Quando um produtor identifica em seu pasto uma espuma de origem estranha, a certeza é uma só: ataque de cigarrinhas. A praga que mais impacta os pastos, principalmente as braquiárias, é um inseto conhecido como sugador. Ele se alimenta da seiva da planta e, "ao picá-la", leva a mortalidade das células e do tecido vegetal que fora contaminado por sua toxina.
As pastagens sofrem ataques de várias espécies do gênero Deois e da espécie Notozulia entreriana. Juntas, essas espécies são conhecidas como complexo cigarrinha-das-pastagens. As pastagens ainda sofrem ataque de espécies do gênero Mahanarva, em especial a Mahanarva fimbriolata, também conhecidas como cigarrinhas das raízes.
"Tanto na fase adulta, quanto na fase ninfa, as cigarrinhas sugam a seiva da planta, reduzindo a disponibilidade de nutrientes e prejudicando o seu desenvolvimento, tanto nas raízes quanto na parte aérea", explica a pesquisadora assistente da Barenbrug do Brasil, Nathália da Costa Maia.
De acordo com a pesquisadora, geralmente nos meses de setembro e outubro ocorre a eclosão dos ovos, que ficam no solo e resistem às condições adversas do período da seca, dando origem às ninfas, a forma jovem da cigarrinha.
As ninfas, ao se alimentarem da seiva pelas raízes, destroem os vasos condutores, o que dificulta o transporte de água e nutrientes pela planta, gerando uma desordem fisiológica. Porém, os principais danos são causados pelas cigarrinhas na fase adulta, que se alimentam da parte aérea e, ao sugarem a seiva, injetam toxinas na planta.
Essas toxinas causam morte do tecido vegetal, gerando o sintoma de estria clorótica, que, posteriormente, evolui para o secamento foliar, reduzindo, assim, a capacidade fotossintética da planta. Ataques severos do inseto podem levar à morte da planta. Tudo isso gera uma redução significativa na produção e disponibilidade de forragem.
Hoje, no mercado, existem cultivares criadas com foco nas necessidades da produção agropecuária tropical, trazendo uma grande inovação que alia segurança e desempenho animal. De acordo com Nathália, as cultivares Cayana e Sabiá se mostraram com o mesmo nível de resistência e/ou superior aos cultivares resistentes do mercado.
Depois de anos de pesquisas em laboratório, as cultivares foram criadas para sofrerem menos danos pelas cigarrinhas e manter os altos índices de produtividade. "Outro ponto importante é a redução no uso de inseticidas, o que gera uma maior economia para o produtor e um manejo mais sustentável, reduzindo os impactos no meio ambiente", finaliza a pesquisadora.
As informações são da Climatempo.