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Adubação Foliar com Macronutrientes

POR MAURO SCIGLIANI MARTINI

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 18/05/2009

3 MIN DE LEITURA

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Introdução

A adubação do cafeeiro é, ainda hoje, tema de muitas pesquisas no Brasil e no mundo. É também um dos fatores principais quando nos referimos à produção e proteção de lavoura a doenças. Entretanto, algumas dúvidas ainda pairam sobre os técnicos e produtores de café a respeito da aplicação de macronutrientes por meio foliar e, através deste artigo, tentarei esclarecer alguns fatores deste manejo e a sua discutível viabilidade.

Absorção pela folha

A eficiência de absorção de nutrientes minerais pelas folhas é realmente elevada. Isto ocorre pelo fato das plantas não terem perdido esta capacidade desde o tempo de suas ancestrais, quando a vida ainda era apenas na água, entretanto, não pode ser comparada com a absorção radicular, que apresenta uma eficiência muito maior. A questão é se essa capacidade da folha pode ser utilizada para a absorção de macronutrientes como o Nitrogênio e o Fósforo, a fim de suprir as necessidades da planta.

Discussão

A aplicação de Macronutrientes por via foliar tem sido enaltecida de forma muito exagerada, principalmente por má interpretação de geralmente duas situações descritas a seguir. No primeiro caso, quando há aplicação em alto volume, ou seja, se aplicam vários litros da calda por planta - neste caso, a calda teria fontes de macronutrientes - e os resultados parecem satisfatórios, como se a absorção pela folha fosse suficiente para a nutrição do cafeeiro. Entretanto, a aplicação em alto volume faz com que muito da calda escorra pelas folhas, chegando ao chão, sendo absorvido pelas raízes. Este fato muitas vezes não é observado, deixando a falsa impressão que a pulverização neste modo é eficiente para a nutrição de macronutrientes.

O segundo caso é que a absorção mineral pelas folhas é muito alta e também muito rápida, mas mesmo que a absorção foliar fosse total, que todo o nutriente aplicado fosse absorvido, ainda assim a quantidade de minerais seria muito pequena em relação à necessidade do cafeeiro.

Quando nos deparamos com resultados que demonstram efeitos benéficos da adubação foliar com macronutrientes em cafeeiros, geralmente eles caem no primeiro caso mostrado acima, ou ainda pode ser fruto de utilização errônea da estatística, como interpretação incorreta de testes de médias.

Para ilustrar um pouco mais esses fatos, abaixo estão dois exemplos teóricos da utilização de macronutrientes por meio de pulverização. É claro que os exemplos não consideram os processos de transporte dos nutrientes para fora das folhas, que no caso do Fósforo, Nitrogênio, Potássio e Magnésio podem ser elevados, diminuindo as concentrações destes no interior da folha.

Exemplo 1: Aplicação de Uréia 2%

Em uma pulverização adequada para um cafeeiro bem enfolhado, gasta-se em torno de 200 ml por planta. Seguindo este padrão, são colocados 4g de Uréia por planta, como ela contém aproximadamente 45% de Nitrogênio, são depositados nas folhas cerca de 1,8 g de N. em um cafeeiro sadio, vigoroso, de 5 anos de idade, podemos considerar que ele tem, em média, 4000g de matéria seca foliar e admitindo uma eficiência de 60% na aplicação e absorção têm-se que: 1,8g N x 0,6 (eficiência de aplicação e absorção) / 4000g (matéria seca foliar), o que resulta em aproximadamente 0,03% de Nitrogênio foliar, ou seja, muito inferior ao teor adequado deste nutriente na folha, que está próximo de 3,0%.

Exemplo 2: Aplicação de MAP 2% (Monoamôniofosfato)

Com os mesmos cálculos anteriores e sabendo que o MAP tem em torno de 45% de P2O5 solúvel, obtém-se uma concentração foliar de Fósforo, aproximadamente, de 0,01%. Admitindo que a concentração adequada deste nutriente na folha está em torno de 0,18%, ocorre o mesmo fato descrito anteriormente.

Conclusão

A aplicação de macronutrientes por via foliar só se justifica quando o solo está muito seco ou a absorção radicular é diminuída por alguma razão. Mesmo nestes casos, tal aplicação se mostra muito questionável como demonstrado anteriormente. É importante ter em mente que o modo mais eficiente e economicamente viável de nutrir a planta com minerais é por meio radicular, exceto em casos particulares, como o do Zn (zinco) nos solos muito argilosos.

Literatura consultada: ZAMBOLIM, L., Café: Produtividade, qualidade e sustentabilidade (Ed.) 2000, Viçosa, UFV, Departamento de Fitopatologia, 396p.

MAURO SCIGLIANI MARTINI

Consultoria técnica especializada, certificações, qualidade de cafés, tecnologia avançada em aplicação, auditorias, assessoria ambiental e comercial, gestão da cafeeicultura, etc.

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EDWIN JIMENEZ

INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 30/12/2014

CONSIDERAÇÕES DA NUTRIÇÃO

POR CARBONO 12 NA  FOTOSSINTESIS







Numa folha pode ter milhões de Fito cromos, que são os que se encarregam de fazer a fotossínteses para produzir ATP que é energia, mais quando o nível ótimo do Carbono 12 está abaixo do 0,15 %, não todos os Fito cromos são ativados e podem trabalhar, dependendo do nível que esteja o Carbono 12, a metade ou mais ou menos dos 20 milhões dos Fito cromos podem ser ativados, e o ideal é que todos os Fito cromos estejam  ativados e produzindo muito ATP, então si fornecemos Carbono 12 com aplicações de produtos Ergo ás plantas, sempre a planta vai ter o 0,15 % de Carbono 12, ativando toda a quantidade de Fito cromos que tenha essa folha  e por isso vai aumentar a taxa fotossintética produzindo mais ATP e ao final mais C6H12O6 (Glicose).



Alem disso, quando o nível esta abaixo do 0,15 % de Carbono 12, a planta vai produzir na noite muito NADP que não é bom, si isto acontece na planta, ela vai respirar muito e aumenta muito a consumo de energia e no dia seguinte, a planta não vai ter muito ATP que aproveitar porque este já foi consumido pelo NADP na noite.  



Para hidrolisar um 1 ATP na noite a planta precisa de 0,264 de NADP, então a questão é ter um equilíbrio entre uma alta produção do ATP no dia e a produção necessária do NADP na noite para hidrolisar tudo o ATP que foi produzido durante o dia. Tudo isto é conseguido quando o nível esta no 0,15 % de Carbono 12 tudo o tempo na planta.



Tem muitos pesquisadores que estão querendo a maneira de fornecer Carbono ás plantas, atomizando com melaço, açúcar, mel, leite,  fazendo aplicações do CO2 em cultivos em estufas, etc., mais não são formas corretas, viáveis e de fácil manejo para fornecer Carbono 12 ás plantas,  por isso, ter encontrado a forma de produzir Carbono 12 e colocá-lo nos produtos nutrientes foliares e nos corretivos para solo que a tem empresa Ergo Corporação do México, da muita facilidade para o produtor Brasileiro que esta querendo usar esta tecnologia para aumentar os níveis de produtividade por área.



Quando o nível está no 0,15 % de Carbono 12 na forma de Difusão Iônica tudo o tempo na planta, esta aproveita todos  os elementos nutricionais que são aportados nos adubos, formando fosfatos solúveis que é a forma ideal para que a planta os aproveite melhor.



Os incrementos de produtividade têm uma relação direta com manter um excelente nível de Carbono 12 nas plantas.
MAURO SCIGLIANI MARTINI

SÃO JOSÉ DO RIO PARDO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/09/2010

Prezado Bruno Manoel Rezende de Melo

Obrigado pelas palavras e, quanto a falta de um órgão que represente a nossa classe, isso realmente é um incômodo e vocês que estão dentro da instituição devem cobrar fortemente a resolução dessa situação.
No meu caso, como eu trabalho com consultoria em cafeicultura, principalmente em pós-colheita e qualidade de café, não uso de emitir laudos e receituários agronômicos, entretanto estou na luta constantemente para que seja garantido esse nosso direito e para que possamos exercer nossa profissão de forma completa.

Abraços
BRUNO MANOEL REZENDE DE MELO

GUAXUPÉ - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 25/09/2010

Gostaria de parabenizar pelo artigo e também por saber que um ex-aluno do Curso deTecnologo em cafeicultura está atuando de forma tão abrangente, cedendo até artigos para um site como este de nível tão elevado. Gostei do seu artigo, e vejo muito do que voce falou em sala de aula, demonstrando o nivel do curso, e a capacidade de debate de quem já está atuando. Há gostaria de saber como voce está atuando sem um orgão que representa a classe, como voce emite laudos e formula receituarios agronomicos sem o CREA; voce está tendo dificuldade nesse sentido. Abraços
DOMINGOS ESTEVAM DE REZENDE FILHO

MONSENHOR PAULO - MINAS GERAIS

EM 21/09/2010


Prezado SR. João Marcos Martins de Souza Junior.

Gostaria de receber sua opinião técnica, sobre o VIÇA-CAFÉ, com as seguintes considerações:
1- custo-benefício;
2- época de aplicação.

Obrigado.

Domingos Rezende
IVANDER DA SILVA COUTO JUNIOR

MANHUAÇU - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/03/2010

Parabens pela materia descrita, realmente muita esclarecedora.
MAURO SCIGLIANI MARTINI

SÃO JOSÉ DO RIO PARDO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/06/2009

Prezado SR. João Marcos Martins de Souza Junior,

Quando nos referimos à adubação foliar com macronutrientes, atualmente, não há diferença entre as fontes utilizadas, pelo menos não é conhecido qualquer resultado experimental que indique que fontes mais modernas de tais elementos possam ocasionar um aproveitamento tal que possa ser considerado satisfatório.

O grande problema da aplicação foliar de macronutrientes é que através dela não é possível atingir a quantidade necessária de nutrientes que a planta precisa, a menos que seja feita várias aplicações por ano, o que acarretaria um grande custo adicional com mão-de-obra e análises foliares constantes, parecido com fertirrigação.

Certamente o Sr. possui resultados interessantes, entretanto deve ser feito um acompanhamento ao longo dos anos para fazer as médias de produção, chamo a atenção também para que haja um cuidado na quantidade de calda aplicada, para não cair no exemplo exposto no artigo em que a quantidade é alta chegando a escorrer e sendo absorvido pelas raizes da planta, sendo assim uma fertirrigação e não uma absorção foliar.

Para uma melhor análise deste caso seria necessário um conhecimento do histórico de adubação da lavoura e manejo nutricional, principalmente com matéria orgânica, que pode estar mascarando esse resultado do primeiro ano.

Acredito que com o passar dos anos, se o manejo que está sendo utilizado for mantido de forma rigorosa, sem haver um excesso de calda aplicada, os valores de produção começem a cair a partir do segundo ano, tornando inviável o método. Entretanto, aí está uma grande oportunidade de desenvolver uma nova tecnologia na produção de café, mas os trabalhos devem ser seguidos de formas metódicas e os dados levados à análise estatísticas para maior confiabilidade dos resultados.

Obrigado pela pergunta e estou à disposição.

JOÃO MARCOS MARTINS DE SOUZA JUNIOR

PIRAJÚ - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 17/06/2009

Olá. Trabalho com alguns fertilizantes foliares de alta performace. Gostaria de saber se os resultados partem devido a quantidades de elementos ou qualidade da matéria prima aplicada.

Possuo áreas aqui na região de Piraju-SP que devido ao alto preço do adubo nesta safra, foram substituídos até 50% da adubação pela adubação foliar e nestas áreas conseguimos produzir cerca de 50sc bnf/ha, porém toda aplicação ao decorrer do ano foi acompanhada com análises foliares, o que nos rendeu até 25% de economia, contabilizando o custo mecânico.

Segundo os produtores que optaram a este tratamento, as plantas se apresentam em excelentes estados físicos e nutricionais, com grande resistência a baixas temperaturas e estiagem. Será que um acompanhamento rigoroso e um trabalho técnico adaptado a cada caso não colheria bons resultados?

Obrigado pela oportunidade.

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