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Cultivo intercalar de café temporário e definitivo

POR JOSÉ BRAZ MATIELLO

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 07/08/2014

3 MIN DE LEITURA

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Por José Braz Matiello, Saulo R. de Almeida e Iran B. Ferreira- engenheiros agrônomos do Mapa e Fundação Procafé


Uma cultura intercalar na lavoura de café compreende, por tradição, o uso de cultivos anuais (feijão, milho, arroz etc) no meio do cafezal, de forma temporária. Já, a associação de culturas é um conceito mais abrangente, definindo melhor a combinação de cultivos, mesmo entre culturas permanentes, como é o caso do próprio café como cultivo intercalar.

O plantio de cafeeiros em sistema de adensamento temporário, onde se vai eliminar, no futuro, uma linha da plantação é, na verdade, uma forma de associação, de café intercalar ao café definitivo. Com essa combinação busca-se, principalmente, aproveitar melhor a área da lavoura, reduzir os custos e aumentar as receitas, ampliando o retorno no curto prazo.

Um bom exemplo desse tipo de associação pode ser visto em uma lavoura de café plantada a 1,8 x 0,5m, que será transformada, para 3,6 x 0,5m, pela eliminação de uma linha alternada, visando o uso mais intensivo do espaço inicialmente livre. Em se tratando de uma área nobre, como um terreno irrigado em área total, sob um pivô normal, o adensamento temporário seria ainda mais justificável.

Na indicação da tecnologia adequada, para usar no sistema de intercalação com cafeeiros, destacam-se as seguintes recomendações - a) Pode-se usar, na linha intercalar, a mesma variedade ou outra com características mais indicadas, devendo ser de preferência de porte baixo, sendo importante a sua resistência a doenças e uma alta produtividade inicial, não precisando ter muito vigor e longevidade. b) Usar sempre um espaçamento sub-múltiplo do espaçamento final que se deseja. Ele, ainda, deve possibilitar a passagem de máquina colhedeira automotriz (1,8 m já passa). c) Em se tratando de variedade de porte alto, deve-se manter a altura através de capação herbácea, depois da 1ª - 2ª safra, para reduziro sombreamento da linha definitiva. d) A eliminação da fileira intercalar deve ser feita antes que seja prejudicada a saia dos cafeeiros da linha definitiva, o que, normalmente, ocorre após a 3ª- 4ª produção, dependendo do espaçamento utilizado.

A modalidade de combinação de café com café tem encontrado boa aceitação, ultimamente. Planta-se a lavoura com espaçamento de 1,8-2,0 x 0,5 m, tira-se 2-3 safras, inclusive operando a colheita com a auto-motriz, depois tira-se uma linha de cafeeiros, ficando um renque mecanizado normal.

Em alguns casos, onde foi planejada a eliminação de linha, os produtores acabam se arrependendo e passam a adotar o adensamento em prazo mais longo, manejando com podas. Nessa condição não se poderia adotar o conceito de uso de variedades pouco vigorosas na linha intercalar, já que elas não responderiam a podas.

Outra forma de usar o café intercalado pode ser usada na substituição de lavouras. Nesse sistema dobra-se a lavoura, com plantio de uma linha nova de cafeeiros no meio de um cafezal mais velho, que se deseja substituir. Neste caso, é indicado que se acople o plantio com uma poda das plantas velhas, por esqueletamento ou recepa. Cerca de 2 anos após arranca-se a linha de cafeeiros velhos e teríamos uma lavoura toda nova.

Linha central intercalar de catuai, entre 2 linhas de Acaiá, estas já com poda herbácea, indo para a 3ª safra, na Fda Mamonal, em Andradas-MG



 
O Técnico Agricola Roberto Cristóvão, da Fda Mamonal, mostra, à esquerda, a linha de cafeeiros catuai, ao lado da linha de cafeeiros acaiá, esta com altura regulada por poda herbácea(com detalhe do topo podado na foto direita).

Linha intercalada de cafeeiros Catucai, entre 2 linhas velhas de cafeeiros da cultivat Tupy, esqueletada, com fraca recuperação e que será eliminada neste ano, pós-colheita.
 

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ADELBER VILHENA BRAGA

CAMPESTRE - MINAS GERAIS

EM 10/08/2014

Olá Caro Celso Morosini

   

     Se quiser entrar em contato pelo meu e'mail adelbervbraga@hotmail.com, quem sabe eu possa te ajudar.

     

   Att- Adelber Vilhena Braga.
MARCOS AURELIO RICCETTO

DIVINOLÂNDIA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 10/08/2014

Sou pequeno  produtor de café de montanha e pretendo arrancar as lavouras velhas que tenho em terras mais planas e replanta-las em espaçamento adequado para que possa mecaniza-las. Dado o quanto é custoso a colheita manual na minha região.

Pergunto aos mais entendidos no assunto. Posso já na primeira safra fazer a colheita com automotriz ? Qual o melhor espaçamento levando em conta que pretendo usar um pequeno trator para facilitar o manejo de meu cafezal? Com quanto de desnível opera uma automotriz? Obrigado
FLÁVIO DOS SANTOS

CAPELINHA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/08/2014

Muito bom todo o conteúdo. Estamos usando essa tecnologia aqui em Capelinha com essas mesmas características e ressalto; tanto nos adensados quanto no tradicional "mecanizado", passamos das médias nacionais esse ano em produção por hectare, rendimento e bebida dura para melhor com mais de 70% de peneira 17 a cima.
CELSO MOROSINI

ARAÇATUBA - SÃO PAULO

EM 08/08/2014

Estou entrando agora na cafeicultura, na região de Florida Paulista - SP, minha fazenda é plana e de terra de cultura, pretendo plantar cafe TUPY,  no espaçamento de (01) um metro por (01) metro com irrigação em gotejamento. Gostaria de saber opinião dos mais entendidos neste tipo de plantio se terei resultado satisfatório??, obrigado  
ADELBER VILHENA BRAGA

CAMPESTRE - MINAS GERAIS

EM 07/08/2014

Creio que esta tecnologia seja viável em regiões planas, onde há uso intensivo de mecanização e irrigação o que possibilitaria altas produções nas primeiras safras. Aqui no sul de Minas onde se pratica a cafeicultura de montanha a mecanização é limitada e a irrigação é praticamente inviável. Sendo assim,  acredito que intercalar o plantio de café com plantas anuais ou mesmo com brachiária tenha um custo- benefício mais interessante.
ALEXANDRE CASTRO CAMBRAIA

OLIVEIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/08/2014

Há de se considerar os custos de plantio, compra das mudas, frete, trato manual durante esses primeiros anos( adubação, pulverização, roçada, aplicação de round-up etc...)para então eliminar com apenas 3 ou 4 safras? E o trabalho e o custo de erradicação destes pés? Sem falar que ficam tocos no meio da rua que atrapalham a trincha e as colhedeiras de chão que trabalham centralizadas como a mogiana e a miac...a não ser  que a rua a ser eliminada seja totalmente arrancada ou destocada mas como fazer isso sem prejudicar as raízes das ruas definitivas? E o custo de tudo isso será que realmente se paga em apenas 3 safras? Só vendo pra crer...

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