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Considerações gerais sobre o uso da mistura de fungicidas e nutrientes no cafeeiro

POR ANTONIO FERNANDO DE SOUZA

E DANIVAL RICARDO COSTA

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 12/03/2008

3 MIN DE LEITURA

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A aplicação de mistura de fungicidas, inseticidas com micronutrientes é uma prática bastante utilizada no controle simultâneo de pragas, doenças e correção de deficiência nutricional do cafeeiro. Em geral, a época de controle da broca, da ferrugem e da mancha de olho pardo coincide com a época das aplicações foliares de zinco e boro no cafeeiro.

Em algumas regiões é difícil e oneroso realizar várias pulverizações no cafeeiro uma vez que esta época também coincide com o período chuvoso. O que se tem observado na prática, é que muitos cafeicultores estão adotando misturas de tanque entre fungicidas ou inseticidas com nutrientes, visando associar o tratamento fitossanitário com correção da deficiência nutricional do cafeeiro.

A principal vantagem está na possibilidade de reduzir o número de pulverizações da lavoura, pois numa única aplicação pode ser feito tanto o controle de doenças ou pragas quanto o fornecimento de nutrientes essenciais para o cafeeiro reduzindo o custo final de produção.

Em muitos casos esta mistura de produtos não compromete o tratamento fitossanitário devido a ação curativa dos fungicidas sistêmicos, protetora do cobre e nutricional dos nutrientes. Entretanto os resultados de pesquisa têm indicado redução de 7 a 10% na eficiência dos fungicidas sistêmicos (Figura1).

A compatibilidade física e química entre os produtos deve ser observada quando estes forem associados à calda de pulverização. A compatibilidade física corresponde a formação de precipitados (grânulos) na calda pode levar, por exemplo, ao entupimento dos bicos de pulverizações e à perda de eficácia dos produtos.

Em relação a compatibilidade química é importante saber que em reações alcalinas (pH acima de 7,0) nas caldas de pulverizações pode ocorrer decomposição da maioria dos inseticidas e fungicidas, comprometendo a eficácia do tratamento. Cada produto apresenta uma faixa de pH (que varia entre 5,0 e 6,5) onde a sua atividade é otimizada.


Clique no gráfico para ampliá-lo.

Figura 1- Incidência da ferrugem (%) em plantas de cafeeiro submetidas a aplicação de diferentes fungicidas (em vermelho) e a mistura destes com calda Viçosa - Viça Café (em verde) .
T1-Testemunha (sem fungicida); T2-Calda Viçosa (Viça Café); T3-Epoxiconazole+Piraclostrobina (Opera); T4-Epoxiconazole (Opus); T5-Trifloxistrobina+Ciproconazole (Sphere); T6-Triadimenol (Bayfidan); T7-Ciproconazole (Alto 100); T8- Ciproconazole+Azosxistrobina (Priori xtra); T9-Tetraconazole (Domark); T10-Tebuconazole (Folicur); T11- Flutriafol (Impact).
Fonte: Danival Ricardo Costa (dados não publicados)

Elementos não necessários na calda de pulverização além de aumentar custos, podem interferir na absorção foliar de outros produtos, inclusive dos fungicidas ou inseticidas sistêmicos. O cobre, por exemplo, compete reduzindo a absorção de zinco no cafeeiro.

Em condições de campo a correção da deficiência não é afetada porque a quantidade de zinco presente nas formulações prontas de micronutrientes (calda Viçosa, por exemplo) é um pouco mais elevada. Se os produtores optarem pela mistura de fungicidas com nutrientes, só devem ser utilizados micronutrientes em quantidades necessárias para corrigir a deficiência nutricional. Isto evita problema de fitotoxidez, principalmente em relação ao excesso de zinco e boro.

As misturas de fungicidas com nutrientes só devem ser utilizadas se realmente apresentarem vantagens econômicas em comparação ao uso dos fungicidas em separados. Podem ser utilizadas, por exemplo, quando os preços estão favoráveis ou quando o controle simultâneo de doenças e a correção da deficiência nutricional são necessários.

É importante relatar que o Ministério da Agricultura não regulamenta o uso da mistura de tanque para produtos fitossanitários, sendo permitidas o uso apenas as misturas prontas que estão disponíveis no mercado, como por exemplo, triazóis+estrobilurinas ou triazóis+inseticidas sistêmicos, dentre outras.

Isto porque há sempre o risco destas misturas resultarem em produtos não eficientes e mais tóxicos do que se fossem empregados separadamente. Além disso, aumenta a probabilidade da quantidade de resíduos ultrapassarem o limite tolerável para a cultura.

Atualmente existe uma preocupação mundial a respeito dos resíduos de pesticidas nos alimentos o que tem influenciado diretamente na comercialização mundial de determinados produtos agrícolas. Com o crescente aumento dos programas de certificação no cafeeiro acredita-se que esta prática não será permitida no futuro.

Não foi objetivo deste trabalho, incentivar o uso de tais misturas, mas levantar algumas considerações a respeito de uma prática que está se tornando cada vez mais comum na cafeicultura e carece de estudos sobre efeitos toxicológicos ao homem e ao ambiente.

Bibliografia consultada

KUSHALAPPA, A.C.; ESKES, A.B. Coffee rust: epidemiology, resistance and management. Boca Raton, Florida; USA: CRC Press Inc. 345p. 1989.

MATIELLO, J.B.; ALMEIDA, S.R. A ferrugem do cafeeiro no Brasil e seu controle. Varginha: Fundação PROCAFÉ. 98p. 2006.

ZAMBOLIM, L.; ZAMBOLIM, E.M.; CAIXETA, E.T.; JESUS JUNIOR, W.C. Características rastreáveis do manejo integrado das doenças do cafeeiro. In: ZAMBOLIM, L. (Ed.) Rastreabilidade para a Cadeia Produtiva do Café. Viçosa: Departamento de Fitopatologia, UFV. 2007. pp.85-128.

WALLER, J.M. Coffee rust - Epidemiology and control. Crop Protection, v. 1, p. 385-404, 1982.

ANTONIO FERNANDO DE SOUZA

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SOSIGENES LIMA DE.ANDRADE

EM 23/04/2018

Com relação a citros posso misturar nutriente a base de cobre com o fungicida carbomax?
DENISE SCOPEL

EM 21/03/2018

Fox funciona com adubo foliar com nitrogenio
FABIO JUNIOR

EM 10/12/2016

Misturar viça café com rival 200 ec pode causar augum problema a minha plantação por ter apenas 40 dias apos o plantio
RODOLFO RODRIGUES MATHEUS

NAZARENO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 20/02/2013

queria saber se o cal abaixa o PH DA SOLUÇÃO.
ELIOSSANDRO ELER GUIMARÃES

ALTO RIO NOVO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/10/2012

Gostaria de saber se ÓPERA é indicado para a phoma
RAFAEL SILVA BATISTA

LINHARES - ESPÍRITO SANTO - PESQUISA/ENSINO

EM 01/10/2012

Gostaria de saber quais inseticidas posso misturar com Priori Xtra na cultura do café no controle de ferrugem e Bicho Mineiro.
LEANDRO

IÚNA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/09/2012

sr eu produzo café arábica em regiões de altitude 1100m em media e com clima bem frio, e com incidência d  phoma queria saber oque eu posso fazer controlar o problema, por exemplo aplicações químicas ou outro recurso físico qualquer.
CARLOS OLIVEIRA

SANTA CRUZ DO SUL - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 08/11/2010

Prezado Antonio
No artigo que vc apresentou, um dos grupos do estudo consistia em mistura da calda viçosa(viça cafe) com Priori xtra. Este é um sistema viável de uso. Se for, é preciso adicionar um fator de controle do PH. Quais outros cuidados seriam indicados para esta prática.
Parabens pelo ótimo artigo.
Abraço
Carlos
ANTONIO FUZINELLI

ARAPONGAS - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 27/08/2009

Prezado Antônio,

Estou prestes a fazer minha primeira aplicação pré-florada: vou aplicar fungicida para Mancha de phoma, aureolada e cercosporiose. Juntamente vou utilizar inseticida para bicho mineiro e também aproveitando a aplicação vou utilizar adubos foliares ubyfol, com micronutrientes. Estou fazendo aplicação correta? ou seria recomendado outra forma de aplicação?

Agradeço de me orientar, pois há muitas opiniões a respeiro.

Abraços.
ADEMAR JUNIOR

VIÇOSA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 24/04/2009

Como é muito comum entre os produtores o uso de misturas de tanque, deveriam ser realizados mais trabalhos sobre tal assunto. Na oportunidade, venho pedir pela realização de um trabalho onde se estudaria a eficiência das misturas de um fungicida sistêmico com um inseticida.

Obrigado pela atenção!

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Ademar Junior,

Esta sua sugestão seria de grande impôrtancia em termos de redução de custos das operações. Entretanto, o Ministerio da Agricultura não permite o uso de tais mistura pelo fato de não haver estudos sobre os subprodutos provenientes de tais reações, que poderiam ser mais tóxicos aos alimentos, ao homem e ao ambiente. Além do mais, o pH da calda afetaria tais produtos e a eficácia de controle dos produtos em mistura seria comprometida.

Agradeço pela pergunta enviada,

Antônio Fernando de Souza
LUIZ ANTÔNIO VALLE GUIMARÃES

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 19/12/2008

Na realidade gostaria de um esclarecimento.
Qual a função da Cal Virgem ou hidratada na composição das caldas.

Agradecido.

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