Dois exemplos de recepa parcial onde foi feita a recepa de hastes velhas, deixando-se duas sem cortar. Com condução dos brotos e corte, no ano seguinte, das hastes que ficaram
Assim, os técnicos consultores e os cafeicultores novos, que agora estão entrando no cultivo de cafezais conilon, em regiões que eram mais tradicionais de lavouras arábica, devem prestar atenção sobre como realizar a recepa nessas lavouras. O maior interesse pelo cultivo de conilon é consequência dos melhores preços desse tipo de café, em função de estiagem prolongada que levou à quebra de safras nas áreas do ES, Sul da BA e VRD em Minas.
Duas alternativas podem ser usadas na renovação da copa dos cafeeiros conilon. A primeira por recepa parcial, cortando algumas hastes das plantas, deixando umas poucas (1-2) e conduzindo, simultaneamente, os brotos saídos. Seguindo no ano seguinte com corte das hastes velhas restantes. Esse modo desenvolvido faz bastante tempo, por técnicos do ex-IBC no Espirito Santo, agora foi rebatizado com o nome de poda programada de ciclo.
Suas vantagens, em relação à recepa total, são a de reduzir perdas de produção e a de possibilitar maior desenvolvimento das brotações. De certo modo, a recepa parcial funciona de forma parecida à recepa com pulmão, praticada em cafeeiros arábica. Não no sentido de manter área produtiva, mas com o objetivo semelhante, de prover reservas para o desenvolvimento de novas brotações, já que os cafeeiros conilon, no sistema de hastes múltiplas (3-5 por planta), não mantém saia.
Pode-se ver o grande número de brotos saindo das hastes, característica típica de cafeeiros conilon e que oneram a desbrota.
À direita, em recepa bem baixa, o menor número de brotos
A segunda, por recepa total, indicada nos casos de lavouras que vinham mal conduzidas com grande número de hastes velhas, ou atingidas por seca forte e que não possuem hastes velhas aproveitáveis, onde a condução de brotos seria muito trabalhosa. Aplica-se, ainda, a grandes projetos conduzidos de forma mais mecanizada. Ali não havendo suficiente disponibilidade de mão de obra para a condução de hastes, de forma preventiva, com desbrotas periódicas.
Nessa condição de recepa total da planta, a diferença muito importante está na altura de corte, a qual, mesmo consultores experientes não têm prestado atenção. O corte deve ser quase rente ao chão, no máximo com 10 cm de altura, quando se utiliza 30-50 cm em cafeeiros arábica. Esse corte baixo é essencial, pra reduzir o enorme trabalho de desbrota, já que quanto mais baixo, menos hastes ficarão pra emitir brotos. Já vimos casos, de grande sucesso, com corte realmente junto ao chão. Estes, depois de conduzidos os brotos, quando já lenhosos, ao chegar terra junto ao tronco ficou parecido com uma lavoura recém-implantada, pois o tronco não mais ficou aparecendo.
Cafeeiro com excessivo número de hastes, escapadas por mau manejo e que, agora, seria indicado uma recepa bem baixa, quase ao nível do solo, para reinicio da formação da planta.
Aqui, grande número de brotos eliminados (já no chão), pois a recepa ficou um pouco alta, a 20 cm