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Fundação Procafé: Podas em cafezais conillon

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 19/12/2013

4 MIN DE LEITURA

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A indicação normal de podas em lavouras de café conillon é bastante diferente daquela realizada para cafezais com variedades de café arábica. Em cafeeiros conillon a poda é uma prática anual, enquanto nas lavouras de arábica ela é mais eventual, feita apenas quando necessária.

A diferença no uso da poda, entre os 2 tipos de cafeeiros, decorre da característica da planta de robusta-conillon apresentar uma intensa brotação ortotrópica, sendo conduzida em forma de multi-caule, com 3-6 hastes por planta e até mais. A planta, assim, cresce em forma de uma taça (moita), fica sem saia e a produção de frutos se concentrada na parte alta das hastes. Deste modo, o problema de fechamento das lavouras de Conillon não é grave como nos cafezais de arabica, nos quais a condução é feita com poucas hastes (1-2/planta) e onde a produção deve ocorrer em toda a superfície da copa cilíndrica, de alto a baixo.

O fechamento nos cafezais conillon atrapalha a mecanização dos tratos e favorece o ataque de broca e de ferrugem, além de dificultar seu controle. Por outro lado, o fechamento facilita bastante o controle do mato.

Até a década de 1980, praticamente não se usava podas em conillon. De lá para cá, novas lavouras, mais adensadas e produtivas, foram implantadas, muitas com irrigação e o trabalho de poda é hoje uma pratica normal da lavoura. Ela eleva os custos, exigindo o uso de 12-16 homens-dias/ha/ano, mas apresenta bons resultados produtivos.

A poda em cafeeiros conillon é usada para as seguintes finalidades: a) Regularização da produção anual; b) redução do tamanho das plantas; c) eliminação do excesso de brotos ou ramos; d) eliminação de ramos improdutivos; e) facilidades no controle de broca, ferrugem e na colheita; e f) renovação das plantas.

Existem, ainda, poucos trabalhos de pesquisa sobre tipos de podas em cafezais conillon. Um experimento realizado em Marilandia-ES, pelos Técnicos do ex-IBC, na década de 1980, mostrou as melhores produtividades nos tratamentos onde foram eliminadas apenas as hastes mais velhas e, no caso de recepa, foi melhor aquela feita de modo parcial, cortando baixo algumas hastes e deixando 2-3 sem cortar, as quais foram eliminadas 2 anos após. A testemunha, sem poda, a exemplo do que ocorre com o cafeeiro arábica, também apresentou bom desempenho, confirmando a expectativa de que o fechamento não estava restringindo significativamente a produção.

Na prática, 3 tipos de podas vêm sendo mais usados:

a) Em lavouras mais velhas, que não vem sendo conduzidas adequadamente, pode-se usar a recepa baixa, parcial ou total, em toda a área ou em linhas intercaladas, visando renovar as plantas;

b) Em lavouras que vem sendo conduzidas com numero regulado de hastes, de 3-5 por planta, dependendo do espaçamento, elas são aproveitadas por 3-4 safras e, na medida em que ficam esgotadas, com pequeno numero de ramos produtivos no ponteiro, são eliminadas, isto combinando, no ano anterior, com a condução de igual numero de brotos novos, os quais irão substituir as hastes velhas, este sistema é conhecido por poda programada de ciclos.

c) O terceiro tipo, consiste na eliminação anual de ramos velhos, esgotados, chamada de poda de produção, associada à condução de novas hastes. Nos sistemas b e c deve-se combinar com uma a duas desbrotas anuais para eliminar o excesso de brotos.

Ultimamente vem sendo praticada, no Espírito Santo, ainda sem base experimental, a eliminação (desbaste) anual de ramos produtivos, de baixo para cima nas hastes, aqueles que já frutificaram no ano anterior. Este desbaste já ocorre, naturalmente, pela morte de ramos da saia, pelo fechamento. Verifica-se que o desbaste é útil no ano anterior à eliminação das hastes velhas, pois ele abre a planta e facilita a condução dos brotos novos que irão servir na substituição das hastes velhas.

A poda de produção pode ser feita com facão, serra de poda ou podão. Os ramos esgotados (emponteirados)., ou seja, as hastes esgotadas, apresentam a casca mais clara, esbranquiçada. Quanto antes a poda for realizada (após a colheita, a partir de abril/maio) melhor.

Uma nova alternativa de condução de cafeeiros conillon foi estudada, mais recentemente, visando facilitar a mecanização de lavouras de conillon, inclusive na sua colheita, viabilizando plantios em escala mais empresarial. Trata-se do plantio mais junto na linha. 0,7-0,8 m, com a condução de uma só haste, que assim forma uma planta cilíndrica, semelhante à de café arábica.

A planta, assim bem conduzida, fica cilíndrica e não fecha, mesmo em espaçamentos próximos de 3,5 m entre linhas. Verificou-se que a produtividade, na média de 6 safras, caiu cerca de 16% em relação às plantas conduzidas com 4-5 hastes, o que pode ser compensado pelos menores gastos com desbrotas e podas frequentes, necessários no sistema de hastes múltiplas, e pela facilidade de mecanização. No caso da colheita mecânica, a haste única, ou o sistema uni-caule, favorece o recolhimento, pela esteira inferior, dos frutos derriçados pela máquina. Para podas futuras, verificou-se que os cafeeiros conillon uni-caule permitem a poda de esqueletamento, feita, igualmente, de forma mecanizada.

As informações são da Fundação Procafé, adaptadas pelo CafePoint.

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