Hoje em dia, a doença ocorre mesmo em cafeeiros novos, nos dois primeiros anos, basta que exista matéria orgânica, caracterizando uma forma diferente de ocorrência da doença. Recentemente observamos esse tipo em uma plantação de café catuai, de menos de 2 anos de idade, em Porciúncula-RJ. A morte das plantas foi se expandindo ao redor de um toco de abacateiro, este tendo sido cortado faz 2-3 anos. A ocorrência foi grave, pois já matou mais de 20 plantas.
Verificou-se a ocorrência dos sintomas típicos, iniciando por um amarelecimento geral do cafeeiro, como se estivesse com carência nutricional. Depois a planta começa a murchar, as folhas secam e a planta acaba morrendo. Ao arrancar a planta pode-se ver, na região do colo e sobre a parte inicial da raiz primária, a casca solta, apodrecida e sob ela aparecem rizomorfas, micélios escuros. Em seguida aparece o ataque de cupins, porem estes são secundários, se alimentando, apenas, da celulose da madeira morta. Nas plantas onde o ataque é inicial, ao contrário, ao se cortar na região do colo, pode-se ver a casca e o lenho bem amolecidos e sob a casca aparece um micélio branco.
As espécies de Roselinea mais comuns em cafeeiros são a R. pepo e R. bunodes. Fungos do gênero Roselinea causam podridão em várias espécies arbóreas, como o cacaueiro, a erva mate, a macieira, a videira etc.
A propagação da doença, a partir de uma fonte de matéria orgânica, para os cafeeiros e destes para outros sadios ocorre pelas estruturas miceliais do fungo, que caminham sob as camadas superficiais do solo. Não existem fungicidas para controle químico da doença. Assim, as medidas de controle devem ser aquelas voltadas para redução do inoculo, arrancando e queimando o toco e os cafeeiros mortos, aplicando cal dolomitica para acelerar a decomposição da matéria orgânica e fazendo valas, com cerca de 50 cm de profundidade, em volta da área infectada, isto para interromper a caminhada do fungo. Após a decomposição da MO pode-se efetuar o replantio, com novas mudas.
No ataque em Porciúncula vimos como as valas são efetivas, pois na parte superior da área atacada, havia um cordão em contorno e a doença só caminhou lateralmente, não sendo capaz de ultrapassar o cordão, evidenciando que o fungo caminha nas camadas superficiais do solo.
O pessoal da roça costuma “cercar” a doença com plantio de um renque de plantas de abacaxi, parecendo ser uma medida efetiva, pois as raízes dessa planta formam uma barreira subterrânea. Nesse caso, parece que as raízes do abacaxizeiro são resistentes ao fungo Roselinea. Não existem trabalhos de pesquisa que comprovem isto, mas a sabedoria do pessoal do campo sempre tem fundo de verdade.