Por Thais Fernandes

Como já era esperado, a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé - Cooxupé - realizou menos embarques ao exterior, em decorrência da demanda de café no mercado interno. A quebra do conilon, e sua posterior escalada de preços no mercado interno, elevou os preços do café arábica de menor qualidade. Foi esse movimento que, segundo o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, inverteu a lógica de aumento da exportações e fez com que boa parte dos cafés rio e riado permanecessem no país. “Esse ano de 2016 já foi mais interessante atender demanda interna do que externa”, conclui ele sobre o que acredita ser a tendência também para 2017. Leia mais em: Queda na exportação deve movimentar estoques de outros países produtores

O resultado foi um crescimento da participação da cooperativa no Brasil em 27%

A cooperativa exportou cerca de 4,09 milhões de sacas de 60 kg da safra de 2015. Já no número divulgado de 2016, nesta sexta-feira (31/3), apontou que as exportações diretas foram de 3,9 milhões de sacas. Os destinos dos cafés foram 49 países em cinco continentes, entre eles Alemanha, Argentina, Bélgica, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Itália, Japão, Suécia, entre outros. A exportação responde por 80% das atividades da Cooxupé.

Já os embarques registraram 5,82 milhões de sacas para os mercados brasileiro e externo, aumento de 4% em relação ao resultado de 2015, no caso 5,57 mi. O resultado foi um crescimento da participação da cooperativa no Brasil em 27% é um dos destaques do balanço: 1,9 milhão de sacas foi destinada para o mercado nacional.

RECEBIMENTO
O faturamento da Cooxupé foi de R$ 3,791 bilhões, sendo que o volume total de recebimento de café arábica – tipo produzido na área de ação da cooperativa – a Cooxupé recebeu no ano passado 6,28 milhões de sacas, crescimento de 21% ante as 5,19 milhões de sacas recebidas em 2015.

Já os investimentos em estrutura e em logística na cadeia produtiva da cooperativa somou R$ 40,6 milhões distribuídos em novas obras no Complexo Industrial Japy, em Nova Resende, em Monte Carmelo, em Alpinópolis e em Guaxupé, onde a Cooxupé está construindo um Centro de Distribuição de insumos. Englobando a construção de novos armazéns, a capacidade de armazenamento da cooperativa passa a ser de 6.3 milhões de sacas.

Em relação aos cooperados, o crescimento foi de 6%, passando de 12.666 (em 2015) para 13.431 em 2016. O perfil aponta que 96,2% são mini e pequenos produtores que sobrevivem da agricultura familiar. A atuação da Cooxupé congrega as regiões do Sul de Minas, cerrado mineiro e média mogiana do estado de São Paulo.

“Em 2017 estamos comemorando 60 anos de Cooxupé e 85 anos de cooperativismo regional e os resultados de 2016 nos deixam felizes por mostrar que a cooperativa vem atingindo suas metas, dentro de um planejamento sem excessos, completamente consciente. A Coooperativa é hoje reconhecida como uma empresa de credibilidade na comercialização de café arábica. Esta confiança vem de uma sólida história, cuja trajetória é marcada por grandes avanços na cafeicultura brasileira e pela conquista do mercado externo, para onde direcionamos a maior parte do café que recebemos”, aponta o presidente da cooperativa, Carlos Paulino.