A poda de recepa, efetuada em uma área de 80 ha de cafezal catuai, depois de 12 safras colhidas, na região quente de Pirapora, resultou em rápida e plena recuperação dos cafeeiros, por novas brotações ortotrópicas.
Por se tratar de uma área de baixa altitude (520 m) e de temperatura alta (média anual de 24,5º C), condição considerada, até pouco tempo, inadequada e estressante para cafeeiros arábica, havia desconfiança, de alguns técnicos, acerca da capacidade de recuperação dos cafeeiros podados nessa região, ou seja, havia temor sobre o vigor e a longevidade da plantação.
A área corresponde a um pivô com plantio circular, no espaçamento de 3,6 x 0,5m, com irrigação com lepa, os cafeeiros tendo, na época da poda, cerca de 14 anos. A recepa foi feita um pouco mais baixa que o usual, a 20-30 cm, para favorecer uma saia mais baixa e reduzir a desbrota. A poda foi realizada em set de 2013, sendo conduzida com uma só haste por planta.
Em agosto de 2015 as plantas já atingiram a uma altura de cerca de 1,5 m e na safra deste ano resultou uma produtividade de cerca de 30 scs por ha, com previsão de colheita, em 2016, de 60-70 scs/ha.
A recuperação observada na lavoura foi muito boa, superior, até, àquela verificada em condições de temperaturas mais amenas. Em todo o pivô, com área de 80 ha, com um parque de cerca de 450 mil plantas, houve necessidade de apenas 2000 replantas, com mudões.
Assim, conclui-se que, ao contrário do que se conjecturava, a recuperação de cafeeiros de variedades de C. arábica, como a Catuai, no pós-recepa, se torna plenamente eficiente, mesmo em zonas quentes.
Ressalta-se que a recepa foi necessária diante do prolongamento do ciclo produtivo dos cafeeiros, em função da exigência de rendas com a produção. No entanto, verificou-se que, nessas regiões quentes, o ciclo deveria ter sido menor, com a indicação de poda de esqueletamento/decote mais cedo, após à 6ª ou 7ª safras, com isso seria evitada a recepa.