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A Gripe e o Prato

POR EDUARDO TREVISAN GONÇALVES

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 23/07/2009

1 MIN DE LEITURA

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Todos os dias nós nos alimentamos, mas muitas vezes não sabemos o que estamos comendo, ou melhor, não sabemos como foi produzido aquilo que comemos.

Há quem diga que a vaca louca, a gripe do frango e a gripe suína (ou AH1N1, como foi rebatizada), são frutos do manejo inadequado dos animais que nos servem de alimento.

Atualmente, os sistemas de produção animal e vegetal estão focados na produtividade, isto é, produzir mais em um espaço menor. Desta maneira, são desenvolvidos novos medicamentos para os animais e cruzamentos entre espécies que visam animais e plantas melhor adaptados ao meio e que possam produzir mais. Existem até mesmo transferências forçadas entre genes de diferentes espécies (como é o caso dos transgênicos), o que naturalmente jamais poderia acontecer.

As novas tecnologias agropecuárias não são necessariamente ruins para o planeta e seus habitantes, mas em alguns casos, a busca exacerbada por novas práticas pode trazer malefícios, tais como contaminações por microorganismos, poluição das águas e dos solos, desmatamento, entre outros problemas.

Nós, consumidores, sempre que buscamos mais informações daquilo que estamos consumindo, podemos contribuir para a melhoria das condições de produção no campo. Por exemplo, se fosse possível comprar nossos alimentos do dia-a-dia diretamente dos produtores através de visitas nas propriedades, saber como aquele agricultor alimentou suas criações, como ele cuida da sua plantação, dos seus animais, se ele conserva as nascentes da propriedade, se ele pratica reciclagem de lixo e uma série de outras coisas, poderíamos consumir estes produtos na cidade, confiantes de estarmos nos alimentado bem sem danificar o meio ambiente. Mas comprar diretamente do produtor nem sempre é possível. Por isso, existem as certificações - para passar uma mensagem de quem produz para quem consome.

Atualmente, existem vários tipos de certificações aplicáveis à área rural desde aquelas que garantem a qualidade do produto, certificação para os produtores que conservam o meio ambiente e respeitam os trabalhadores, certificações que apóiam os produtores familiares.

As certificações de maior credibilidade são aquelas proferidas por organismos independentes e com acreditação internacional. Desconfie se a certificação for outorgada pela própria empresa que produz aquele produto. E da próxima vez que for ao supermercado, procure saber mais sobre a maneira com que aquilo que você está consumindo foi produzido. Escreva para os fabricantes, procure produtos certificados e fique atento à mensagem que a certificação passa para você.

EDUARDO TREVISAN GONÇALVES

Engenheiro agrônomo, Gerente de Projetos do Imaflora.

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