A primeira diz respeito ao que ocorreu, recentemente, na Chapada Diamantina, na Bahia, em cafezais que abriram a florada em um período de chuva intensa e continuada, onde choveu cerca de 300 mm em 15 dias de novembro de 2014. Nos cafezais sob estas condições verificou-se que a abertura da florada ficou retardada e muitas flores não chegaram a abrir normalmente. Muitos botões ficaram maiores, de cor branca, mas ou não abriram antes de cair ou abriram em flores com aspecto anormal, conforme se pode ver nas fotos. Isto é estranho, pois o que sabemos é justamente o contrário, vez que o diferencial hídrico, por chuvas ou irrigação, facilita a abertura das flores.
As hipóteses formuladas para a falta de abertura das flores sugerem que a umidade excessiva reduziu a transpiração das plantas, e, assim, não deu condições ideais de suprimento de água para o desenvolvimento da florada, e, ainda que a falta de luminosidade tenha interferido na abertura, uma vez que os dias ficaram inteiramente nublados e com cerração.
A segunda observação tem a ver com o tipo de flor do cafeeiro, a qual apresenta o ovário ínfero, ou seja, as pétalas ficam presas acima do ovário. Como no cafeeiro arábica a fecundação, em sua quase totalidade, ocorre antes da abertura da flor, parece que o botão, mesmo fechado ou mal aberto, ao possuir já sua parte sexual completa, acaba fecundando normalmente o fruto. Assim, a queda desses botões e flores não levam consigo o ovário, o qual formará o fruto, ou seja, suas estruturas de proteção e dispersão das sementes. Caso a flor tivesse o ovário súpero seria provável que a queda do botão anormal levaria junto o fruto.