O equipamento tratorizado, conhecido como roça-carpa, foi muito usado no passado na capina em cafezais, mas ainda tem sido muito útil na capina da linha de cafeeiros jovens, nos dois primeiros anos de formação da lavoura.
O controle do mato em cafezais é feito para minimizar a concorrência que as ervas daninhas estabelecem com os cafeeiros, competindo pela água, pelos nutrientes e pela luz. Esse controle pode ser feito por processos manuais, mecânicos ou químicos, existindo, em mínima escala, sistemas de controle com descargas elétricas e com vapor, além de uso de animais.
No passado, nas lavouras de café, muito se usava do controle do mato de forma manual, com enxada. Depois, com a expansão da cafeicultura, em áreas mecanizáveis passou-se a utilizar, em maior escala, equipamentos tratorizados na capina. Havia opções de uso de grades, cultivadores, enxada-rotativa, vibro-carpa e roça-carpa, além da roçadeira e, mais recentemente, foi introduzida a trincha. As grades normais, pesadas, o cultivador de enxadas, a enxada-rotativa e a vibro-carpa foram abandonados por desagregar demais o solo, cortar raízes do cafeeiro (no caso da grade e da enxada-rotativa) e por funcionarem bem somente com mato pequeno (para os casos dos cultivadores e da vibro-carpa).
Na evolução dos sistemas de controle do mato em cafezais, considerando a maior facilidade e menor custo, houve concentração e uso generalizado do controle químico com herbicidas, isoladamente ou em combinação com roçadas (roçadeira e trincha).
Ultimamente, em função do aparecimento de ervas resistentes a alguns herbicidas, além de haver necessidade de introduzir novos produtos, tornou-se preciso retornar ao uso de métodos mecânicos para contornar o problema.
O equipamento, conhecido por roça-carpa ou ainda como capinadeira-roçadeira, acoplado ao trator e acionado pela sua TDF, foi bastante usado nas décadas de 70 a 90, e agora até saiu de fabricação, existindo, atualmente, exemplares usados, os quais vêm sendo novamente utilizados. Uma situação em que se observa sua boa utilidade é na trilhação de cafeeiros em formação, ou seja, na capina junto á linha, em substituição ou para facilitar a trilhação com enxada.
A roça-carpa pode ser central ou lateral, existindo a possibilidade de ajuste do mesmo equipamento para operar das duas formas. Ela possui um conjunto de enxadas, as quais trabalham horizontalmente, ou seja, podendo cortar as ervas pelas raízes, sem revolver demasiadamente ou pulverizar o solo. Existem modelos mais simples, com quatro enxadas, e modelos mais novos, com seis enxadas (estes possuindo um tipo de contraenxada, que serve para tirar o mato e resíduos de terra que poderiam ficar aderidos às enxadas). As duas marcas encontradas em modelos usados no mercado foram da Kamaq e da Jabuti, podendo existir outros que não conseguimos identificar.
O equipamento capinador aqui descrito, além de cortar o mato pelas suas raízes, faz um acerto do terreno, comumente deixado irregular no pós-plantio. A faixa capinada fica com uma largura de cerca de 0,8 a 1,0 m.
Trilhação na linha de lavoura nova de café (com cerda 1,5 ano), feita com a roça-carpa. Coromandel (MG), jan/19.
Trilhação feita com roça-carpa em área montanhosa terraceada, deixando a faixa limpa junto aos cafeeiros jovens. O meio da rua recebeu a roçada. Botelhos (MG), jan/19.
Vista superior de dois modelos de roça-carpa, da Kamaq (esq.) e da Jabuti (dir.), montados para capina lateral.
Parte inferior do modelo de roça carpa com seis enxadas, vendo-se o detalhe da enxada (embaixo) e da contra-enxada (em cima).
Parte inferior da roça-carpa do modelo com quatro enxadas.