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Arborização de cafezais: tecnologia protege o cafeeiro contra vento e excesso de sol |
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MARCIA APARECIDA COUTINHO SHIMABUKUROBELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 04/11/2016
Olá Cássio,
Primeiramente, gostaria de parabenizar o seu trabalho e agradecer o serviço prestado à humanidade. Minha família possui uma fazenda de café no Sul de Minas, em São Gonçalo do Sapucaí, e estamos pretendendo integrar a lavoura à floresta. O município onde se localiza a propriedade integra o Bioma Mata Atlântica, um dos mais degradados do país. Com o Plano ABC do Governo Federal e a valorização do mercado de cafés especiais, decidimos aumentar a produção com foco no mercado gourmet. Para tanto, decidimos também começar o novo plantio de forma mais sustentável, com uma integração com a floresta. Como a propriedade está situada na Serra da Mantiqueira, gostaríamos de integrar o café com espécies nativas da fitofisionomia local ou a mais aproximada possível. Gostaria de saber quais as espécies nativas nativas indicadas para a integração lavoura-floresta na região da Mantiqueira. Li nos comentários anteriores que vocês já citou algumas como o ipê-roxo, paineira, pau-pereira (li o resultados do seu trabalho na ESALQ) e caroba. Entretanto, pensando-se em sombreamento/produtividade café especial (árvore caducifolia) e contribuição com a ciclagem de nutrientes e controle de pragas, gostaria de pedir uma aula sobre as espécies vegetais nativas da Mata Atlântica mais indicadas para a este tipo de integração. Muito obrigada. Márcia Shimabukuro |
CASSIO FRANCO MOREIRAMACHADO - MINAS GERAIS EM 15/03/2014
Oi Ovidio, boa tarde! Sim se você plantar uma exótica como Cedro Australiana que tb tem o crescimento rápido, você conseguirá explorar a madeira de forma mais rápida e como menos burocracia para cortar. Há diversos fornecedores de mudas de cedro australiano e só procurar no google. No ES, MG, MS, etc há muita gente plantando essa espécie. Uma opção nativa e de alto valor agregado e ótima para o café é o ipe roxo mas é de crescimento mais lento e você tem que registrar o plantio para poder explorar depois pois é espécie nativa. Eu entendo que você deveria plantar 2 ou 3 espécies, talvez o cedro, Ipe e paineira, etc, pensando tb em um retorno pela madeira mas principalmente pensando no retorno que a árvore te dará para o microclima, qualidade, ciclagem de nutrientes, água, etc, etc, etc. Abraço, Cassio
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OVIDIO CAMILHO DA SILVEIRAMOGI GUAÇU - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 12/03/2014
Olá Cassio, obrigado pelas informações, mas tenho outras dúvidas tais como:
Já que vou plantar árvores, queria uma espécie que possa ser explorada e com bom valor comercial e onde posso conseguir as mudas. Abraço |
CASSIO FRANCO MOREIRAMACHADO - MINAS GERAIS EM 11/03/2014
Oi Ovídio, há diversas espécies que são boas para nossa região, tanto nativas como exóticas. O mais importante é que a espécie perca suas folhas no outono/inverno e que tenha raiz profunda. Se for de crescimento rápido melhor ainda. Algumas espécies recomendadas: Ipês, Paineira, Cedro Brasileiro (o brasileiro não pode ser plantado muitas árvores juntas pois dá broca na árvore) ou Australiano, Pau Pereira, Jacarandá de Campinas/Carobá (aquele de folha fininha e de flor roxa). Sugiro plantar a cada 5, 6 ou 7 linhas e de 5, 6 ou 7 metros entre árvores plantada na linha do café. Isso vai dar de 100 a 200 árvores/ha. Plante de forma misturada as espécies ou se quiser pensar em explorar as nativas no futuro, você terá que plantar cada linha com 1 espécie pois vai facilitar conseguir a licença. Abraço
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FÁBIO LÚCIO MARTINS NETOVITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 11/03/2014
Prezado Ovídio, acredito que o colega Cássio Moreira poderá lhe dar dicas valiosas sobre as espécies mais adequadas para a região Sul de Minas.
Seu cafezal não é muito fechado, então pode arriscar um maior nível de sombreamento. Entretanto, somente a partir da escolha da espécie arbórea pode-se discutir o seu espaçamento, levando em consideração a trajetória do sol ao longo do dia e ano, e o manejo (com podas ou não). Abraços, |
OVIDIO CAMILHO DA SILVEIRAMOGI GUAÇU - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 10/03/2014
Tenho um Sítio de café em Inconfidentes MG e fiquei muito interessado no assunto, até porque a seca dos últimos meses está prejudicando a lavora.
Gostaria de saber que árvores seriam mais indicada para aquela região e o espaçamento,sendo que o espaçamento do meu cafezal é de 1x3m. |
FÁBIO LÚCIO MARTINS NETOVITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 10/03/2014
Muito bom o texto e os complementos do colega Cássio, pioneiro da cafeicultura orgânica e grande conhecedor do tema.
Paulo Roberto, existem estudos com grevíleas na Bahia, especificamente no Planalto de Vitória da Conquista e na Chapada Diamantina, coordenados pela Professora Sylvana Matsumoto da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Tenho algum material e posso enviar se interessar. Meu e-mail é fabio.martinsneto@ebda.ba.gov.br. Cumprimento Jaydi com saudades da turma de cafeicultores de Bonito-BA. Penso que o abacateiro possui uma copa muito fechada, que sombrearia em demasia os cafeeiros, prestando-se melhor para o cultivo em renques mais distantes. Sempre acreditei no efeito positivo do sombreamento para melhoria da qualidade dos frutos, devido ao mais período de maturação e ao maior tamanho obtido no final do processo. Inclusive, alguns cafés de Piatã-BA premiados em concursos nacionais nos últimos anos foram provenientes de lavouras arborizadas. Entretanto, cientificamente ainda pairam dúvidas sobre o assunto. Em uma pesquisa realizada na Colômbia e publicada em 2009, mostrou que em localidades situadas em altitudes maiores, o sombreamento dos cafezais teve um efeito negativo no aroma, na acidez, no corpo e na doçura, enquanto nenhum efeito foi verificado sobre as características físicas do grão. Em altitudes inferiores, o sombreamento não influenciou significativamente os atributos sensoriais, mas reduziu o número de grãos pequenos. Mesmo com estes resultado, acredito na técnica de arborização de cafezais principalmente para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, e atenuar os efeitos adversos do calor e das menores precipitações principalmente em regiões marginais para o cultivo do café arábica. Abraços. |
CASSIO FRANCO MOREIRAMACHADO - MINAS GERAIS EM 06/03/2014
Caros, desenvolvi diversas pesquisas práticas e tb mestrado e doutorado com sombreamento no sul de MG. O mais importante nas latitudes mais elevadas como sul de MG, SP e Paraná, onde os dias são mais curtos no meio do ano, é se trabalhar com árvores caducifólias no período de dias curtos. Assim temos entrada de sol e indução floral. Se trabalharmos com sombreamento intenso com árvores que não perdem folhas nessas regiões a produtividade será mais baixa. Eu avaliei por 5 anos mais de 500 pés de café sob sombreamento intenso com Pau Pereira em Machado, sul de MG, sendo que os pés de café receberam 90-95% do sol do tratamento a pleno sol no periodo abril a julho e 30-50% do sol no periodo de outubro a fevereiro. A produtividade foi a mesma no sombreado e pleno sol, o sombreado teve grãos maiores e maturação mais lenta, bebida melhor, solo e folhas com melhor nutrição (principalmente K) e muito mais ciclagem de nutrientes devido a queda das folhas. Conclusão pode-se sombrear de forma intensa se utilizar árvores certas (ou poda nos dias curtos mais há muitas árvores amigas que não necessitam poda). Nas regiões mais próximas do Equador como nordeste, pode-se até sombrear mais pois não há tanta variação no comprimento do dia. Grevilea e abacate para SP, Sul de MG e PR trará muito ótimo resultado para o miclroclima, qualidade, redução pragas, quebra vento, etc e deve ser plantado de forma mais alternada e menos intensa, pois essas espécies não ficam peladas na época de dias curtos. Tenho recomendado sombreamento com colheita mecânica sem problemas. Plante as árvores na linha do café a cada 5, 7 ou 10 ruas de café (dependendo da espécie de árvore) e colha de forma manual aquela linha de café. Qualquer coisa entre em contato. Abraço
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