As rosetas de café são os locais, junto aos nós dos ramos laterais, onde ocorre a frutificação do cafeeiro. Ali, a quantidade de frutos, o seu número por roseta, é um fator muito importante para se chegar a uma boa produtividade da lavoura.
A produção do cafeeiro, e, consequentemente, do cafezal, atende a uma fórmula matemática, em que a sua área produtiva, representada pelo número de ramos laterais, ao ser multiplicada pelo número médio de nós do ramo e pelo número de frutos por nó, resulta em no total de frutos por planta. Assim, um cafeeiro que possui 100 ramos produtivos, com média de 7 nós produtivos e 10 frutos por roseta, teria uma produção de 7000 frutos, ou cerca de 11,6 litros de frutos por planta.
Neste último ano, temos recebido muitas consultas, com informações de produtores que apontam um menor número de frutos nos ramos produtivos. Eles indagam o porquê disso.
A resposta, que se aplica à maioria dos casos, está no estresse que as lavouras vêm sofrendo, que tem levado as mesmas à desfolha e ao balanço desfavorável de reservas que conseguiram manter, importantes no pegamento dos frutos.
Os experimentos realizados pela pesquisa, com diferentes níveis de desfolha efetuados nas plantas, mostraram que quanto maior o enfolhamento, maior resultará o número de frutos por roseta. Uma boa quantidade de frutos, normal em plantas que vão ser bem produtivas, é aquele acima de 10 a 15 frutos/roseta.
O estresse hídrico continuado, no ano de 2014, promoveu o desgaste dos cafeeiros e, assim, as plantas chegaram à floração com menores reservas. Veio a florada, e, nessa condição desfavorável, mesmo lavouras que apresentavam, teoricamente, bom potencial produtivo, como aquelas esqueletadas em 2013, que tiveram safra zero em 2014, apresentam, agora em 2015, um número insuficiente de frutos nos ramos.
Algumas lavouras tiveram problemas já na floração. Outras lavouras floriram bem, mas tiveram perda anormal de chumbinhos, em dezembro a janeiro.
Outra causa que leva à redução de frutos por roseta, é o ataque por doenças das inflorescências - nos botões, flores e chumbinhos. Neste ano, em função do período seco e quente, estas doenças tiveram pouca importância.