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Amostragem de solos: Exemplos da relação entre o número de amostras simples e o diâmetro do trado utilizado

POR ANDRÉ GUARÇONI M.

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 24/07/2006

1 MIN DE LEITURA

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Este pequeno artigo é uma resposta à carta de Rodrigo Ticle, referente ao meu primeiro artigo "Amostragem de solo para a cultura do café".

Para exemplificar, fiz simulações com resultados obtidos em minha Tese de Doutorado, a qual trata exatamente desse assunto. Apesar de simulações, são resultados reais e podem ocorrer em qualquer lugar.

Foram realizadas 10 simulações, ou seja, cinco amostragens utilizando 20 amostras simples e cinco amostragens utilizando 40 amostras simples, no mesmo talhão, no mesmo dia, com trado de 4,0 cm de diâmetro.

São apresentados, no quadro abaixo, os teores de fósforo disponível (característica de maior variabilidade nos solos) e os resultados da necessidade de calagem calculada pelo método da saturação por bases.

Infelizmente, o solo amostrado apresentava elevado teor de P e baixa acidez. Portanto, não se deve pensar em classes de fertilidade. Observe, apenas, os valores absolutos.


Quando se coletam 20 amostras simples com trado de 4 cm de diâmetro, para se formar uma amostra composta, os teores e resultados são muito variáveis para cada amostragem realizada, dependendo dos pontos de concentração no solo, que, por sorte ou azar, forem amostrados.

Nesse caso, pode-se obter resultados discrepantes como 36,9 e 60,3 mg/dm3 de P e NC de 0,000 e 0,707 t/ha. Por outro lado, quando se coletam 40 amostras simples com trado de 4 cm de diâmetro, para se formar uma amostra composta, os teores e resultados são muito mais homogêneos e se aproximam muito dos reais teores médios do solo e da real NC.

Obviamente, podem ocorrer teores muito parecidos, em ambos os casos, como nas amostragens 4 e 5. Mas não se iluda, isso é apenas uma questão de sorte ou azar.

É bom ressaltar que a análise de solo estima reais quantidades de características do solo, ou seja, nunca é exata. Entretanto, quanto mais os resultados se aproximarem dessas quantidades reais, maior será a eficiência de qualquer programa de adubação e maior será a lucratividade.

Qualquer dúvida, volte a escrever para o CaféPoint.

ANDRÉ GUARÇONI M.

D.Sc. em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa-MG. Pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper)

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ELISEU FERREIRA BRITO

VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA - ZOOTECNISTA

EM 24/04/2013

Olá boa noite! parabéns pelo trabalho, muito interessante! Mas gostaria de saber qual a melhor opção para coleta de solo para analise: trado tipo holandês ou sonda?

  e entre estes dois trado  qual o melhor:(cacamba Ø 1.1/2" E 10CM, ou CACAMBA Ø 3" E 20 CM! DESDE JÁ AGRADEÇO.



ELISEU FERREIRA BRITO/ VITORIA DA CONQUISTA BA
FABIO JUNIO DE CARVALHO

MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 12/02/2008

Estou fazendo uma pesquisa de Manejo de Solo em Cafeicultura de Montanha. Preciso relacionar espaçamento e proteção de solos. Não consegui um material adequado ainda . Queria uma ajuda de vocês, livros, revistas e artigos.
ANDRE LUIS SILVEIRA DE OLIVEIRA

CAMPOS GERAIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 22/08/2007

Boa noite,

Aqui no sul de minas, estamos usando muito um trado "caseiro" tipo, bengala de moto com 20 cm de comprimento, o diâmetro é da grossura de uma bengala de moto. Portanto é muito pratico o trado e fácil manuseio.

Vocês aprovam essa ideia?

<b>Prezado André Luis,</b>

Essas soluções "caseiras" são muito interessantes. Mostram a engenhosidade de nossos produtores e técnicos. Não sei muito bem o que é a tal "bengala de moto", mas acredito que seja o amortecedor dianteiro.

Se você diz que é prático e de fácil manuseio, não vejo qualquer problema em utilizá-lo. A única ressalva é em relação ao diâmetro, pois serão necessárias mais de 20 amostras simples para formar uma composta. De qualquer forma, esse trado "caseiro" apresenta um diâmetro maior do que a sonda, tornando-o um equipamento mais eficiente.

Qualquer dúvida volte a escrever para o CaféPoint.

André Guarçoni M.
ROGERIO HAYAKAWA PARRA

CAMPOS ALTOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 26/07/2007

Dr. André,

Sou amigo pessoal do Rodrigo Ticle, e lendo a carta, me ocorreu uma dúvida. Ouvi durante um dia de campo em nossa região que o melhor material para se confeccionar o trado é o aço inoxidável, por não interferir na amostragem.

Se for verdade, quer dizer que a grande maioria de amostra coletada pela grande maioria dos profissionais da área pode estar "contaminada", pois a grande parte dos trados que conheço são confeccionados com ferro.

Gostaria de saber se essa informação procede e se tiver interferência real, qual o melhor material de confecção de um trado?


<b>Prezado Rogério</b>,

Realmente, o melhor material para se confeccionar um trado é o aço inoxidável. Fornece maior durabilidade do que outros materiais, além de ser muito mais elegante. Mas você já viu o preço de um trado desses?

Utilizando um trado confeccionado com outro material, pode, sim, haver alguma contaminação, especialmente dos micronutrientes Fe, Zn e Cu. Entretanto, a análise de micronutrientes em laboratórios de rotina está sujeita a tantas contaminações que, as geradas pelo material constituinte do trado, passam a ser irrelevantes. Além disso, as tabelas para interpretação dos teores de micronutrientes no solo, não são, ainda, muito confiáveis, devido às contaminações e à dinâmica dos micronutrientes.

Dessa forma, considero que a aquisição de trados de aço inoxidável (muito mais caros) não seja fundamental para se determinar as características realmente importantes na análise de solo (P, K, Ca2+, Mg2+, P-rem, e características ligadas à acidez). Mais relevante do que o material utilizado na confecção do trado, é realizar a amostragem de solo corretamente.

Para definir a disponibilidade de micronutrientes, a análise foliar é muito mais efetiva, principalmente por se utilizar, na maioria dos casos, o "princípio da segurança" para a recomendação.

Agradeço seu questionamento. Abraços para você e Rodrigo.

Qualquer dúvida volte a escrever para o CaféPoint.

André Guarçoni M.
MARCELO NOGUEIRA AMORIM

ESPERA FELIZ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/12/2006

Interessante esta matéria, pois conheço muitos colegas de profissão e produtores que utilizam até menos de 20 sub-amostras/ talhão para análise de solo.

Aqui, usamos a sonda, com diâmetro de + ou - 3 cm. Quantas sub-amostras devo retirar por talhão, com esse diâmetro?

<i>Prezado Marcelo,</i>


É muito comum vermos técnicos e produtores coletando um número insuficiente de amostras simples (sub-amostras são divisões feitas no laboratório) para representar, corretamente, a fertilidade média do solo em um talhão homogêneo. Entretanto, a preocupação quanto à relação número/volume de amostras simples é, realmente, muito nova. As pesquisas científicas mostram que: quanto maior o volume das amostras simples, menor o número necessário para representar um talhão homogêneo, sendo o inverso, também, verdadeiro.

O que nos resta, agora, é aumentar conscientização de técnicos e produtores, visando tornar os programas de adubação mais eficientes. Seu questionamento mostra a importância de um veículo de informações como o CaféPoint, pois, além de fornecermos a informação básica, podemos aprofundá-la, de acordo com as situações locais de cada técnico ou produtor.

Para sanar suas dúvidas, sugiro a leitura de meu artigo "Amostragem de solo para a cultura do café" e a resposta ao questionamento, sobre o mesmo tema, de Pedro Paulo de Faria Ronca. Está tudo explicado nessas duas leituras. Mas posso te adiantar que, com essa sonda, serão necessárias mais de 40 amostras simples para representar, fielmente, a fertilidade média do solo em qualquer talhão de café em produção. Como sugestão, acredito que você deva utilizar um trado de maior diâmetro ou o enxadão.

Agradeço seu questionamento.

Qualquer dúvida volte a escrever para o CaféPoint.

André Guarçoni M.
PEDRO PAULO DE FARIA RONCA

RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/08/2006

Caro André,

Interessantes os dados de sua pesquisa. Gostaria de saber se há dados parecidos sobre o uso da sonda para retirar amostras de solo.

Além disso, fica uma questão prática. Como operacionalizar em uma fazenda que tenha, por exemplo, 80 talhões? Retirar 40 amostras simples para cada amostra composta? Isto não tornaria o processo demasiadamente longo? Você vê alguma alternativa?

Obrigado.



<i>Prezado Pedro Paulo,</i>

Parabéns pela visão prática sobre o assunto!

Desconheço trabalhos realizados diretamente com a sonda, uma vez que, na maioria dos trabalhos sobre o tema, o equipamento, em si, é irrelevante. O que importa é o volume de solo coletado com o equipamento. A sonda que conheço tem um diâmetro interno de 4,5 cm, mas com o orifício de entrada de solo de apenas 2,8 cm, sendo este o diâmetro a ser considerado. Você deve estar se referindo uma sonda semelhante.

Bem, considerando os trabalhos que li, e não foram poucos, assim como, meus próprios experimentos, considero a sonda inadequada para a coleta de amostras de solo, apesar de ser um equipamento de fácil manuseio e que agiliza o processo de coleta. Afirmo isso devido ao pequeno volume de solo coletado com a sonda, que pode gerar resultados extremamente variáveis, dependendo dos pontos de coleta de solo. Obviamente, vai existir um número de amostras simples adequado para a amostragem de solo com a sonda, mas esse número será impraticável.

Eu sei que é um pouco difícil digerir certas informações, mas são a pura verdade. Tire a dúvida. Retire três amostras compostas com a sonda, cada uma formada por 40 amostras simples, em um pequeno talhão. Mande analisar e compare os resultados. Garanto que esses resultados serão extremamente discrepantes, especialmente para fósforo e potássio, e irão confirmar o que eu disse.

Em relação ao segundo questionamento, a recomendação não é a de coletar 40 amostras simples em qualquer situação. Se você der uma olhada em meu primeiro artigo no cafépoint: "Amostragem de solo para a cultura do café", vai ver que 40 amostras simples são indicadas para um trado de 4 cm de diâmetro. Se o trado apresentar 5,3 cm de diâmetro, basta coletar 15 amostras simples para formar uma composta. Se o trado apresentar 5,9 cm de diâmetro, pode-se coletar apenas 10 amostras simples.

Se você não tiver um trado com diâmetro próximo a esses, recomendo coletar 15 amostras simples com enxadão, mas com 5,3 cm de espessura x 5,3 cm de largura x 20 cm de profundidade. Uma coisa importante: todas as 15 amostras simples devem apresentar, sempre, o mesmo volume. O 5,3 cm é tão detalhado por ser o resultado de uma fórmula matemática, mas, na prática, 0,3 cm a mais ou a menos não farão diferença. A coleta de amostras de solo com o enxadão não é um retrocesso e eu o considero um ótimo equipamento de amostragem.

Penso que, assim, você poderá realizar uma amostragem facilitada e de qualidade.

Qualquer dúvida volte a escrever.

RODRIGO TICLE FERREIRA

ARAXÁ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/07/2006

Dr. André,

É justamente o que eu gostaria de saber.

Estávamos bolando um trado de rosca sem fim acoplado em uma furadeira (vi em uma matéria, você já tinha visto?).

Facilita a vida de qualquer um, mas principalmente melhora a eficiência na coleta das amostras. Logicamente teremos de ter o volume de solo e amostras corretos. São 15 segundos para obter uma amostra simples e partir para outra coleta.

Volto a escrever e te passo o diâmetro e volumes. Pode ter certeza que já estávamos fazendo coisa errada.

Outra pergunta. Coletei amostras a 5 e 20 cm em um mesmo local. Para a primeira não houve NC, para a segunda 1,6 t em área total a 20 cm. Voltamos então ao conceito de NC e QC por ser uma lavoura em produção.

E então, faço ou não a calagem, ou é possível a incorporação do calcário subsolando próximo ás raízes após ser feita a calagem?

A subsolagem é algumas vezes utilizada em nossa região para descompactação do solo, certamente é questionável.

Muito obrigado,

Rodrigo


Prezado Rodrigo,

O equipamento que você diz estar bolando é mesmo muito interessante. Mas além do diâmetro, deve-se prestar atenção à perda de solo superficial da amostra simples, pois isso acontece muito em amostras coletadas com trado de rosca. Seria interessante se você pudesse colocar essa rosca sem fim dentro de um tubo, de forma que as paredes internas do tubo impeçam a perda lateral de solo. Se funcionar, será um equipamento muito útil.

Você coletou amostras de 0-5 e 5-20 cm de profundidade? Se for isso, ai vai a resposta. Se não, volte a escrever.

Deve-se lembrar, antes de tudo, que as raízes do cafeeiro, uma planta perene, estão concentradas na camada de 0-20 cm de profundidade, não na de 0-5 cm. Se uma camada de 15 cm do solo necessita de calagem (amostra de 5-20 cm), é possível que os teores de cálcio e magnésio presentes na camada de 0-5 não sejam suficientes para suprir a planta.

A planta explora a fertilidade média do solo e quando coletamos a amostra de 0-20 cm de profundidade, estamos determinando a fertilidade média, compatível com o volume de solo mais explorado pela cultura. Penso que você deva fazer uma média ponderada entre os resultados da amostra de 0-5 e da amostra de 5-20 cm. Com essa média, calcule a necessidade de calagem e aplique superficialmente o calcário, corrigindo para a profundidade de 7 cm.

Se você coletou uma amostra de 0-20 cm, é esse resultado que deve usar. É claro que o valor de pH e os teores de cálcio e magnésio vão ficar um pouco elevados na camada de 0-5 cm. Isso não é problema. Você fez o cálculo pela fertilidade média e isso é o que importa. Não se pode considerar esse pequeno aumento como uma supercalagem. Esta só o ocorre quando os cálculos são mal feitos.

A subsolagem que você propõe está fora de questão. Se você quer fornecer cálcio e atenuar os efeitos tóxicos do alumínio em profundidade, deve aplicar gesso. Por falar nisso, como estão os teores de Ca2+ e Al3+ na camada de 20-40 cm do solo de sua lavoura? Aposto que um gessinho ia bem.

Agradeço as perguntas e volte a escrever para o cafépoint.

André Guarçoni Martins.

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