ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Micronutrientes: fontes e formas de aplicação

POR ANDRÉ GUARÇONI M.

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 28/03/2007

8 MIN DE LEITURA

23
3
Considerando a aplicação de micronutrientes como essencial para obtenção ou manutenção de elevadas produtividades na cafeicultura, cabe-nos discutir as fontes e as formas de aplicação desses nutrientes. Tentaremos abordar o assunto da forma mais prática possível. Entretanto, serão citadas as fontes de embasamento científico, quando não se tratar de uma questão levantada pelo próprio autor. O leitor nos perdoe, mas, por se tratar de um tema ainda muito controverso, isso se faz necessário.

Fontes

As fontes de micronutrientes podem ser subdivididas em três principais grupos: fontes inorgânicas, quelatos sintéticos e óxidos silicatados ("fritas ou FTE - Fritted Trace Elements"). Cada uma dessas fontes tem sua peculiaridade, o que irá refletir na forma de aplicação, no aproveitamento pelo cafeeiro e até no custo final da adubação.

As fontes inorgânicas são representadas pelos sais metálicos como sulfatos, cloretos e nitratos (sulfato de zinco, cloreto de zinco, nitrato de zinco, etc.), que são solúveis em água, e óxidos, carbonatos e fosfatos (óxido de zinco, carbonato de zinco, fosfato de cobalto, etc.), que são insolúveis em água. A solubilidade em água é um fator determinante para que o produto apresente maior eficiência agronômica em curto prazo, especialmente para aplicações localizadas em sulco ou cova e via foliar.

Os quelatos sintéticos são formados pela combinação de um agente quelatizante com um metal (Zn, Cu, etc.), por meio de ligações coordenadas. É a estabilidade da ligação quelato-metal que aumenta a disponibilidade, para as plantas, dos micronutrientes fornecidos como quelatos sintéticos. Esses são geralmente muito solúveis em água, mas, diferentemente dos sais simples, dissociam-se pouco em solução (Lopes, 1999).

Para Volkweiss (1991), essa é a principal vantagem dos quelatos, pois permite que os micronutrientes (Cu, Fe, Mn e Zn) permaneçam em solução sob condições que levariam à sua precipitação, como em soluções neutras ou alcalinas (pH > 7), e quando adicionados a solos calcários ou que receberam calagem além da necessária. Essa característica dos quelatos permite que sua eficiência agronômica seja maior do que a dos sais, quando adicionados a solos que por qualquer razão apresentem pH maior que seis.

Apesar de apresentarem maior eficiência agronômica em alguns casos, os quelatos são bem mais caros do que as fontes inorgânicas. Segundo Mortvedt (1999), citado por Lopes (1999), a eficiência relativa dos quelatos aplicados ao solo pode ser de duas a cinco vezes maior do que das fontes inorgânicas, mas, em contrapartida, o custo do quelato por unidade de micronutriente pode ser de cinco a cem vezes mais alto. Nesse caso, a flutuação de preços do mercado, como sempre, é que irá definir qual das fontes utilizar.

As "fritas - FTE" são produtos vítreos cuja solubilidade é controlada pelo tamanho das partículas e por variações na composição da matriz. São obtidas pela fusão de silicatos ou fosfatos com uma ou mais fontes de micronutrientes, a aproximadamente 1000º C, seguida de resfriamento rápido com água, secagem e moagem (Mortvedt e Cox, 1985; citados por Lopes, 1999).

As "fritas" são insolúveis em água. Por isso, quanto maior a superfície de contato entre as partículas dessa fonte e o solo, maior sua eficiência agronômica. Dessa forma, as "fritas" devem ser aplicadas, principalmente, na forma de pó fino e incorporadas ao solo. A aplicação de partículas maiores, na superfície do solo, fará com que a disponibilização dos micronutrientes seja muito lenta, considerando o requerimento imediato do cafeeiro. Por outro lado, a aplicação de partículas menores, em superfície ou com incorporação, pode ser uma prática interessante, se formos pensar no efeito residual dessa fonte, especialmente em solos arenosos e de textura média.

Existem no mercado, também, formulações que contêm apenas alguns ou que combinam diversos micronutrientes. Essa questão é complexa, pois envolve interesses econômicos distintos. Não irei comentá-la, deixarei a cargo de Rena & Fávaro (2000), os quais afirmam que, a manipulação de formulações comerciais é mais fácil na propriedade e seu uso fica condicionado apenas a aspectos econômicos, não a uma possível superioridade na eficiência agronômica.

O produtor deve ficar atento: não existe fonte mais adequada em relação, apenas, à eficiência agronômica, existe, sim, fonte mais adequada em relação ao binômio: eficiência agronômica/preço do produto.

Formas de aplicação:

Existem várias formas de se aplicar micronutrientes em uma lavoura. Iremos tratar da aplicação via solo e da aplicação via foliar, que são as mais importantes para a cultura do café.

Aplicação via solo

A aplicação de micronutrientes via solo visa aumentar a concentração dos mesmos na solução do solo. É a partir dessa solução que as raízes do cafeeiro absorvem os nutrientes. É necessário, portanto, que as fontes de micronutrientes utilizadas se solubilizem no solo em velocidade compatível com a taxa de absorção pelas raízes. Além disso, é importante que essas fontes sejam aplicadas em regiões onde possam ser alcançadas pelas raízes, pois alguns micronutrientes apresentam pouca mobilidade no solo, especialmente em solo argiloso.

Lopes (1999) enumera várias opções de aplicação de micronutrientes via solo. Dentre as citadas pelo autor, podemos destacar duas que podem ser utilizadas com maior facilidade para o café:

a) A lanço sem incorporação: em que os micronutrientes são distribuídos uniformemente na superfície do solo, isoladamente ou em misturas com NPK, mas não são incorporados.

d) Em covas ou sulcos de plantio: em que os micronutrientes são incorporados ao solo da cova ou sulco, isoladamente ou em misturas com NPK.

Em virtude das baixas dosagens empregadas, a aplicação uniforme nas lavouras pode constituir um problema para o manejo da adubação com micronutrientes (Resende, 2005). Para Lopes (1999), o problema será tanto maior quanto maior for a concentração de micronutrientes no fertilizante a ser aplicado.

Lopes (1999) relaciona algumas alternativas para melhorar a uniformidade de aplicação, via solo, dos micronutrientes. Dentre essas, as mais plausíveis para aplicação em café são:

1) Mistura das fontes de micronutrientes com fertilizantes simples, mistura de grânulos ou fertilizantes granulados, sendo fundamental a uniformidade de granulometria dos diversos componentes, para evitar possível segregação na mistura.

2) Incorporação de fontes de micronutrientes em mistura de grânulos e fertilizantes granulados, de modo que cada grânulo carreie o NPK, se for o caso, e também os micronutrientes.

3) Revestimento de fertilizantes simples, misturas de grânulos e fertilizantes granulados com fontes de micronutrientes, de modo que cada grânulo carreie também os micronutrientes.

As três alternativas são interessantes. Entretanto, o mesmo autor relata que podem ocorrer alterações nas características e na eficiência agronômica das fontes de micronutrientes incorporadas, devido à própria natureza do processo de fabricação desses fertilizantes, especialmente no caso da alternativa dois. Mas esse é um problema a ser resolvido pelas indústrias. Cabe ao produtor ficar atento.

O que podemos discutir é que as concentrações de micronutrientes nas formulações não apresentam ampla diversificação, ou seja, será muito difícil encontrar uma formulação que apresente concentrações adequadas de micronutrientes para que seja utilizado o princípio da prescrição (doses ideais). Geralmente, nesse caso, se trabalha com o princípio da segurança (ver artigo anterior: "Micronutrientes: deficiência em café e princípios de aplicação").

Para o café, que necessita de doses de micronutrientes um pouco mais elevadas, uma alternativa viável para uniformizar a aplicação é a utilização de fontes exclusivas de micronutrientes que apresentem baixa concentração. Nesse caso, podemos citar o bórax (11 % de boro) e as "fritas-FTE", que apresentam, em geral, baixa concentração de micronutrientes.

Aplicação via foliar

As folhas das plantas têm capacidade de absorver os nutrientes depositados na forma de solução em sua superfície. Essa capacidade originou a prática da adubação foliar, em que soluções de um ou mais nutrientes são aspergidas sobre a as folhas das plantas (Volkweiss, 1991). Para Boareto e Rosolem (1989), a adubação foliar com micronutrientes é um recurso efetivo e econômico no controle de deficiência em cafeeiro.

Em comparação com as aplicações via solo, a adubação foliar apresenta as seguintes vantagens e desvantagens (Lopes, 1999):

- Vantagens:

a) Alta eficiência de utilização, pelas plantas, dos micronutrientes aplicados nas folhas em relação à aplicação via solo.

b) As doses totais de micronutrientes são, em geral, menores.

c) As respostas das plantas são rápidas, sendo possível corrigir deficiências após o seu aparecimento, durante a fase de crescimento das plantas (adubação de salvação), embora, em alguns casos, os rendimentos das culturas já possam estar comprometidos (Volkweiss, 1991).

d) É uma das formas mais eficientes de fornecimento de Fe em solos com pH neutro ou alcalino.

e) É a forma mais eficiente de fornecer Zn em solos muito argilosos (Rena & Fávaro, 2000).

- Desvantagens:

a) A menos que possam ser combinadas com tratamentos fitossanitários, os custos extras de múltiplas aplicações foliares podem ser altos. (Mas, em muitos casos, não se necessita de tantas aplicações assim).

b) O efeito residual é, em geral, muito menor do que nas aplicações via solo.

c) Além de problemas de incompatibilidade, a presença de um nutriente na solução pode afetar negativamente a absorção de outro, principalmente nas soluções multinutrientes.

Alguns respeitados autores têm recomendações específicas para o caso de se fazer aplicação de micronutrientes via foliar.

a) A pulverização deve ser realizada quando a umidade relativa do ar é elevada, como acontece na manhã e no fim da tarde (Malavolta, 1981), para evitar que a calda seque na superfície da folha.

b) Pulverizar a face inferior das folhas, pois nessa posição a cutícula é menos desenvolvida e mais permeável às soluções aquosas e aos íons (Rena & Fávaro, 2000).

c) O conceito de pulverização inclui a formação de uma película muito fina sobre o maior número de folhas, sem deixar escorrer a calda. O cafeeiro adulto bem enfolhado recebe de 0,2 a 0,3 L de calda. Aplicações de 1 a 4 L de calda por cafeeiro, semanais ou quinzenais, durante meses, seriam consideradas adubações via solo, não via foliar (Rena & Fávaro, 2000).

Conclusão

As pesquisas continuam avançando na determinação da eficiência das fontes e das formas de aplicação de micronutrientes, mas muito ainda precisa ser feito. Adubações de base, via solo, com fontes de elevado efeito residual, e posteriores aplicações, via foliar, tentando manter o "status" nutricional da lavoura sempre no ótimo (especialmente para zinco), provavelmente sejam as práticas mais adequadas para se fornecer micronutrientes ao cafeeiro. Obviamente, como sempre destacamos, esse conjunto de práticas deve ser implementado, apenas, quando os preços de mercado de todos os fatores envolvidos gerem retorno econômico ao produtor. Isso é o que interessa.

Literatura Citada

BOARETTO, A.E.; ROSOLEM, C.A. (coords). Simpósio Brasileiro de Adubação Foliar 2, Campinas, 1987. Anais...Campinas. Fundação Cargill, 1989. 669p.

LOPES, A.S. Micronutrientes: filosofias de aplicação e eficiência agronômica. São Paulo - ANDA, 1999. 58p. (Boletim Técnico, 8).

MALAVOLTA, E. Manual de química agrícola - Adubos e adubação. 3a ed. São Paulo, Ceres, 1981. 596p.

RENA, A.B. & FÁVARO, J.R.A. Nutrição do cafeeiro via folha. In: ZAMBOLIM, L. (ed.) Café: produtividade, qualidade e sustentabilidade. UFV, Viçosa-MG, 2000. 396p.

RESENDE, A.V. Micronutrientes na agricultura brasileira: disponibilidade, utilização e perspectivas. In: PEITER, C.C. (ed.) Série estudos e documentos. Centro de Tecnologia Mineral, Ministério da Agricultura, 2005. 36 p. (Documento no 64).

VOLKWEISS, S.J. Fontes e métodos de aplicação. In: FERREIRA, M.E.; CRUZ, M.C.P. (eds.). Micronutrientes na agricultura. Piracicaba: POTAFOS / CNPq, 1991. p.391-412.

ANDRÉ GUARÇONI M.

D.Sc. em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa-MG. Pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper)

23

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

ADILSON TERTULIANO DA SILVA

MACEIO - ALAGOAS

EM 31/05/2021

Além da rosa do deserto, posso administrar o fertilizante 04-20-12 em outras plantas? Adilson Tertuliano - Maceió -Al
CLAUDEMIR DOS REIS

VILA PAVÃO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 03/07/2020

posso misturar o sulfato de zinco. magnésio, manganês cobre e boro
LUILSON

FORTALEZA - CEARÁ - ESTUDANTE

EM 11/01/2018

Então Danilo, fico agradecido pela orientação, será muito valida. Mais a questão é  que no estado do ceará, é comercializado apenas o FTE Br 12, além do mais, é bastante procurado pelos produtores de caju, dentre outras frutíferas, no entanto, percebeu-se que ele não é tanto eficiente, pois as plantas ainda apresentam deficiência de micro, principalmente ferro. Daí, queríamos testar outras fontes de FTe's, no caso o Br 8, Br 9 ou Br 10.
DANILO

VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA - ESTUDANTE

EM 10/01/2018

@iuilson, se me permite, realmente é dificil o acesso desses micronutrientes em revendas por conta da demanda e o custo para que a revenda tenha em seu estoque. Sugiro a depender de sua necessidade solicitar à adição de micronutrientes nos fomulados que você irá comprar para fazer adubação. Tem à tecnologia da Heringer chamada !Fh Micro Total que contém os micronutrientes no npk.
LUILSON

FORTALEZA - CEARÁ - ESTUDANTE

EM 10/01/2018

Olá prof., poderia me orientar onde posso encontrar o FTe - Br8; FTe - Br9 e o FTe - Br12?, sou do ceará e já constatei que no estado não tem esses produtos.
DANILO

VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA - ESTUDANTE

EM 07/09/2017

Professor,

O fornecimento do sulfato de zinco via fertirrigação afim de suprir a deficiência na planta seria melhor que fazê-lo via folha?
DALTON DE OLIVEIRA SILVA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 10/07/2015

Prezado,



Onde comprar FRitas (FTE) ?



Quero experimentar em mudas de fruta do conde, mas não consigo encontrar em lugar nenhum.



Atte,

Dalton



dalton@furnas.com.br
OTÁVIO EMERICK DA SILVA

MANHUMIRIM - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 15/03/2014

Doutor André,  

   Durante um período de veranico ou mesmo de excesso de chuvas, existe algum micronutriente que se sobressai aos demais quanto aos sintomas de deficiência?

  Desde já agradeço.
JADSON

DOM SILVÉRIO - MINAS GERAIS

EM 20/12/2012

Prezado André Guarçoni,

Como posso obter as necessidades nutricionais para outras espécies? Planto eucalipto e guanandi, poderia me indicar uma fonte?

Desde já agradeço

Jadson

ANDRÉ GUARÇONI M.

VENDA NOVA DO IMIGRANTE - ESPÍRITO SANTO - PESQUISA/ENSINO

EM 24/06/2009

Prezado Guilherme Meirelles Sigaud,

Sua proposta para aplicação das "fritas" é adequada. Sugiro que utilize o princípio da segurança da seguinte forma: FTE BR - 12, numa dosagem de 20 g/planta, na linha de plantio e antes da calagem. Basta fazer um acompanhamento via análise foliar.

Agradeço o questionamento.

André Guarçoni M.
GUILHERME MEIRELLES SIGAUD

TAMBAÚ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 18/06/2009

Prezado André,

Gostaria de lhe perguntar sobre a utilização de FTE em solos de 50% de argila onde os macronutrientes estão em quantidades satisfatórias, mas não consigo corrigir os níveis de micros, em especial Zn e B (niveis baixos). Que dosagem devo usar? Café com 4700 pes /ha, adulto. FTE BR12. Estou pensando em utilizá-lo junto com a esparramação e antes da calagem.

Obrigado pela atenção.
ANDRÉ GUARÇONI M.

VENDA NOVA DO IMIGRANTE - ESPÍRITO SANTO - PESQUISA/ENSINO

EM 24/04/2009

Prezado Frederico Luiz Pereira,

Os micronutrientes apresentam, de modo geral, elevado efeito residual. O efeito residual do boro no solo, por você mencionado, é real. Entretanto, alguns fatores irão influenciar o tempo de permanência deste micronutriente no sistema: fonte do nutriente, tipo de solo e regime pluviométrico. Isso porque as perdas de boro se dão, principalmente, por lixiviação.

Uma fonte muito solúvel de boro, como o bórax ou o ácido bórico, tende a apresentar menor efeito residual do que uma fonte menos solúvel, como as "fritas" (FTE). Um solo argiloso proporciona maior efeito residual do boro do que um solo arenoso. Numa região em que chove muito haverá menor efeito residual do que numa região com menor volume pluviométrico. Portanto, esse conjunto de fatores irá gerar um efeito residual maior ou menor do que dois anos. Dois anos não é uma regra, certo?

Apenas para suprir Zn, em solo muito argiloso, e Cu, Zn, Mn e Fe, em solos com pH elevado, se justifica plenamente a aplicação via foliar. Nos demais casos, uma avaliação econômica é fundamental. Mas, raramente, a aplicação via foliar será mais barata do que a aplicação via solo, especialmente pelo elevado número de pulverizações necessário (mínimo de 4/ano).

A questão da compatibilidade é muito difícil de discutir, devido, especialmente, ao grande número de produtos lançados no mercado anualmente. A sugestão é não utilizar soluções com valores de pH muito elevados. Além disso, um teste com pequenas quantidades antes da mistura total, para observar qualquer princípio de precipitação, é fundamental.

Agradeço o questionamento.

André Guarçoni M.
FREDERICO LUIZ PEREIRA

MUZAMBINHO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE CAFÉ

EM 17/04/2009

Olá André,

Sou profissional graduado em cafeicultura, e achei muito proveitoso o artigo sobre a aplicação de micronutrientes em café, e com relação ao assunto gostaria de levantar a seguinte questão: no caso do micronutriente boro, as pesquisas indicam que ele é mais eficiente se aplicado via solo, pois nesse caso seu teor permanecerá por 18 meses, podendo-se aplicar o nutriente a cada 2 anos. Essa teoria é correta ou o boro deve ser aplicado de preferência via foliar?

Outra questão, com relação a mistura de defensivos com micronutrientes em pulverizações foliares: as pesquisas até o momento ainda não chegaram num consenso sobre essa questão, e muitos produtores já me questionaram sobre isso. Alguns trabalhos indicam que determinados produtos podem ser misturados sem problemas de compatilidade, já outros não. Qual sua opinião sobre essa questão?

Obrigado pela atenção, e parabéns pelo artigo.
ANDRÉ GUARÇONI M.

VENDA NOVA DO IMIGRANTE - ESPÍRITO SANTO - PESQUISA/ENSINO

EM 14/04/2009

Prezado Antônio Magno Pereira de Carvalho,

Para sanar esta dúvida e outras que tiver, sugiro que procure o Escritório do Incaper em Montanha, onde o senhor será atendido pelo Chefe do Escritório Local, senhor Danilo José Tose.

Agradeço o questionamento.

André Guarçoni M.
ANTONIO MAGNO PEREIRA DE CARVALHO

MONTANHA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 12/04/2009

Gostaria de saber qual adubo utilizar após 60 dias de plantio de café clonal conilon.

Obrigado
BRUNO T S PEREIRA

LAVRAS - MINAS GERAIS

EM 15/12/2008

Gostaria de saber sua opinião quanto a aplicação de fosforo via foliar. tanto na forma de MAP quanto na forma de fosfito. e sem existe alguma relação como preventivo de doenças fungicas. Obrigado
MARCO AURÉLIO ANTUNES PEREIRA

RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/05/2008

Caro André,

Acrescento que para otimizarmos o fornecimento de nutrientes para as plantas, no caso o cafeeiro, temos que conhecer um pouco como cada nutriente se comporta.

Não devemos olhar apenas se o nutriente ou a sua fonte é ou não solúvel, mas sim como ele se comporta dentro da planta. Muitas vezes podemos aplicar um nutriente via solo e ele não ter condições de se direcionar rapidamente para a parte da planta que o está exigindo (p.ex no florescimento). Desta forma, aplicações foliares poderiam satisfazer essa necessidade.

Não é apenas na aplicação foliar que um elemento pode atrapalhar a absorção de outro.. Isso ocorre no solo também.

O importante é saber :

1. os níveis de micronutrientes no solo
2. a extração de micronutrientes da cultura (quantidade extraída durante o ciclo)
3. que micronutriente é mais exigido em cada fase da cultura
4. como se comporta o micronutriente no solo (antes da absorção)
5. como se comporta o micronutriente dentro da planta (se ele é móvel, pouco móvel ou imóvel).
6. que fonte usar (quelatos, óxidos, sais)
7. como aplicar (via solo, via foliar) - isso vai depender da respostas dos ítens anteriores.

Somos o maior produtor de café do mundo....Só falta sermos o maior produtor de café de qualidade do mundo !!!

Sucesso a todos

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Marco Aurélio Antunes Pereira,

Para sua explanação relativa a este artigo, não farei uma apreciação item por item, pois as idéias se sobrepõem, claramente, com sua explanação relativa ao artigo "Micronutrientes: Deficiência em café e princípios de aplicação". No caso presente, fica evidente sua insistência quanto à aplicação de cálcio + boro, via foliar, à época do florescimento.

Sua justificativa de que ambos os nutrientes, aplicados via solo, não seriam direcionados para a "parte da planta que os exige", não é muito válida. Você bem sabe que esses nutrientes, para o café, são imóveis no floema, e que não há boa conexão xilemática entre ramos plagiotrópicos e os botões florais. Portanto, pode-se assumir que ocorra deficiência desses nutrientes nos botões, como você o faz. Entretanto, o problema não é tão direto, pois existem inúmeros trabalhos científicos, científicos mesmo, onde não foram observadas diferenças, na produtividade de café, ao se fazer a aplicação de (Ca + B) via solo ou foliar.

Continuo sustentando que a forma mais correta de aplicação de nutrientes é sempre aquela que gere maior lucro líquido. Às vezes o produtor se esquece disso. Mas, com o recente aumento do preço dos fertilizantes, certamente ele irá se lembrar.

Devo ressaltar, ainda, que as interações entre genótipo, micro-clima, manejo fitotécnico e processamento do produto, são mais importantes, para a obtenção de cafés de qualidade superior, do que a nutrição em si. (Ler os artigos: "Quando tamanho não é documento" e "Fontes de potássio e a qualidade do café produzido", publicados no CaféPoint).

Muito sucesso!

André Guarçoni M.
JOSÉ PURCINO NETO

SANTO ANTÔNIO DO JARDIM - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 09/04/2008

Dr. André, parabéns pelo seu artigo. O que aprendi até hoje sobre aplicação de micronutrientes está citado acima. Mas estou vendo muita gente aplicar aminoacidos nas pulverizações, e gostaria que voce comentasse um pouco sobre isso, se realmente é viavel, será que o custo beneficio compensa?

Abraço,

ANDRÉ GUARÇONI M.

VENDA NOVA DO IMIGRANTE - ESPÍRITO SANTO - PESQUISA/ENSINO

EM 23/01/2008

<b>Prezado Bruno Damasceno Lopes,</b>

As respostas para suas perguntas podem ser encontradas nos dois artigos sobre micronutrientes publicados nesse radar técnico, bem como nas respostas aos outros questionamentos.

Atenciosamente,

André Guarçoni M.
BRUNO DAMASCENO LOPES

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 17/01/2008

O que você pode me aconselhar sobre a aplicação via foliar com macronutrientes e qual melhor fontes a ser utilizada em relação aos micronutrientes.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures