As duas principais doenças do cafeeiro são a ferrugem e a cercosporiose e, em regiões frias e úmidas, também a phoma e pseudomonas são problemáticas. Medidas de controle químico são necessárias em vista da grande parte do parque cafeeiro ser composto por variedades susceptíveis a essas doenças.
No caso específico do controle químico da ferrugem, houve evolução nos produtos fungicidas utilizados ao longo desses 46 anos de convivência com a doença na cafeicultura brasileira. No início foram usados os fungicidas a base de cobre, protetivos, e, depois, os sistêmicos, curativos, via solo ou via foliar. Nos últimos anos, diante da menor eficiência dos fungicidas triazóis, quando usados isoladamente, foram desenvolvidas formulações deles com estrobilurinas, estes também eficientes contra a cercosporiose e com ação ainda sobre phoma.
A combinação de ativos com certeza é uma boa alternativa para melhorar o controle e superar problemas de resistência. Além de agregar controle associado, ou seja, de mais de uma doença. A inclusão de fungicidas cúpricos em programas de manejo das doenças do cafeeiro é importante, pois adiciona ação tônica-nutricional, melhora a cobertura, por re-distribuição na folhagem, auxilia no controle da ferrugem, cercosporiose e mancha aureolada. No entanto, alguns técnicos ultimamente têm apresentado restrições ao uso de cúpricos na mesma calda dos triazóis.
Foi realizado, neste último ano agrícola (2015/2016), um trabalho de pesquisa visando adicionar informações às pesquisas anteriores, para viabilizar, agora com novas formulações de triazóis, a combinação de fungicidas cúpricos na calda fungicida pulverizada. O trabalho foi realizado na Fazenda Experimental de Varginha (MG), com toda metodologia científica usual, em termos de delineamento, amostragens etc. A lavoura usada foi de catuaí amarelo 86, no espaçamento de 3 x 1 m, que se encontrava no 1º ano pós-esqueletamento, portanto, sem produção. Foram testadas três formulações de triazóis mais estrobilurinas com ou sem mistura de tanque com formulações a base de hidróxido de cobre. Foram efetuadas três aplicações no ciclo.
Os resultados de infecção pela ferrugem no pico da doença e a desfolha no final do ciclo estão colocados na tabela 1. Verifica-se que a infecção pela ferrugem não evoluiu muito, devido à condição de lavoura esqueletada, mas mostrou diferença significativa em relação aos demais tratamentos com produtos, que foram semelhantes entre si. Os dados de desfolha foram mais significativos, com diferenciação, também, entre a testemunha em relação aos demais tratamentos com fungicidas.
Os resultados obtidos confirmam pesquisas anteriores dos autores, demonstrando que, quando indicado, podem ser associadas fontes com cobre, na forma pouco solúvel, conforme são os fungicidas normais, nas caldas com formulações de triazóis.
A ferrugem ainda é a principal doença do cafeeiro. No seu controle a pesquisa mostrou que, quando indicado, podem ser combinadas formulações de fungicidas cúpricos tradicionais com as formulações de triazóis mais
estrobilurinas.