Por Thais Fernandes

A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) recuou em relação à produção brasileira de café na safra 2016. Em seu primeiro levantamento, divulgado em janeiro, a Conab apontava que a produção de café no Brasil em 2016 poderia ser a segunda maior da nossa história, ficando entre 49,13 e 51,94 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado. O resultado até então era de uma média de produção (50,5 mi), que colocava a safra atrás apenas da colheita de 2012, que foi de 50,8 mi.

• (Relembre aqui: Produção de café em 2016 pode ser segunda maior da história do País )

Já nesta terça-feira (24/5) a estimativa se firmou em 49,67 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado. Os dados do 2º Levantamento da Safra 2016 de café foram divulgados em Belo Horizonte (MG), nesta que também é a data em que se comemora o Dia Nacional do Café, celebrando o início da colheita cafeeira.

O número apontado agora representa ainda um acréscimo de 14,9% em relação as 43,24 milhões de sacas alcançadas em 2015. Segundo a Companhia, em pleno período de bienalidade positiva, a cultura do café arábica está tendo melhores rendimentos. “Isso se deve ao aumento da área em produção e às condições climáticas favoráveis, com reflexo na produtividade que deve crescer 13,7% em relação à safra passada, alcançando 25,58 sacas por hectare”.

Na avaliação do secretário de Agricultura de Minas Gerais João Cruz, presente durante a divulgação dos dados, a safra mineira atinge um volume expressivo, após dois danos de baixa, e essa recuperação é fundamental. “Estamos sinalizando para o mercado internacional que temos condições de garantir o abastecimento em níveis mundiais e oferecendo produção de qualidade”, afirma.

Conilon
Já o café conilon, teve seus números revisados para baixo desde o Levantamento de janeiro, quando a expectativa é de que houvesse um crescimento entre 1,8 e 8% em relação à safra 2015.

Neste estudo mais recente, a Conab indica que a variedade, que representa 19% do total nacional nesta estimativa, terá produção estimada em 9,4 milhões de sacas, com uma quebra de 16% frente à safra 2015 (11 milhões de sacas). “O motivo é a falta de chuvas aliada às altas temperaturas, principalmente no Espírito Santo que é o maior produtor nacional e deve colher 5,95 milhões de sacas”.

Arábica
O arábica, que abrange 81% do total produzido no país nesta estimativa, deve ter um incremento de 25,6% no volume de produção, com uma colheita de 40,27 milhões de sacas. Os maiores ganhos serão observados na região do Cerrado Mineiro, Sul de Minas e centro-oeste mineiro, além de regiões do estado de São Paulo. Minas é o maior produtor de arábica do país, com 28,2 milhões de sacas.

Área
De acordo com o 2º Levantamento, a área total plantada de café no país é de 2,21 milhões de hectares, sendo que 267 mil estão em formação e 1,94 milhão em processo produtivo. A de café arábica soma 1,75 milhão de hectares, o equivalente a 79,2% da área total de plantio, com uma previsão de crescimento de 13,8 mil ha em relação à safra 2015. Minas Gerais tem a maior área, com 1,18 milhão de hectares equivalentes a 67% do total do país.

Para o conilon, no entanto, há uma redução de área de 5,4%, chegando a 456 mil hectares. Desse total, 417,4 mil estão em produção e 38,6 mil sendo formados. O estado do Espírito Santo é o que detém a maior área da espécie, com 286,4 mil hectares, seguido de Rondônia (94,6 mil) e Bahia com (41,5 mil).

A Conab realiza o levantamento de café quatro vezes ao ano. O terceiro boletim da safra atual será divulgado em setembro e o fechamento ocorre em dezembro.