O produtor Antônio Sílvio de Oliveira, proprietário do Sítio Córrego do Sapé, no município de Alterosa (MG), começou a colheita do café na última semana de abril. Ele é um dos participantes do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Café, oferecido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Alterosa. A sua lavoura deve superar as expectativas, com a produção chegando a 400 sacas.
O técnico de campo Eugênio Andrade de Souza começou o acompanhamento em dezembro de 2020 e constatou que o manejo já impactaria positivamente a colheita deste ano. Enquanto alguns não aprovavam a decisão de irrigar a lavoura, o produtor seguiu firme. Para irrigar os 20 mil pés de café, o trabalho exigiu aluguel de um trator, contratação de mão de obra e busca de água no açude de um vizinho, a 1,5 km da propriedade.
“Como a seca foi prolongada, percebi que, se não irrigasse, não colheria nada. Durante 35 dias, observei que as plantas respondiam. A florada veio e a planta segurou os frutos”, contou o cafeicultor. Os resultados mostraram que ele estava certo: pelos cálculos do técnico, a produção não terá perdas na comparação com a última safra. O produtor também acredita que recuperou 30% da produtividade.
O valor investido foi de R$ 20 mil e o gasto com bombas e tanques, de acordo com o técnico, será diluído ao longo dos anos. A previsão da Emater é de que o produtor recupere esse recurso com o aumento da produção e a valorização do café, o que deve ocorrer diante do cenário de queda de até 40% na produção de café. A colheita, que é mecanizada, segue respeitando o limite do produtor para a secagem do café.
“A irrigação garantiu a produção da lavoura. Na região, com o impacto da seca, muitas lavouras terão perdas de até 50%. Já Antônio Sílvio, que registrou uma produção baixa em 2020, cerca de 200 sacas, deve colher até 400 sacas em 4,5 hectares”, disse o técnico de campo.
Para Eugênio, o investimento na irrigação gerou aumento da produtividade e ganho de escala em produção, reduzindo o custo fixo e aumentando a margem líquida do produtor em cada saca de café. “O reflexo vai além da colheita deste ano, vai diminuir a bienalidade e impactar positivamente a próxima safra, pois a lavoura não sentiu a seca”, afirma. O técnico segue ajustando os trabalhos de manejo e orientando o produtor para melhores resultados tanto na parte técnica como na parte gerencial.
As informações são da Assessoria de Comunicação Senar Minas – Regional Passos.