O enxofre (S) é um macro-nutriente secundário para o cafeeiro. Sua exigência foi determinada como sendo de 0,3 kg por saca de café produzida. Participa da composição de proteínas, sendo importante sua boa relação com o nitrogênio.
No solo, o enxofre pode ser absorvido de várias formas, sendo como a principal o sulfato, que conta com materiais orgânicos. A cama de frango, por exemplo, possui cerca de 6,20 ppm de S e o esterco de curral 2,7 ppm.
Aplicados na base de 5-10 toneladas por hectare (ha) poderiam suprir de 13,5 a 62 kg de S por ha, acima da necessidade, por exemplo, para uma produtividade de 40 scs/ha, que seria de 12 Kg de S por hectare. A água da chuva também traz uma parcela de enxofre para o solo, mas, por outro lado, ocorrem perdas por lixiviação.
A deficiência de enxofre não tem sido frequente em cafeeiros, embora o uso contínuo de adubos em fórmulas concentradas, sem suas fontes, tende a causar deficiências, que têm sido contrabalançadas pela reciclagem de matéria orgânica na lavoura (de resíduos do cafeeiro e das ervas) e pelo uso eventual de gesso, sulfato de amônia, superfosfato, sulfato de magnésio, estercos, palha, etc. Na cultura do café os níveis considerados adequados são acima de 10-20 ppm de enxofre no solo e entre 0,15-0,20% nas folhas.
Existe um estudo que traz a correlação entre teores de enxofre encontrados nas análises de solo e os teores foliares, com base em 107 talhões de lavouras, preenchendo uma área de cerca de 990 ha, nas Fazendas Sertãozinho, em Botelhos (MG).
As amostras, das fazendas, foram analisadas pelo Laboratório da Fundação Procafé, em Varginha (MG), usando como extrator de S do solo o Fosfato Monocálcio e para folhas por digestão ácida - Nitro - perclórica, em seguida ambos determinados através de colorimetria. Os teores verificados no solo, dessas amostras, variaram de 2-10 ppm, com média de 5,1 ppm. Estes níveis de enxofre no solo são considerados baixos. Enquanto isso, nas folhas dos cafeeiros os teores variaram de 0,20 a 0,27%, níveis altos, até acima dos considerados adequados pela literatura.
Vale destacar que os solos analisados são férteis, possuem bom teor de M.O. e, em boa parte, cultiva café há muitos anos, eles receberam, ainda, aplicações de superfosfato simples, como fonte de fósforo (P), além de estercos, isto indica que os teores no solo deveriam estar adequados, como demonstra os níveis foliares encontrados. Também não foram observados sintomas típicos de deficiência de S nas folhas. A combinação dessas informações indica que os teores foliares, encontrados adequados, reproduzem a realidade. Por outro lado, os teores analisados no solo, resultando em níveis baixos, podem estar relacionados à extração inadequada do enxofre presente no solo.
Os técnicos que acompanham os produtores, ao verificarem os resultados estranhos de análises de S no solo, devem passar a prestar atenção nesses aspectos de correlação e, em caso de dúvidas, efetuarem análises foliares.