O bicho-mineiro é considerado a praga mais disseminada nas plantações de café em todo o mundo. As lesões ou minas provocadas nas folhas, pelas lagartas, minimizam a capacidade de fotossíntese, uma vez que reduzem a área foliar. Deste modo, não havendo controle, pode acarretar em perdas de produtividade que podem chegar a 85%, como mostra o Cooxupé em Foco.
Essa praga ocorre somente na cultura do café e se desenvolve com mais facilidade em condições de maior insolação e baixa umidade do ar, como o Cerrado Mineiro. De acordo com Leandro Lifonso de Souza, do Departamento Técnico da Cooxupé, o bicho-mineiro pode ocorrer em diferentes fases de desenvolvimento do café. “O bicho-mineiro se encontra em quatro fases na lavoura: ovos, larva, pupa e fase adulta, que é uma mariposa. Para a identificação, devemos olhar tanto o terço superior, quanto o terço médio dos pés de café. Fazer a avaliação andando pelo talhão e ver a porcentagem da praga”, explica.
Segundo ele, há casos em que o controle se restringe a uma fase de desenvolvimento do bicho-mineiro. Entretanto, com eficácia apenas parcial. “Muitas vezes, identificamos a presença de mariposa e, assim, fazemos o controle específico para aquela fase. Mas, depois de um tempo, encontramos as larvas. O que isso significa? Que a mariposa já havia depositado na planta. Então, em poucos dias, aparecem as larvas. Desse modo, não fomos 100% eficazes no controle”, exemplifica.
Como controlar corretamente?
Atualmente, existem quatro controles específicos para proteger a lavoura de café do bicho-mineiro. “O primeiro deles é o manejo químico, em que usamos defensivos. Tem o controle biológico com crisopídeos e vespas. Temos ainda o mix de cobertura, que ajuda no controle da praga. E, por fim, tem a parte mecânica, com uso de trincha e roçagem”, comenta Leandro.
Edvaldo Alceu Horácio, cooperado da Cooxupé de Monte Carmelo (MG), comenta dos cuidados que mantêm com os pés de café. “Aqui só usamos herbicida duas vezes. Normalmente, utilizamos só roçadeira e trincha. Através dos agrônomos e técnicos da Cooxupé, procuramos fazer o melhor possível, dentro do que exige a cafeicultura”, afirma o produtor.
Equilíbrio fitossanitário
Ao escolher o uso de defensivos químicos, a preferência deve ser por moléculas seletivas, pois elas não atingem inimigos naturais e mantêm, portanto, o equilíbrio fitossanitário da lavoura. Nesse caso, usar excessivamente produtos químicos pode levar ao desequilíbrio, uma vez que elimina, sobretudo, os predadores naturais do bicho mineiro.
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