As observações de campo tem mostrado que, para a gravidade da doença, o efeito da umidade elevada no local da lavoura é até mais importante do que a temperatura mais baixa. Assim, o microclima dentro da lavoura,é um fator primordial na evolução do ataque da doença.
No controle da Phoma as alternativas que se apresentam são o uso de pulverizações com fungicidas apropriados, o uso de quebra- ventos e arborização. Isto buscando proteção das plantas e melhoria microclimática, além do emprego de variedades mais tolerantes à doença.
Na presente nota técnica objetiva-se mostrar o efeito benéfico da poda de cafeeiros na redução do problema da Phoma.
As observações foram feitas, nesses dois últimos anos agrícolas, em áreas de cafezais em regiões problemáticas para Phoma – No Planalto de Conquista (BA), no Sul de Minas, na região de Marechal Floriano (ES) e na Mogiana (SP).
Em lavouras que vinham apresentando, historicamente, baixas produtividades verificou-se que as plantas, pelo efeito do ataque de Phoma, apresentavam ramos laterais muito bifurcados, curtos e com seca de ponteiros, resultado de ataques sucessivos da doença. Assim, as plantas, especialmente na sua parte baixa, ficavam muito “embatumadas”.
Ao efetuar a poda de esqueletamento (curto) dessas lavouras problemáticas, verificou-se que elas voltavam a produzir bem nos dois anos em seguida. A princípio, desconfiava-se que a poda, ao induzir a formação de ramos novos, tornaria o cafeeiro mais susceptível à Phoma. Porém, a redução da altura das plantas e a abertura da lavoura, ao promover a insolação e arejamento, acabava reduzindo o molhamento foliar, com isso compensava o efeito da ramagem nova.
Pelas observações efetuadas em diversas lavouras podadas conclui-se que a melhoria microclimática promovida pela poda, ao reduzir a umidade dentro da lavoura, facilita o controle da Phoma. Logicamente, pode-se, ainda, combinar a poda com uma proteção adicional de fungicida.