Novas cultivares de café arábica já estão disponíveis, para plantio pelos cafeicultores, depois do seu registro, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), feito recentemente, em junho de 2014, pela Fundação Procafé.
São 4 cultivares denominadas Guará, Beija Flor, Asabranca e Siriema AS 1, materiais genéticos que reúnem boas característica vegetativas e produtivas. São todos com plantas de porte baixo, possuem boa produtividade e vigor, também todos com resistência à ferrugem e, no caso da Siriema, também resistência ao bicho mineiro.
As cultivares Guará e Beija Flor são oriundas de seleções dentro do material de Catucai Vermelho, híbrido natural entre o Icatu e o Catuai, que apareceu em S.J.V. Rio Preto (RJ), em 1984 e 1985. Depois disso, foi selecionado, em gerações sucessivas, na Fazenda Experimental de Varginha e em campos em diversas regiões cafeeiras. Guará descende da cv 20-15-476 e Beija Flor da cv 36-6-365.
A cultivar Beija Flor - se mostra com alto vigor e boa tolerância também a períodos de stress hídrico. Apresenta bons níveis de produtividade e maior resistência à ferrugem, sendo, em relação às demais, com maturação mais precoce dos frutos, de cor vermelha.
A cultivar Guará - depois de várias seleções feitas na região de Cerrado, tem se mostrado muito produtiva, com boa tolerância à ferrugem e alto vigor, evidenciando, ainda, em trabalhos iniciais, maior tolerância à Pseudomonas. As plantas apresentam porte baixo, porém com maior altura em relação ao Catuai, os frutos são vermelhos, de bom tamanho e de maturação média e mais uniforme.
A cultivar Asabranca é oriunda do material de Acauã, resultado do cruzamento, feito na década de 1980, no ex-IBC de Londrina (PR), entre o Sarchimor 1668 e o Mundo Novo. As seleções em seguida foram feitas nas Fazendas Experimentais de Caratinga e Varginha, e, mais recentemente, o material foi selecionado no Cerrado Mineiro, em Coromandel, onde foram destacadas as cvs 65 e 66, que apresentam alta produtividade e maior uniformidade de maturação. O nome Asa branca vem de um pássaro, como o Acauã, também do sertão, se deve ao material que tem apresentado boa tolerância à seca. A resistência à ferrugem chega, até o momento, ao nível de imunidade, a tolerância ao nematoide M. exígua é boa, os frutos são de cor vermelho escura, quase vinho e de maturação tardia.
A cultivar Siriema AS 1, é oriunda do material de Siriema, cruzamento entre C. arabica (M. Novo), com C. racemosa, com seleção em seguida e retro cruzamento com catimor, realizado na década de 1980, na Fazenda Experimental de Caratinga, seguindo-se seleções em Varginha. Mais recentemente, nos Campos de Coromandel e Varjão de Minas, no Cerrado Mineiro, região muito atacada pelo bicho-mineiro. A cultivar tem porte baixo e menor diâmetro de copa, o que facilita para plantios mais adensados, o que compensa sua menor produtividade por planta. Sua grande vantagem é a resistência múltipla, aos dois principais problemas fitossanitários do cafeeiro - a ferrugem e o bicho mineiro. Ela se apresenta com alto nível de resistência mesmo quando reproduzida por sementes, o que tem sido difícil em outras seleções do Siriema, as quais vem sendo reproduzidas por clonagem. A outra vantagem é sua alta precocidade de maturação, o que dá para combinar bem em programas de colheita, especialmente em regiões muito frias. Os frutos são de cor amarela e apresentam grãos dentro da normalidade quanto a chochos, chatos e conchas.
Maiores informações sobre as características das cultivares e sobre a disponibilidade de sementes podem ser obtidas através do e-mail contato@fundacaoprocafe.com.br.