No passado a fase de formação das lavouras de café demorava muito e, assim, a produção da 1ª safra significativa nas plantas, só era esperada depois do 3º- 4º anos.

Atualmente, o que se deseja é uma maior precocidade produtiva no cafezal, a qual vem sendo alcançada com a melhoria nos sistemas de plantio, o uso de novas variedades, os cuidados na preparação da área e os tratos dos cafeeiros jovens. Com esse conjunto de práticas, já se torna possível produzir de 10 a 15 scs/ha na safra inicial, com 1,5 ano de idade das plantas no campo e mais de 40 scs/ha nas lavouras aos 2 a 2,5 anos de idade.

O uso de mudas bem formadas e de bom tamanho, plantadas em sulcos/covas bem preparados e adubados, constituem o início do manejo adequado, para antecipar a produção dos cafeeiros jovens.

O plantio mais cedo, dentro do ano agrícola, a partir de outubro a novembro, também permite que os cafeeiros cheguem mais desenvolvidos e, assim, mais produtivos na 1ª safra.

A irrigação desde o plantio é outro fator muito importante para a precocidade produtiva no cafezal, pois condiciona um crescimento maior e mais uniforme das plantas. Nesse aspecto, o diferencial de produtividade apenas da 1ª safra na lavoura irrigada, se comparada à situação de sequeiro, normalmente já paga o investimento realizado no sistema de irrigação.

A região de plantio também afeta a precocidade produtiva dos cafeeiros. Regiões mais quentes, com temperatura média anual na faixa de 22 e 24º C, onde praticamente não existe nenhum mês do ano com frio (temperatura média mensal abaixo de 19ºC), condicionam o aceleramento no crescimento das plantas e antecipa alta produtividade nos cafeeiros. Sendo o exemplo disso as regiões cafeeiras do Norte de Minas Gerais e do Oeste Baiano, onde mesmo em plantios em renque mecanizado têm sido obtidas produtividades de 15 a 20 scs/ha com 1,5 ano e mais de 70 sacas/ha aos 2,5 anos, especialmente nos plantios feitos mais cedo, até dezembro.

Outros aspectos importantes no melhor desenvolvimento dos cafeeiros jovens são a nutrição adequada e o controle do mato, deixando a linha sempre limpa e o controle de eventuais pragas e doenças para garantir o vigor e a saúde das plantas.

Por fim, o uso de variedades precoces na produção e espaçamentos com maior número de plantas por área são essenciais na maior produtividade inicial da lavoura de café. Variedades de porte baixo no geral são mais precoces na produtividade, isto não sendo por si fator limitante ao uso daquelas de porte alto. Espaçamentos adensados ou semi-adensados onde for conveniente, ou mesmo em renques mecanizados - estes com menores distâncias na linha (0,5m), de forma a condicionar de 5000 a 7000 plantas por há - são os ideais para maior produtividade na lavoura, tanto a curto como em longo prazo.

Vejam uma plantação jovem, bem conduzida, aos seis meses de campo já com florada. Variedade Acauã Novo, em Elói Mendes - Sul de Minas, setembro de 2015



Cafeeiros com irrigação, recém-colhidos, na idade de 23 meses, na época da colheita em que produziram 48 scs/há. Variedade Arara, em região mais quente, a 700 m de altitude. Norte de Minas Gerais, em Águas Vermelhas, julho de 2015



Frutificação da cultivar Arara aos 23 meses – Machado Mineiro, Águas Vermelhas (MG)