.

Me recordo da vantagem de finalizarmos a seca com o café ja na "tulha".

Gostaria de receber informações sobre essa metodologia.

Desde ja agradeço.

Guilherme Capobianco Porto

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