A poda do cafeeiro é uma técnica há tempos conhecida por técnicos e cafeicultores. Sua utilização, no entanto, só se intensificou no início dos anos 70, com o plantio das lavouras no sistema de renque e com os planos de renovação de cafezais.
Na cafeicultura moderna, a poda passou a ser incorporada às práticas usuais de manejo. Ao contrário do que muitas vezes se acredita, ela não aumenta a produtividade do cafeeiro, mas pode, sim, ser um recurso eficiente na regularização da safra, bem como facilita a execução das diversas operações de manejo e de colheita.
Também é indicada quando se quer fazer uma correção na arquitetura da planta, como é o caso de lavouras com excesso de ramos ortotrópicos (“ladrões”), que tiveram perda de ramos produtivos, ou ainda, quando estes se encontram entrelaçados, diminuindo a entrada de luz na planta e dificultando a colheita.
Melhora as condições para o controle fitossanitário, principalmente da ferrugem e da broca, assim como promove um aumento da luminosidade e arejamento da lavoura. É importante ressaltar que é uma operação trabalhosa e onerosa que, além de aumentar os tratos culturais (manejo do mato e desbrotas), requer trabalhadores treinados, com orientação técnica, máquinas e equipamentos específicos.
Do ponto de vista exclusivamente econômico, devem-se fazer podas em anos de carga alta. Entretanto, é necessário que no manejo da lavoura, desde o ano anterior, tenham sido realizados um controle eficiente de pragas de solo e uma boa nutrição do cafeeiro, isto porque, se a planta estiver muito esgotada, seja por exaustão de reservas ou por ataque de pragas de solo, há o risco de insucesso na recuperação da lavoura, principalmente quando se tratar de poda drástica.
Pesquisas apontam que quando a poda é realizada após a colheita, a planta terá tempo para recompor a sua área produtiva, resultando em maior produção nas primeiras safras pós-poda. Em locais sujeitos à geada, é prudente fazer a poda a partir do mês de agosto.
Já na implantação da lavoura, é importante levar em consideração o sistema, bem como o tipo de poda que se pretende realizar no futuro. Por exemplo, quando se faz opção pelo plantio do café em espaçamentos mais adensados, necessariamente, deve-se prever a realização das podas com mais frequência.
As informações são da Emater – MG – Manual do Café, Manejo de Cafezais em Produção.