Observações de campo tem mostrado que os ramos laterais mais grossos nos cafeeiros sofrem mais com quebras pela passagem da máquina colhedora de café.
A colheita mecânica do café é feita através de máquinas, automotrizes ou tracionadas, tendo como elementos derriçadores dos frutos os rolos munidos de varetas vibratórias.
Na medida em que os cafeeiros vão envelhecendo, pelo auto sombreamento ou por causas diversas, ocorrem perdas de ramos laterais na parte baixa das plantas. Com maior espaço, os poucos ramos que permanecem nessa área se tornam mais grossos e emitem vários ramos secundários e terciários, formando um tipo de “moita” lateral na planta.
Com a passagem dos rolos da máquina de colheita, as varetas arrastam esse “bolo” de ramos para a frente e os ramos grossos, pouco flexíveis, quebram ou se soltam, rasgando mais junto ao tronco das plantas.
O esqueletamento agrava o problema de quebra de ramos, pois promove maior engrossamento dos ramos laterais da saia e sua maior bifurcação em secundários e terciários.
Com a colheita mecânica provoca-se, assim, um aceleramento da necessidade de poda mais drástica dos cafeeiros. No entanto, esse tipo de poda por recepa deve ser evitado ao máximo, admitindo-se, hoje, uma perda de ramos da saia até uma maior altura do tronco da planta. E, para compensar esta perda, devem ser efetuadas podas mais altas nas plantas, na faixa de 2,5m a 3m, aumentando a ramagem produtiva no topo dos cafeeiros.
A alternativa de esqueletar com corte mais curto os ramos laterais da saia pode reduzir a emissão de ramos secundários, com isso reduziria a quebra. No entanto, também diminui a produção pelo menor número de novos ramos emitidos.
Ramos grossos formados na saia do cafeeiro e sua bifurcação em ramos secundários.
Pode-se ver ramo lateral grosso que foi arrancado pela máquina de colheita.