Uma queda que deve ficar entre 7,5% e 15% na safra 2017 de café do Brasil é o que prevê o primeiro levantamento da safra 2017, divulgado nesta terça-feira (17/1) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo os dados, o país deve produzir no total entre 43,65 e 47,51 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado, somadas as espécies arábica e conilon. O recuo é em relação ao volume divulgado pela Conab para a safra 2016, com produção de 51,37 milhões de sacas de 60 kg.
Arábica
A safra 2016 de café foi indicada como recorde pela Conab; Veja os dados aqui. Agora, a Companhia lembra que o ano é de baixa bienalidade para a espécie arábica, responsável pela maior parte da produção nacional, com 80% do total produzido. Para essa espécie, a previsão é de que a produção decline entre 19,3 e 12,7%. Estima-se que sejam colhidas entre 35,01 e 37,88 milhões sacas.
Lavoura de café com plantas em desenvolvimento vegetativo em Luiz Eduardo Magalhães/ BA. Dez/2016
Conilon
Já a produção de conilon, 20% do total de café do país, está estimada entre 8,64 e 9,63 milhões de sacas, com um crescimento esperado de 8,1 a 20,5% comparado à safra de 2016. Os números se devem à recuperação da produtividade nos estados da Bahia e de Rondônia, bem como ao processo de maior utilização de tecnologia do café clonal e mais investimentos nas lavouras.
O levantamento pontua que no Espírito Santo, maior produtor de conilon, nos últimos três anos com o baixo índice pluviométrico, houve diminuição da área em produção devido ao esgotamento das barragens, rios e córregos e a proibição do uso da irrigação, resultando em estresse severo das plantas que, em quantidade anormal, foram recepadas ou arrancadas.
Segundo a Conab, “a reposição das plantas arrancadas tem acontecido com o máximo de força possível, visto que, os viveiristas, por conta da seca, não conseguiram produzir a quantidade normal de mudas para atender a demanda, que hoje, aumentou muito devido à chuva”.
Área de café conilon em formação no Mato Grosso/ Foto: Conab
O estado, no entanto, informou na segunda semana de janeiro que a ausência de chuvas nos últimos 20 dias vem causando a redução das vazões dos principais rios capixabas que novamente atingiram níveis críticos, principalmente nas regiões Norte e Noroeste, pondo em risco o abastecimento humano. Como consequência, a captação de água para fins que não sejam o abastecimento humano está proibida em todo o Estado durante o dia, das 5 às 18 horas. A captação para irrigação ou produção industrial, por exemplo, somente poderá ser realizada no período noturno.
Área de café conilon em produção no Mato Grosso/ Foto: Conab
Ainda em seu primeiro levantamento, a Conab apontou que para a nova safra de conilon, com melhora das condições climáticas, deve ter uma recuperação na produtividade em relação à safra anterior, estimada entre 19,56 e 22,49 sacas por hectare, mas devido a redução da área produtiva, estima-se um volume próximo a safra anterior.
Área
A área total plantada no país tem expectativa de aumento de 0,2% em relação a 2016, devendo chegar a 2,23 milhões de hectares. No entanto, prevê-se uma redução de produtividade em termos gerais entre 12,6 e 4,9%, podendo situar-se entre 23,02 e 25,05 sacas por hectare. O arábica, que mais sofre a influência do ciclo atual de baixa bienalidade, deve ter produtividade entre 23,48 e 25,40 sacas por hectare.
No caso do conilon, espécie mais rústica e tolerante às pragas, deve recuperar parte do potencial de produtividade, variando de 21,33 e 23,78 sacas por hectare, com ganhos entre 13,4 e 26,5%. Por outro lado, há previsão de uma diminuição de 4,7% na área em produção por problemas climáticos pontuais, como seca e má distribuição de chuvas por três anos consecutivos no Espírito Santo, maior produtor da espécie no país.