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Fundação Procafé: Grande abortamento de pústulas da ferrugem do cafeeiro, devido ao calor e à seca

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 26/02/2014

2 MIN DE LEITURA

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Vivenciamos um período anormal de seca e de muito calor nas regiões cafeeiras do centro-sul do país. Em consequência, são esperadas perdas significativas na produção de café, nesta e na próxima safra.

Por outro lado, tem-se observado que, no aspecto das doenças do cafeeiro, algumas delas vêm dando uma trégua, justamente pelas condições climáticas desfavoráveis. Assim verifica-se que o ataque de Pseudomonas e de Phoma, relacionado a temperaturas mais baixas e a maiores umidades, ficou muito reduzido. A cercosporiose, ao contrário, se tornou mais grave, pela falta de nutrição (N) e pelo calor.

Quanto à ferrugem, principal doença do cafeeiro e motivo desta nota técnica, estamos vendo, no campo, que seu ataque praticamente ficou paralisado nestes 2 últimos meses, isto na maioria das lavouras. Examinando a folhagem, pode-se verificar que existem poucas lesões da doença e elas apresentam elevado nível de abortamento.

Sabe-se que a evolução da ferrugem nas lavouras de café, ou seja, o seu nível de infecção, em determinada situação (região, local, lavoura, etc) e em certos períodos, está relacionada a três grupos de fatores, ligados ao ambiente (clima), ao hospedeiro (cafeeiro) e ao patógeno, havendo interação entre eles.

Os fatores climáticos favoráveis à doença são: a temperatura, na faixa de 20-24ºC; a umidade, necessária à germinação dos esporos, favorecida pelas chuvas frequentes, principalmente as finas, pelo orvalhamento noturno e por ambientes sombrios. Por isso, a doença evolui mais no período chuvoso e quente, que vai de novembro a maio.

Com a evolução da doença, sob condições normais, as pústulas ficam recobertas de esporos, de cor alaranjada, responsáveis pela multiplicação e disseminação do fungo na planta. Mas, essas pústulas de ferrugem podem se mostrar, também, como lesões completamente sem esporos, em função de abortamento, situação que pode ser causada por altas temperaturas, por chuvas pesadas, que lavam os esporos e pelo efeito de fungicidas sistêmicos. Veja-se que a temperatura média de jan/14, na FEX Varginha, no Sul de Minas, foi de 24,1º C, contra 22,4º C da média histórica.

Assim, se por um lado o aumento de temperatura influiria positivamente na redução do período de incubação, favorecendo a ferrugem, as temperaturas excessivas, como as atuais, combinadas, ainda mais, com a falta de umidade, provocam o abortamento das pústulas, e, assim, reduzindo o inóculo disponível e sua germinação. As lesões abortadas podem ou não voltar a esporular, não se conhecendo bem qual seria o nível de recuperação dessas lesões.

Analisada a situação, foi possível verificar que a ferrugem deu uma paralisada. Agora, então, é preciso avaliar o que poderá acontecer no futuro, com a evolução da doença. Já vimos algo sobre a situação do clima e do patógeno, que, até o momento, facilitaram o controle. No entanto, voltando a chover, a doença pode, com certeza, retornar, beneficiada pela fraqueza das plantas (hospedeiro), este o fator mais importante na evolução da doença.

Deste modo, a recomendação é no sentido de se manter a aplicação normal do controle químico, previsto em fev-mar, a partir da retomada normal das chuvas, e, caso lá pra meados de abril o nível de infecção for superior a 10-15% deve-se efetuar uma 3ª aplicação de fungicidas, para evitar a ferrugem tardia.

As informações são da Fundação Procafé, adaptadas pelo CaféPoint 

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OTACILIO JUNIOR DA SILVA ROCHA

ESPERA FELIZ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/03/2014

Em consequência o ataque de cercospora foi favorecido com as altas temperaturas e desequilíbrio nutricional entre nitrogênio e potássio.

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