A cafeicultura brasileira, além da sua grande importância econômica e social para o Brasil, necessita de mais informações complementares de seu sistema produtivo, sobretudo em relação a sua extensão, distribuição e o ambiente em que são cultivadas. Neste sentido, a utilização de geotecnologias apresenta-se como a alternativa mais recomendada para a coleta de dados sobre a cafeicultura com o emprego de imagens de satélites, técnicas de geoprocessamento e sistemas de posicionamento global (GPS).
O georreferenciamento de imóveis rurais é a medição da área do terreno em questão e a descrição das características, limites e confrontações. A obtenção das coordenadas dos pontos de controle pode ser realizada em campo, a partir de levantamentos topográficos e/ou GPS, ou através de imagens de satélites ou mapas (em papel ou digitais) georreferenciados com precisão na posição fixada o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). São utilizados sensores a bordo de satélites e aeronaves para capturar informações sobre a superfície e atmosfera terrestre, e assim, os sinais capturados pelos sensores são transmitidos para a Terra, recebidos em estações onde eles são transformados em imagens digitais.
A utilização do GPS necessita-se um maior cuidado, para levantamentos topográficos, este pode apresentar um pequeno erro em metros que pode alterar a metragem do terreno, consequentemente modificando a localização de uma parede de um armazém, ganhando ou perdendo alguns metros de cercas. Por ser ainda o mais comum, podemos citar algumas das múltiplas aplicações do uso do GPS na agricultura, sendo elas: no levantamento topográfico, demarcação do terreno, agricultura de precisão, dentre outros.
Em consequência deste fato, algumas empresas estão apresentando outros métodos de levantamento, um pouco diferentes do habitual, como o caso do uso de Vants (Veículos Aéreos Não Tripulados) que são como pequenas aeronaves. Essas aeronaves são comandadas por controle remoto e com câmeras de grande resolução conseguem tirar fotos de alta qualidade dos terrenos e com isso fazer o detalhamento do terreno e alguns casos até o levantamento do relevo do terreno, e levantam voo em pequenas áreas, não necessitando de grandes extensões. Entretanto, por ainda ser uma tecnologia nova e necessita do uso de mão-de-obra especializada, é um serviço mais caro que os demais, porém, levando em consideração suas vantagens e a sua utilização em propriedades com difícil acesso ou com dificuldades de se fazer uso de aviões essa tecnologia pode ser uma alternativa interessante.
Na agricultura de precisão o uso do sensoriamento remoto é de grande importância, pois ele supriu a necessidade de repetidas informações das condições do solo e necessidades da cultura em questões de nutrição ou disponibilidade de água. Verificamos que, atualmente, levamos em consideração que o solo as áreas de plantio são iguais, assim utilizamos uma média da fertilidade da área para uma posterior adubação, com isso não se leva em conta a fertilidade específica de cada área, porém, na agricultura de precisão, com uso do sensoriamento remoto se analisa cada área, metro a metro, de maneira independente.
Com isso, a agricultura de precisão proporciona grandes benefícios para os seus usuários, tais como: - Redução do grave problema do risco da atividade agrícola; - Redução dos custos da produção; - Tomada de decisão rápida e certa; - Controle de toda situação, pelo uso da informação; - Maior produtividade da lavoura; - Mais tempo livre para o administrador; - Melhoria do meio ambiente pelo menor uso de defensivo.
Outra possível utilização na agricultura é através do estudo e análises de imagens de satélites podemos obter informações sobre: as características funcionais dos cafezais (resistência, resiliência, entre outros); a duração e a intensidade da seca; nutrição da planta; dentre outros, sendo de estas informações de grande importância estratégica para a tomada de decisão.
Na cafeicultura temos como o sensoriamento remoto o Cafesat que visa espacializar as lavouras de café e o monitoramento das mesmas nas principais regiões produtoras do Brasil. No momento, o mapeamento está disponível apenas para os estados de Minas Gerais e São Paulo. O projeto Cafesat surgiu no ano de 2005 com um grande desafio, ou seja, provar que é possível mapear a cafeicultura brasileira nas principais regiões produtoras do País, por meio de imagens de satélites e disponibilizar essas informações num ambiente web. É evidente que a metodologia adotada para mapear soja, cana-de-açúcar, trigo, não é adequada para o café. Assim, foram precisos muitos esforços no sentido de estabelecer uma metodologia apropriada e quase que exclusiva para o café, fundamentada na interpretação visual das imagens na tela do computador. Em outras palavras, quase tudo que foi projetado para esse estudo e levantamento das áreas cafeeiras e teve que ser investigado inicialmente. Na página do programa encontra-se maiores informações, acesse.
Referências Bibliográficas
ANDRADE, D.; NOGUEIRA, J. M. P.; COELHO, G. L. M.; CAMPOS, J. P. L.; BARBOSA, J. P. R. A. D. Resistência e resiliência dos cafezais do sul de minas gerais ao deficit hídrico: uma abordagem através de índices de vegetação. VII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil. 22 a 25 de Agosto de 2011, Araxá – MG.
INPE. Acessado em 10/04/14: Disponível em https://www.dsr.inpe.br/laf/cafesat/index.html
MDA. Acessado em 10/04/14. Disponível em: https://portal.mda.gov.br/terralegal/pages/georreferenciamento.