A mecanização da colheita nas lavouras cafeeiras é uma prática essencial na redução dos custos de produção de café, pois a operação, quando feita manualmente, representa mais de um terço das despesas totais de custeio anual nos cafezais.
O maquinário usado na colheita mecanizada de café, seja a colheitadeira auto-motriz, seja a tracionada a trator, só pode operar, em condições normais, em áreas de lavouras com topografia plana a ondulada, o que limita seu uso na cafeicultura em zonas montanhosas.
Nos últimos anos, no entanto, foi desenvolvida a técnica de adaptação do terreno em cafezais, em áreas declivosas, através do terraceamento nas ruas, fazendo caminhos planos, por onde podem transitar tratores, com implementos comuns para os tratos, como roçadeira, adubadeira, pulverizador etc.
A última etapa de desenvolvimento da mecanização em lavouras de café terraceadas, com certeza a mais importante, tem sido a adaptação para emprego de colheitadeiras nessas áreas.
Os trabalhos de adaptação, com esse objetivo, começaram com o uso de derriçadeiras tratorizadas mais leves, como a derriçadeira da Fenix e Kokinha. Os testes evoluem para o uso de colheitadeiras comuns, especialmente as de arrasto, tracionadas por trator.
Algumas fábricas já vêm adaptando suas máquinas. A primeira providencia é a substituição dos pistões da suspensão das duas rodas, com a retirada dos normais, de 60 cm, colocando pistões de alcance de 1,20 m. Também no cabeçalho da máquina deve-se ter um pistão, para levantar a frente, evitando que pegue no barranco. Deve-se observar a largura da máquina, pois as muito estreitas não abarcam bem o cafeeiro quando posicionadas em ruas mais largas.
No ano passado foi realizada na Fazenda Sertãozinho, em Botelhos (MG), uma demonstração operacional da colheitadeira de arrasto tracionada, da marca Matão, modelo Tornado. Ela estava com pistão longo e operou bem, em desnível de terraço de cerca de 1,20 m.
Confira na foto abaixo: