O suprimento de micronutrientes ao cafeeiro é feito em sua maior parte pela via foliar, através de pulverizações, que se mostram eficientes especialmente para o zinco e o cobre. Isso porque via solo esses nutrientes não se aprofundam e são limitados com facilidade em terrenos mais argilosos. Para o boro, embora a via solo seja a mais adequada, aproveita-se sua combinação em coquetéis de sais na calda ou mesmo adubos foliares formulados, também na sua aplicação via foliar.
A absorção dos micronutrientes pelas folhas do cafeeiro é influenciada por fatores externos e internos, como a tecnologia de aplicação, a luz, a temperatura, a umidade, a idade das folhas e seu estado nutricional. Na primeira fase da absorção ocorre a penetração cuticular passiva e depois a absorção celular, ativa.
A umidade da cutícula das folhas é um fator que se mostrou muito importante no aumento da absorção dos micronutrientes pulverizados. Um estudo recente, efetuado no laboratório da Fundação Procafé, constatou a importância do processo de absorção continuada por efeito de novo molhamento foliar, posterior ao secamento das gotas pulverizadas, sobre a absorção de micronutrientes pela folhagem.
Foram ensaiados três tratamentos, sendo a testemunha, sem aplicação dos micronutrientes e mais dois aplicados com micronutrientes - um deles com e outro sem a simulação posterior de orvalho na folhagem. Os produtos e concentrações usados na calda pulverizada foram Sulfato de Zinco a 0,5%, Ácido Bórico a 0,5% e Oxicloreto de Cobre a 0,4%. No tratamento com simulação de orvalho aplicou-se pulverização com água destilada, em gotas bem finas, duas vezes no primeiro e segundo dias após à pulverização dos micronutrientes. Uma semana depois, foram coletadas folhas das mudas, recebendo a lavagem da superfície com detergente usual e, em seguida, foram secas e analisadas quanto ao conteúdo de zinco, boro e cobre.
Os resultados das análises foliares sob efeito dos três tratamentos constam da tabela aqui incluída. Verificou-se superioridade de absorção no tratamento onde se simulou a ocorrência de orvalho, posteriormente às pulverizações com a calda dos micronutrientes. Para o zinco e boro essa superioridade do tratamento 2 foi significativa e para o cobre, apesar do nível foliar ser maior, não houve significância estatística, talvez por que se tratava de um produto de lenta liberação.
Os resultados obtidos permitem concluir que novas molhações com água, em situações de orvalho ou de chuva fina, que venham a ocorrer após à aplicação da calda com micronutrientes tornam a aplicação mais eficiente.