Após a análise de solo e a interpretação dos resultados, é importante realizar a análise foliar dos cafeeiros. É nessa etapa que o produtor consegue avaliar o estado nutricional da planta e analisar se os níveis estão adequados, deficientes, tóxicos ou em desequilíbrio.
“É importante fazermos a análise foliar para monitorar qual é o fluxo de nutrientes que estamos colocando no solo e que estão chegando na planta, principalmente nas partes de dreno. Nessa fase de maturação e fim da granação, é muito importante fazermos uma análise foliar para analisarmos os pequenos detalhes, para que, no final, tenhamos uma maior homogeneidade de grãos ou de maturação, e uma melhor qualidade de bebida”, destaca o engenheiro agrônomo da Coocafé, Vinícius Fassarella.
De acordo com o “Manual do Café - Manejo de Cafezais Em Produção”, da Emater-MG, a amostragem para análise foliar em cafeicultura de sequeiro é realizada na fase de chumbinho/chumbão, antes da fase de expansão rápida dos frutos e da granação. Este período, normalmente, coincide com o mês de novembro até meados de dezembro.
Deve-se observar um intervalo de, pelo menos, 30 dias após uma última adubação de solo ou via foliar. Para o caso de cafeicultura irrigada, a análise foliar torna-se uma ferramenta ainda mais importante, recomendando-se a sua realização em intervalos menores, por exemplo, bimestralmente. Nos dois casos, a análise foliar pode contribuir com o programa de adubação, suprindo, mantendo ou aumentando a quantidade de adubo nos próximos parcelamentos.
“É muito importante que a gente entenda que uma amostragem de folha deva ser feita em torno de 50 a 100 folhas coletadas em sacos de papel e encaminhadas para o laboratório”, explica Fassarella em vídeo. Segundo ele, é preciso coletar as folhas no terço médio da planta (meio da planta) e do quarto par de folha em diante. “É importante coletarmos duas folhas não tão velhas e nem tão novas. Nós fazemos isso o mais espaçado possível [na lavoura] para que tenhamos uma maior amostragem”, auxilia.
A partir disso, a análise foliar apresentará os índices de macro e micronutrientes, como Zinco, Boro e Ferro, e a relação entre eles. “Isso é muito importante para termos uma tomada de decisão de qual fertilizante foliar estaremos aplicando”, comenta o agrônomo. Recomenda-se acompanhar a mesma divisão em talhões feita para a amostragem de solos.
Identificação de amostras
Segundo a Emater-MG, para ser enviada ao laboratório, a amostra deve ser identificada com o nome do produtor, da propriedade e da lavoura ou talhão. Outras informações de interesse do agrônomo para interpretação e recomendações técnicas, como número de plantas, espaçamento e produção esperada, deverão complementar a identificação.