A cultivar de cafeeiros Arara foi registrada no MAPA pela Fundação Procafé como sendo oriunda de hibridação natural entre o hibrido de Sarchimor Obatã (Sarchimor x Catuaí) e, provavelmente, o Icatu amarelo 2944.
Essa cultivar apresenta características muito desejáveis, como alta produtividade, bom vigor, resistência à ferrugem e tolerância a Pseudomonas e frutos amarelos graúdos e de boa bebida, além do porte baixo das plantas. Por isso, vem sendo bastante utilizada nos novos plantios.
Em relação às plantas normais da cultivar, uma novidade é a observação da ocorrência de linhagens com características diferentes quanto à cor dos frutos e ao porte dos cafeeiros, sendo plantas de frutos vermelhos e de porte alto.
Nos experimentos e campos de multiplicação da cultivar, no Sul de Minas e no Espirito Santo, apareceram plantas segregantes, que foram selecionadas e deram origem a duas novas linhagens, uma de porte baixo e frutos vermelhos, batizada como Arara FV, e outra de porte alto e frutos amarelos, chamada de Arara PA.
Essas novas linhagens do Arara se encontram em fase final de teste nos campos experimentais no Sul de Minas, mostrando já homozigose para as características selecionadas. Elas visam atender produtores que, acostumados com a cultivar Mundo Novo, apreciam mais plantas de porte alto.
Pela sua arquitetura mais aberta, as plantas de porte alto do Arara PA podem apresentar maturação mais precoce em relação às plantas do Arara original. No mesmo sentido, alguns produtores dão preferência a variedades de frutos vermelhos. Após os testes em andamento, as linhagens novas do Arara deverão se transformar em novas cultivares para registro e distribuição de sementes.
Detalhe de cafeeiro da cultivar Arara, de porte normal, baixo, à direita. De porte alto (Arara PA), à esquerda, podendo-se ver floração mais adiantada nas plantas de porte alto, pela sua ramagem mais aberta.