Ao lidar com os filhos, os pais devem levar em conta a diversidade humana que tem em casa. Apesar da criação ser aparentemente a mesma, cada ação dos pais é registrada de forma diferente pelos filhos.
Com o passar dos anos as famílias são compostas de pais, filhos, genros e noras com diversidade ainda muito maior que a estrutura familiar inicial.
A Gestão e a Sucessão no agronegócio brasileiro até poucos anos atrás se dava de maneira intuitiva.
Atualmente as propriedades rurais tornaram-se verdadeiras empresas onde são utilizadas altas tecnologias, com patrimônio bastante diversificado, além da terra existem (construções, instalações, máquinas, equipamentos, marcas e genética), ativos estes difíceis de serem geridos e divididos por intuição.
Por trás de todo o patrimônio e do negócio existem famílias, pessoas que pensam e agem diferentes e que se não forem bem administradas as relações, certamente levarão o Negócio e o Patrimônio ao fracasso.
Dentro desta realidade que é o agronegócio brasileiro, a SAFRAS & CIFRAS vem trabalhando ao longo dos anos com a Estruturação do Negócio Familiar e o Planejamento Sucessório.
Procuramos distinguir a grande diferença que existe entre Explorar a Propriedade e Transferir o Patrimônio.
Na nossa visão todos os filhos têm o direito de receber o valor do patrimônio familiar dividido igualitariamente, mas o mesmo não é verdadeiro na participação da exploração do negócio, já que alguns poderão ter uma dedicação maior que outros no mesmo.
Temos operacionalizado as duas formas como acabamos de citar e os resultados têm sido excelentes.
Com este formato de gestão das propriedades rurais exploradas por pais e filhos, temos conseguido manter a relação familiar e a unidade do negócio.
A nossa ação é conseqüência do conhecimento de como funcionam as empresas familiares rurais que apresentam uma complexidade de caminharem juntos, negócio e família, que separados já são difíceis, podemos imaginar quando existe uma relação próxima de amor e dinheiro.
No meio rural ainda é mais complexo porque além da relação de amor e negócio existe um terceiro fator que é o espaço físico das propriedades com suas histórias, acessos, sedes, fontes de água, solos diferentes e muitas vezes residências dos proprietários junto às mesmas.
Nos negócios familiares o relacionamento precisa continuar mesmo depois de alguém sair da empresa ou se separar do cônjuge, o que seria importante, mas não necessário em negócios que tenham outros sócios que não são da família.
Muitas vezes são os conflitos familiares e não o clima e mercado que barram o desenvolvimento dos negócios rurais familiares.
Dúvidas e ações que normalmente tem os pais que trabalham com filhos nas propriedades rurais:
• Conflito de gerações;
• Pais que julgam ter poder de vida e morte sobre o negócio e a propriedade;
• Como o filho pode participar do negócio?
• Parceria;
• Pró-labore;
• Participação no resultado do negócio;
• Falta de controles econômicos, o que dificulta aos pais e filhos de quantificar a participação dos mesmos no resultado do negócio;
• Tem renda para que todos os filhos possam trabalhar na propriedade?
• Os filhos que trabalham fora da propriedade em outras atividades têm direito a um percentual do resultado do negócio?
• Como distribuir as responsabilidades na propriedade entre pais e filhos para que diminua os conflitos?
• Os filhos que trabalham fora da propriedade em outras atividades, devem ser informados em algum momento durante o ano sobre como anda o negócio?
• Tributariamente, qual a melhor forma dos filhos participarem do negócio, visando diminuir o custo dos impostos?
• Devem existir reuniões periódicas entre pais e filhos que trabalham juntos para que os assuntos de gestão não sejam tratados em momentos de lazer da família?
• Os filhos que trabalham na propriedade poderão ter explorações agropecuárias separadas dentro do imóvel ou fora dele que se comunique com o negócio dos pais na utilização comum de máquinas, equipamentos, etc?
• Posteriormente ao casamento dos filhos que trabalham na propriedade como deverá ser a relação com os cônjuges dos mesmos?
• Os filhos que trabalham com os pais, deverão na sucessão ter uma participação maior no patrimônio (terra)?
• Quais são as conseqüências dos pais comprarem terras para os filhos que trabalham juntos em detrimento dos demais?
• Qual o melhor momento de estabelecer a relação comercial entre pais e filhos?
• É importante que existam regras escritas que determinem a relação?
O segredo está na forma de como os pais e filhos interagem. Se pais e filhos forem diferentes brigarão, se forem muito iguais, acabarão brigando também. Se forem cheio de idéias, mas nenhum for bom para executá-las, o negócio não irá para frente.
Os filhos se enriquecerão ao escutar seus pais, da mesma forma, os pais também têm muito a ganhar se ouvirem os filhos, pois muitas vezes eles estão mais sintonizados com as atuais necessidades do mercado.
Ações desenvolvidas pela SAFRAS & CIFRAS junto as famílias (pais e filhos) que trabalham conjuntamente em propriedades rurais:
• O pai não deve forçar a entrada dos filhos no negócio familiar porque afinal o tempo está a favor deles, a menos que o mesmo precise com urgência;
• Na situação de todos os filhos ou alguns deles explorarem o negócio conjuntamente com os pais, as recomendações da SAFRAS & CIFRAS são as seguintes:
• Para diminuir o conflito da família, o primeiro passo é organizar a propriedade e o negócio, para que possa ser administrada econômica e financeiramente;
• Estabelecer rotinas de reuniões entre os membros da família que participam da gestão da propriedade;
• Uma vez por ano no mínimo deve ser realizada uma reunião e apresentado um Demonstrativo do Resultado do Negócio para os filhos que não participam do mesmo. A propriedade e o negócio não podem ser tratados como se fosse um cofre, que só conhecem o segredo dos mesmos, pais e filhos que estão participando da gestão diretamente;
• Definir claramente as funções dos pais e filhos na gestão da propriedade para que diminuam os atritos.
• O negócio pode não ter capacidade econômica que permita a participação de todos os filhos da renda do mesmo;
• Definida a participação dos filhos na gestão da propriedade deverá ser estabelecido de que forma participarão financeiramente. A SAFRAS & CIFRAS tem implantado formas de relações comerciais entre pais e filhos dentro da capacidade financeira do negócio, que permita atender as necessidades pessoais dos membros da família envolvidos diretamente e os filhos que estão fora do mesmo. É importante que esta tomada de decisão seja estabelecida no início da relação comercial de pais e filhos porque quanto mais tarde ocorrer a dificuldade de implantar a forma de participação será muito maior.
• Não deve ser permitido aos filhos que tenham relação comercial com os pais, que os mesmos tenham negócios similares paralelos aos da sociedade. Sempre que existirem atividades similares individuais paralelas ao negócio principal da família, a conseqüência é que ocorrerá desconfiança dos demais membros com relação a utilização dos recursos do negócio familiar em proveito individual, portanto, foco de atritos.
• A boa gestão de uma propriedade rural obriga que a mesma tenha controles econômicos, financeiros e físicos independente de explorar a mesma com a família ou não. No caso de ser explorada a propriedade entre pais e filhos é fundamental que existam estes controles para que possa ser dimensionado o resultado e conseqüentemente a participação de cada uma das partes envolvidas.
Estas são algumas das ações implantadas pela SAFRAS & CIFRAS na gestão de propriedades rurais que tem participação de pais e filhos no negócio.
As ações comentadas anteriormente apresentam resultados altamente positivos nos seguintes aspectos:
• Permite uma relação harmoniosa da família;
• Permite a continuidade do negócio familiar por mais de uma geração;
• Permite o crescimento econômico e financeiro da empresa;
• Estabelece uma relação comercial entre pais, filhos e netos;
• Permite que as novas gerações conheçam o negócio da família mais cedo e com isto possam tomar decisões com relação as suas carreiras profissionais;
• Permite estabelecer formas de participação ou não dos cônjuges no negócio familiar;
• Tranqüiliza os pais com relação ao processo de sucessão;
• Permite preparar a sucessão do patrimônio em vida, com custo e atritos muito menor;
• Obriga que a propriedade tenha controles e rotinas administrativas, o que faz melhorar a eficiência da gestão;
• Mantém o tamanho da propriedade além de fazer crescer a mesma, o que é extremamente importante para o aumento da escala de produção;
• Vence o desafio de transformar a família numa família empresária.
O êxito de um programa Sucessório vai depender da maneira que os pais preparam a sua família para o poder e a riqueza.
O processo de SUCESSÃO é inerente a vida das pessoas e das empresas e por isto deverão ser planejados e estruturados sempre com a presença dos pais.
Estamos conscientes que o aprendizado na vida das pessoas é permanente, mas temos certeza que as dúvidas e soluções aqui apresentadas, em muito ajudarão os produtores rurais na manutenção dos seus sonhos que é dar continuidade aos seus negócios através de seus filhos, mantendo a harmonia familiar.