Em seu 9º Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) sobre a safra 2016 de café, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE revisou seu número para cima. A estimativa, divulgada nesta quinta-feira (6/10), da produção alcançou 2,9 milhões de toneladas, ou 48,9 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 2,3% frente ao mês anterior. No mês, a estimativa da produção do arábica apresenta crescimento de 3,3%, enquanto que, para o canephora (conilon), a projeção é de redução de 2,7%.
Tabela: IBGE
Arábica
De acordo com o IBGE, a produção mineira puxou a recuperação nacional. “Em Minas Gerais, maior produtor do arábica, a colheita das lavouras se aproxima do final, confirmando a excelente safra do produto, recuperando-se após dois anos de produção em baixa”, pontou a entidade.
Minas deve colher 1,7 milhão de toneladas, ou 28,5 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 3,7% frente ao mês anterior. Já São Paulo, outro importante estado produtor de arábica, também teve sua safra reavaliada, apresentando crescimento de 8,0% frente ao mês anterior. A produção esperada é de 354 mil toneladas, ou 5,9 milhões de sacas de 60 kg.
“Valer destacar que, em função de exigências climáticas, as lavouras de café arábica ocupam as áreas de serra, notadamente altitudes que variam normalmente entre 600 e 1 200 metros, que normalmente apresentam maior índice pluviométrico anual. Como, a partir de outubro de 2015 até março de 2016 foram registrados bons níveis de chuvas, as lavouras responderam, apresentando maiores níveis de floração, carregamento e enchimento dos grãos. Ressalta-se ainda que os bons preços obtidos pela saca de café arábica têm incentivado os produtores a investir em tratos culturais nas lavouras”, informou o Levantamento.
Conilon
Em contrapartida, a estimativa da produção do conilon, que tem como maior produtor do país, o Espírito Santo, continuou apresentando queda nas variáveis área colhida, produção e rendimento médio. Segundo o Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA/ES), a estimativa da produção do café conilon é 304,2 mil toneladas, queda de 32,4% frente ao ano anterior. Comparando-se à produção obtida em 2014, essa queda de produção chega a quase 50%, o que tem feito o preço do café conilon alcançar valores recordes, sendo atualmente comercializado acima de R$ 440,00 a saca de 60 kg. A safra de conilon do país deve alcançar 468,1 mil toneladas em 2016, queda de 28,2% frente ao ano anterior.
O Espírito Santo é responsável por 65% do total nacional, a seca que atinge o Estado desde fins de 2014 vem provocando consideráveis perdas para as lavouras. “Embora a maior parte dos produtores disponham de irrigação nos estabelecimentos agrícolas, os níveis dos reservatórios estão baixos, havendo necessidade de se priorizar o abastecimento da população, que em muitos municípios, já começa a ter que fazer racionamento. Dessa forma, a maior parte das lavouras não receberam suprimento de água suficiente ao longo de 2015 e 2016, não desenvolvendo floração satisfatória e fixação e desenvolvimento dos chumbinhos, culminando em uma baixa produção”, pontua o IBGE.