A colheita do café é a prática mais onerosa no manejo dos cafezais, representando mais de 30% dos gastos. Por isso, a mecanização da colheita vem crescendo, a cada ano, sendo muito importante para a competitividade da lavoura cafeeira.

A operação com a colhedeira causa desfolha e lesões na ramagem, exigindo cuidados do operador, visando minimizar efeitos danosos à produtividade dos cafeeiros no ano seguinte.

Um dos problemas mais visíveis nas plantas colhidas são as lesões no tronco, provocadas pelas batidas das hastes vibradoras da máquina colhedora. Estas lesões têm causado preocupações, aos técnicos que prestam assistência e aos próprios cafeicultores. Qual seria o prejuízo por essas lesões.

Em resposta a esta indagação, temos visto, na prática, dois atenuantes. Primeiro, verificou-se que o tecido da casca do cafeeiro, danificado pelas varetas, se regenera rapidamente. Mesmo lesões maiores, constatadas no tronco, saram completamente já no primeiro ano pós-colheita. Assim, a planta de café se mostra capaz de regenerar eventuais prejuízos.

O segundo atenuante é que, nas condições da cafeicultura brasileira, não ocorrem doenças importantes do tronco do cafeeiro, que poderiam infectar as lesões, ou seja, aproveitar a porta aberta pela colhedeira. Na Colômbia, pela maior umidade, ocorre o câncer de tronco (traqueomicose). Aqui, apenas, na ramagem nova, lesões e desfolha pela colheita, mesmo na manual, podem favorecer a entrada de Pseudomonas e Phoma, isto em regiões mais frias e úmidas.

Resta citar que a abertura de lesões no tronco tende a aumentar, no primeiro momento, a emissão de brotos ortotrópicos na haste dos cafeeiros, o que pode aumentar o trabalho de desbrota.

Lesões de tronco em cafeeiros, provocadas pelas varetas da máquina colhedora, logo após a passagem da maquina.