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Produtividade e retorno econômico para o conilon

POR CARLOS OTÁVIO RIBEIRO CONSTANTINO

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 26/09/2008

3 MIN DE LEITURA

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Analisemos a partir de agora os três pilares para o retorno econômico na maioria das atividades agrícolas, dentre elas a cafeicultura: produtividade, escala de produção e custo equilibrado. Neste artigo, observaremos a importância do item produtividade para a atividade cafeeira, usando dados econômicos reais do Projeto Educampo, fruto do acompanhamento técnico e gerencial realizado na região Noroeste Capixaba.

A cafeicultura do conilon em muito avançou nos últimos anos no aspecto tecnológico, o que vem proporcionando o alcance de produtividades até então inimagináveis. No entanto, muitos produtores ainda permanecem com práticas ultrapassadas, contribuindo para que a média de produtividade no estado do Espírito Santo, segundo dados oficiais, se encontre ainda hoje em apenas 20 sc/ha, com variações entre as regiões produtoras.

Pelo acompanhamento gerencial, podemos afirmar que tal produtividade não consegue remunerar o produtor, conforme mostraremos a seguir. Diferentemente, produtividades de 40, 60 ou 80 sc/ha permitem estabelecer relações entre investimento e rentabilidade em cada caso, com retorno financeiro ao produtor.

Quadro 1. Indicadores Econômicos comparados a diferentes produtividades na safra 2007/08.



Pelo quadro acima, podemos obter importantes conclusões para a cafeicultura sob o ponto de vista econômico. Com relação à produtividade de 20 sc/ha, o produtor somente conseguirá resultado positivo se a margem bruta por ha for de R$ 752,63. A análise de margem bruta é uma análise de curto prazo, pois considera somente o COE - Custo Operacional Efetivo, ou seja, aquilo que o produtor investe diretamente na lavoura sem considerar, portanto, mão de obra familiar, depreciação e remuneração de capital.

Quando verificamos a margem líquida e lucro por ha, percebemos que os valores são negativos. Dessa forma, a atividade não apresenta sustentabilidade econômica a médio e longo prazos, pois o produtor não consegue refazer os itens necessários a manutenção da propriedade, como renovação de lavouras, manutenção, troca de máquinas e irrigação, por exemplo. Para a produtividade considerada, não ocorre remuneração do capital com e sem terra.

A partir de 40 sc/ha, observa-se melhora substancial de todos os indicadores, o que demonstra na prática que a atividade pode gerar lucratividade e ser vista como um investimento. Cabe aqui salientar que, para se alcançarem tais produtividades, torna-se necessário um maior investimento por ha, com consequente aumento do risco inerente ao processo de busca de melhor rentabilidade.

No quadro abaixo, temos "produtividade", "lucro por ha", "CT - Custo Total por ha", o investimento necessário para as mudanças entre as faixas de produtividades e também a relação custo/benefício do investimento objetivando maiores produtividades.

Quadro 2. Produtividade, Relação custo/benefício, Lucro, Custo Total e Investimento por hectare



À medida que aumenta-se a produtividade, aumentam também os investimentos com adubação, colheita e pós-colheita, mas com correção da relação custo/benefício. No caso, para cada R$ 1,00 investido a mais na lavoura, foi gerado R$ 0,75 com o aumento da produtividade de 20 para 40 sacas; R$ 0,71 de 40 para 60 sacas e R$ 1,37 de 60 para 80.

O gráfico 1 mostra o comportamento do custo e do lucro associados à elevação de produtividade.

Gráfico 1. Produtividade associada a lucro e custo total por hectare


Fonte: Educampo

Cabe aqui ressaltar que o investimento deve ter acompanhamento sistemático, tanto no item técnico, que definirá os procedimentos a serem adotados na lavoura, como gerencial, que além de permitir a aferição dos investimentos e resultados, permitirá saber a melhor forma de realizá-los, com vista no objetivo almejado. Investir, simplesmente, não significa obter seguramente os resultados.

Muitos produtores investem de forma equivocada, sem critérios técnicos e econômicos, e acabam por aumentar o custo sem elevar a produtividade na mesma proporção, ou de maneira mais otimizada. Por fim, podemos tirar duas importantes conclusões para a cafeicultura do conilon capixaba:

1-) A grande maioria dos produtores vem obtendo baixa ou nenhuma rentabilidade com a cafeicultura, pois a média de produtividade do estado ainda é baixíssima;

2-) A atividade possui rentabilidade e lucratividade interessantes quando bem conduzidas, através de acompanhamento técnico e gerencial.

CARLOS OTÁVIO RIBEIRO CONSTANTINO

Engenheiro Agrônomo formado na UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Atua como consultor técnico no Projeto Conilon Eficiente COOABRIEL.

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WANDEMBERG NEVES FREITAS

RESPLENDOR - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 29/09/2008

Excelente artigo. Bons gráficos, com bom detalhamento. Artigos assim são sempre bem-vindos.

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