Nos dois primeiros anos da lavoura de café, em sua fase de formação, a concorrência das ervas daninhas se mostra mais prejudicial, pois os cafeeiros são pequenos, suas raízes são ainda restritas e o mato cresce junto às plantas, sendo ali favorecido pelo adubo, e muitas vezes, pela própria molhação ou irrigação localizadas.
Assim, o mato compete com o cafeeiro, em nutrientes e água e, também pode absorver inseticidas-fungicidas de solo aplicados. Além disso, o mato acaba abafando as plantas jovens de café, tornando-as pernaltas. Cafeeiros novos, crescendo no mato, se tornam plantas amareladas, esguias e fracas, ficando mais susceptíveis à cercosporiose e ao bicho-mineiro. Por isso, o café novo deve ser mantido mais no limpo.
Uma faixa larga, junto à linha dos cafeeiros, deve ser mantida limpa, trilhada. Essa trilha pode ser feita por capina manual, que se mostra desvantajosa por gastar muita mão de obra e ainda pode causar danos ao tronco das plantas. Nesse caso, pode-se auxiliar com trincha ou carpideira descentralizadas, mecanizadas.
Uma boa opção é a limpeza da linha com herbicidas mais seletivos aos cafeeiros. Eles podem ser de pós ou de pré-emergência, em certos casos (em pós inicial) podendo ser associados. Em pós-emergência, para ervas de folhas estreitas, temos o Select e similares, o Verdict, o Poast e o Fusilade – estes não causando quaisquer danos aos cafeeiros. Para folhas largas, podem ser associados produtos à base de Clorimuron, que causam pequenos danos, logo reversíveis. Uma boa combinação usada tem sido o Select ou Verdict a 400-500 ml mais o Clorimuron a 150-200 ml por ha. Em caso de mato muito alto deve-se aumentar a dose do Select e do Verdict, em todos os casos devendo-se agregar 0,5% de óleo. Em pré-emergência, o produto mais indicado é o Goal, a 3-4 l por ha, que deve ser usado com jato dirigido, evitando atingir a mudinha nova ou o topo das plantas, pois causa, temporariamente, amarelecimento e paralisação do seu crescimento. Com as plantas já mais crescidas pode-se, já, iniciar o uso de herbicidas tradicionais, como o Glifosato e outros, com aplicação bem protegida (lençóis laterais, chapéu de Napoleão, carrinho ou manta) e de preferência com bico-espuma.
Na rua, principalmente nos plantios em renque mecanizado, o mato pode ser deixado, porém mantido sempre baixo, por roçadas, para evitar abafamento. Ultimamente tem sido mais recomendável usar herbicidas de pós-emergência nas ruas, formando camada de mato morto, auxiliando no controle à erosão. Esse procedimento considera os resultados de pesquisas, que evidenciam ganhos, de crescimento e produtividade, com a limpeza total (linha e rua).
No uso de roçadeiras tratorizadas, deve-se cuidar com a proteção lateral e traseira do equipamento, pois ao arremessar resíduos, do mato e outros do terreno, acabam-se danificando mudas novas no campo.
Mesmo com a linha limpa a braquiária da rua acaba abafando a mudinha
Controle na linha com mistura de herbicidas pós-emergentes, de Select com Clorimuron.
Aplicação de pré-emergente Goal, vendo-se a germinação de ervas apenas junto às plantas, onde a aplicação não ficou bem feita.
Trilhando lavoura nova com enxada - muito gasto de mão de obra.